16.7.17

Conhecer-se a si mesmo

O que se opõe, frequentemente, a que vos corrijais de um defeito, de vício, seguramente, é porque não vos apercebeis mesmo que o tendes. Ao passo que vedes os menores defeitos de vosso vizinho, de vosso irmão, não desconfiais mesmo que tendes os mesmos defeitos, talvez cem vezes maiores que os deles. Isso não é senão uma consequência do orgulho que vos leva, como todos os seres imperfeitos, a não encontrar nada de bem senão em vós. Deveríeis vos considerar um pouco como se isso não fosse vós. Figurai-vos, por exemplo, que o que fizestes ao vosso irmão, foi o vosso irmão que vos fez; colocai-vos em seu lugar, que faríeis? Respondei sem dissimulação, porque creio que quereis a verdade. Fazendo isto, estou seguro que encontrareis, frequentemente, os defeitos que não vos apercebíeis antes. Sede franco convosco mesmos; dai um pouco conhecimento ao vosso caráter, mas não o estragueis, porque as crianças que se estragam se tornam, frequentemente, muito más, e aqueles que as estragam são os primeiros a lhes sentir o efeito. Retornai um pouco o alforje onde estão colocados os vossos defeitos e os de outrem; colocai o vosso adiante e os de outrem para trás, o olhai bem se isso não vos faz abaixar a cabeça, quando tiverdes essa carga à frente.


Livro: Revista Espírita - 1863 - Allan Kardec - La Fontaine

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