2.7.17

COM SIMPLICIDADE E AFEIÇÃO

    Diante das pessoas profundamente feridas por graves dores morais, mantém-te comedido quanto às palavras de consolação e de esperança.
    Não será o excesso verbalista que corrigirá a dor que vem ao teu encontro, na pessoa do teu irmão.
    Procura sentir a origem da aflição, auscultando quem te busca, a fim de auxiliares com proveito.
    Em certas ocasiões, o silêncio respeitoso e a sincera afeição pelo aflito realizam milagres de renovação.
    Noutras circunstâncias, a palavra gentil e o conceito espírita esclarecedor das razões do sofrimento produzem resultados incalculáveis.
    Nem a mudez incômoda, nem o barafustar-se por opiniões precipitadas e complexas teorias de difícil assimilação.
    Para cada caso um comportamento próprio.
    Não intentes resolver, de um momento, problemas que se vêm agravando há muito tempo.
    Igualmente, não subestimes o estado angustiante do teu próximo.
    Talvez, aquele problema para ti não seja relevante, entretanto, para ele o é.
    As dores nem sempre são o que representam intrinsecamente, mas o que lhes atribuem aqueles que as sofrem.
    Avalia a intensidade de um padecimento quem lhe sofre a presença.
    Atenta para um raciocínio simples "Que eu gostaria que me fizessem, caso me encontrasse em tal conjuntura?" Age, então, conforme desejarias que o fizessem contigo.
   
    Cada um vê um mesmo problema através de sua ótica pessoal.
    O que te é insignificante, para outrem é de gravidade.
    Muitas outras coisas, a seu turno, que se te apresentam de importância, já para outras pessoas nada valem.
    A vida são as experiências de cada criatura, segundo o seu grau de evolução e os seus interesses.
    Faze-te o amigo leal, compreensivo, em todas as circunstâncias, sem preocupar-te muito com o impressionar favoravelmente para os teus pontos de vista aqueles que te chegam em agonia.

    Jesus, o Amigo Integral, diante dos aflitos sempre assumia atitude solidária, socorrendo os que já podiam liberar-se da dificuldade, sem abandonar aqueles que, por mais tempo, deveriam continuar a conduzir a própria cruz.
    Jamais impôs condições, nunca desconsiderou ninguém.
    Quanto possível, age com simplicidade e afeição.



Livro: Roteiro de Libertação - Divaldo Franco - Joanna de Ângelis

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