A triste realidade que ainda observamos nos faz
ficar preocupados. Estatísticas recentes ainda demonstram enorme concentração de
renda no planeta. Poucos detêm a grande maioria das riquezas e a grande maioria
vive com o “resto” do que é produzido e dos bens.
Por que esta situação ainda
persiste?
Por que ainda permitimos que sejamos tão desiguais?
Por que não
alteramos o curso das coisas?
Há, na raiz disso tudo, muito egoísmo – esta é
a verdade.
Pergunto-me sempre, desde que estava aí entre vós, por que tamanha
ganância? O que é que uma pessoa vai fazer com tanto dinheiro e patrimônio,
sobretudo sabendo que há tantos sem nada?
Na verdade, já perguntava sabendo,
de certa forma. O egoísmo era a primeira resposta imediata, mas também vejo que
a noção de espiritualidade passa distante destas pessoas. Para elas, o que
importa são as coisas materiais. O que as impressiona os sentidos.
Pois bem,
como pensar num mundo novo se temos este quadro de egoísmo e
materialismo?
Estas constatações nos faz pensar constantemente em tentar
construir um mundo novo. Um mundo que seja com mais amor e com mais
espiritualidade.
Se notarmos bem, vamos constatar que estas eram as
mesmíssimas preocupações de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Primeiro, Ele nos
ensinou a amar. Resumiu em seu mandamento maior tudo que deveríamos fazer para
sermos felizes: amar a Deus sobre todas as coisas e, imediatamente nos
conclamou: e ao próximo como a ti mesmo.
Portanto, devemos amar, mas amar de
verdade para sermos felizes. Porque se amamos, vamos querer dividir o que temos
para beneficiar ao outro já que não vamos precisar de tudo aquilo para ser
feliz. Aliás, só iremos nos sentirmos melhores se enxergarmos a felicidade no
nosso irmão de caminho.
Por outro lado, Jesus nos deu provas consistentes
sobre a vida espiritual. Ele dizia sempre para que não esquecêssemos: a
felicidade não é deste mundo.
Ora, pode ser que Ele se referisse a outro
mundo, pode ser, mas certamente também se referia que o mundo que Ele imaginava,
sem ódios, sem miséria, sem fome, sem desgraça alguma, “ainda” não era o nosso,
aquele em que viva. Os valores espirituais aparecem como necessidade de
transcendência do ser humano. A superação dele por ele mesmo. Naturalmente que o
mundo espiritual, este que vivo, tem qualidades que o mundo físico ainda não
possui, mas devemos trazer o que temos aqui para vocês. Este é o
desafio.
Penso já que os homens precisam abandonar de vez esta ideia de que
morreu acaba com tudo. Esta noção de limite de vida é terrível. Quando o ser
humano pensar que vai continuar, que nada para, então ele vai pensar duas vezes
naquilo que está fazendo, ah, vai.
Por esta razão, estou aqui nesta nova
frente, toda semana, escrevendo coisas para elucidar, naquilo que posso, as
mentes de vocês.
Acordem, meu povo, acordem! O tempo está
passando.
Acordem para a vida espiritual.
Acordem para vida repleta de
amor.
Estão aí, sem dúvida alguma, as duas grandes chaves para sermos
felizes.
Fiquem em paz!
Helder Camara
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