20.2.15

COMO CONHECER

Questão 285 do Livro dos Espíritos

O Espírito reconhece, quando no mundo espiritual, aqueles que com ele conviveu na Terra. Imagens das vivências se plasmam nos centros mais sensíveis da consciência, vindo à tona de acordo com as necessidades de cada um.
Entrementes, há Espíritos que nada reconhecem, pelo seu estado de desnutrição espiritual. São almas que perderam suas qualificações como Espírito e ignoram tudo o que se passa em seu derredor. Os sentidos se embotam, devido ao mau uso feito deles; é a chamada degradação.
Todavia, os Espíritos mais elevados podem, pela sua vontade, recordar vidas passadas e reconhecer todos os seus companheiros de variadas existências, e que lhe serviram de instrumento de evolução.
Na Terra, já muito se fala nas regressões de memória. A vontade é a chave no mundo espiritual; quanto mais puro o Espírito, mais recordações lúcidas ele tem, com a serenidade que já possui. Ele reconhece todas as suas companhias e, nesta operação, pode buscá-las onde quer que seja, ajudando-as, se necessário.
Às vezes, a regressão de memória para os Espíritos elevados é uma fonte de informações que os leva à caridade, descobrindo onde se encontram os que lhes foram caros em muitas reencarnações, passando a dar-lhes assistência espiritual e até avalizando-os em outras vidas no mundo, o amor é uma força poderosa, de modo a sustentar todos os caídos e ativar vida nos que buscaram, pelos procedimentos, a morte. Enfim, todos somos irmãos.
Se ainda não descobrimos os que nos foram caros, mesmo estando na carne, vejamos o nosso próximo; só pelo fato de se encontrarem perto de nós, já é motivo de merecerem a nossa ajuda, com carinho e alegria.
Não se deve amar somente a família na carne. Se o homem já entende as vidas sucessivas, percebe quantas famílias já possuiu. Certamente que inúmeras. Quantos pais? Quantos irmãos? E parentes e amigos? O número é sem conta, para mostrar ao homem a irmandade universal.
Não devemos ter a curiosidade de somente conhecer os que nos foram unidos pela carne. Trabalhemos onde formos chamados e amemos a todos com o mesmo amor, que Deus, Jesus, os anjos e os benfeitores mais próximos ao nosso coração, dar-nos-ão todo o amparo para descobrirmos essa verdade que nos liberta.
É, pois, Jesus quem nos pede para amar aos nossos inimigos, se os tivermos, porque amar aos que nos amam, isso até os perversos fazem com dedicação. O amor endereçado aos que nos perseguem ajuda-os a se afastarem da maldade, e essa semente cresce em seus corações, impulsionando-os a fazer o mesmo.
Se já temos a condição de ver a nossa vivência pretérita e ler nela os nossos feitos, não iremos nunca julgar os que nos apedrejam, por encontrarmos neles os mesmos procedimentos nossos, que talvez tenham sido piores. Por isso o homem deve ser manso e justo, tolerante e pronto a ajudar a quem ainda não descobriu que somente o amor salva.
Aconcheguemo-nos ao Cristo, que Ele se encontra mais perto de nós do que pensamos; quanto mais nos aproximarmos do Mestre, mais seremos inspirados por Ele. A nossa segurança, em todas as sendas de elevação, está no conhecimento de nós mesmos e nos reparos devidos que podemos fazer. Deixando crescer nossos bons atributos eles nos mostrarão os caminhos para o verdadeiro céu, na cidade íntima do nosso coração.
 
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez

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