Que dizer das mulheres pobres
que, não tendo como manter os seus filhos, doam eles para outras famílias?
Já imaginou que decisão
cruel: ter que largar o filho por aí porque não possui condições mínimas de
sustento de sua cria.
É terrível imaginar uma
situação dessas, mas é o que ocorre, infelizmente, no mundo inteiro. Você ter
que doar um filho, ceder a sua criação, para que outra família possa
sustentá-lo.
Alguém poderia vir correndo
dizer:
- Fez filho, então que
aguente as consequências.
Meu querido irmão, será que
sua mãe, sua querida mãe, tivesse lhe engravidado numa hora adversa da vida,
não pensaria fazer o mesmo com você e, de coração apertado, daria você para
outra pessoa criar?
É muito fácil, meus irmãos,
dizer isso ou aquilo, o difícil é viver o momento crucial e ter que tomar uma
grande decisão.
Acordar de manhã cedo, olhar
para um lado e para outro e não ter o que dar ao filho querido. Já imaginou se
existe dor maior para um pai ou para uma mãe?
Doar um filho, nestas
condições, bem que poderia se considerar como um ato de amor. Amor dos grandes,
pois renunciaria ao seu amor em benefício de seu futuro e de seu bem-estar.
Tudo por amor ao seu filho.
E o que pensar daquelas
mulheres que evitam ter a própria cria? Que criam obstáculos à concepção? Ou
pior, que impedem o feto de crescer?
Isto é o inverso do amor. É
exatamente a situação contrária daquela mulher que dá o filho para vê-lo bem.
Esta outra sequer deu o direito de vida ao seu filho.
Que crime cruel, sinal
primeiro do egoísmo humano. Não, não me venham falar que isto também é amor
porque não tinha condições de criá-lo e, perguntando o que seria daquele ser,
preferiu extirpar-lhe antecipadamente o sofrimento.
As mães verdadeiras deixam as
suas crias virem ao mundo e dão todo o amor que podem dar, mas aquelas que
pensam simplesmente em si mesmas, estas não aprenderam o valor nem o que é a
maternidade.
Criem seus filhos como
puderem, mas deixem eles virem à vida. Quem nos concede a graça da vida é o
nosso Pai Amantíssimo, portanto é Ele – e somente Ele – que pode dar outro
veredito.
É assim que se aprende a
amar.
Abraços,
Helder Camara – Blog Novas Utopias
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