Os Centros Espíritas devem, na
atualidade, incrementar, ao máximo, o estudo sistemático e aprofundado da
Doutrina, em conjunto com a realização de obras de cunho assistencial.
A
Caridade, em hipótese alguma, deve deixar de ser a nossa Bandeira de Luz, com a
qual vimos resistindo, nas trincheiras do Ideal, às constantes estocadas com as
quais as trevas nos intentam desalentar no cumprimento do dever.
Nessas horas
difíceis que a Humanidade atravessa, e que, doravante, hão de se mostrar cada
vez mais difíceis, com a incredulidade a fazer milhares de vítimas, a palavra de
ordem espírita é estudar sempre e servir sempre mais.
Aprofundarmo-nos no
conhecimento da Obra Kardeciana e nas da lavra mediúnica de Chico Xavier, que,
sem dúvida, lhe são o natural complemento.
Permutarmos ideias uns com os
outros e refletirmos, a sós, sobre os grandiosos postulados de nossa Doutrina
libertadora.
Redobrarmos vigilância, mormente contra o assédio de nossas
inclinações infelizes, que, emergindo dos porões do inconsciente, do passado nos
assombram no presente.
Estabelecermos firme compromisso com a consciência e
não nos desapontarmos com os irmãos que não conseguem exemplificar, de forma
saudável, a fé que devemos nos esforçar para vivenciar em nossas lutas
cotidianas.
Compreendermos que a seara espírita, mormente no terreno
mediúnico, se encontra invadida por ervas daninhas, que, alastrando-se
assustadoramente, revivem, na atualidade, a Parábola do Joio, contada por Jesus
Cristo.
O Espiritismo é religião em Espírito e Verdade, e não surgiu para
ombrear com as demais religiões do mundo, disputando adeptos.
Ser espírita,
sobretudo, é um estado de espírito, que cada qual deve alcançar por si
mesmo.
Em vez de recuarmos, é chegado o momento de avançarmos no amor com que
precisamos nos consagrar às tarefas mais humildes que estejam sob a nossa
responsabilidade.
Não importa que sejamos dois ou três irmãos na Casa
Espírita, situada na periferia de uma cidade do interior. Importa o nosso
comprometimento com a Causa, na certeza de que estamos trabalhando na semeadura
do porvir.
Chega de bajulações a companheiros, porque esse “oba oba”
injustificável nos enfraquece espiritualmente, e nos ilude quanto às nossas
reais necessidades de crescimento e testemunho individual.
Em Espiritismo,
ninguém é maior, ou menor.
O Cristo é a nossa Liderança!
Aos ouvidos que
nos escutem, que as nossas palavras soem com Verdade, mas, sobretudo, com
Bondade.
No Movimento Espírita, o elitismo é força desagregadora.
As
juvenis vozes espíritas que, por enquanto, permanecem em silêncio, necessitam
fazerem-se ouvir, porque, de fato, novas brisas carecem de começar a soprar em
nossas fileiras.
As suas antigas lideranças, uma a uma, estão vagando os seus
postos, e estamos esperançosos de que os espíritos reencarnados para esta hora
da Doutrina no mundo possam corresponder às expectativas do Alto.
Voltemos,
urgentemente, a transmitir passes, a visitar doentes nos hospitais, a peregrinar
aos bairros mais pobres, a fazer sopa para os famintos, a costurar para os
desnudos, a explanar “O Evangelho” sob a luz mortiça dos lampiões...
Não se
trata de saudosismo.
A questão é mais transcendente – trata-se da
sobrevivência da Fé, individual e coletiva!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba
– MG, 8 de fevereiro de 2015.
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