2.12.13


Mergulho Profundo

Até onde vai a humanidade?
Ora está feliz a dizer que tudo lhe satisfaz. Noutro momento, se acha desprezada porque nada lhe apraz. É sobre o vai-e-vém da humanidade que pretendo refletir nesta manhã de domingo.
A humanidade somos todos nós, mas o que quero dizer é que o homem, de maneira geral, anda inquieto. Ele não sabe exatamente o que quer. Acha que estando bem financeiramente tudo estará resolvido, afinal, o dinheiro vai lhe trazer o sustento diário e a prosperidade que tanto deseja, tudo o mais, a partir disso, estará acertado.
Esta visão materialista das coisas lhe faz feliz por uns tempos, mas depois ver que a sua sorte é amarga porque lhe falta amigos de verdade. A família, às vezes, não lhe dá a devida atenção, algo lhe falta e ele não sabe expressar o que é.
É neste momento que alguns começam a ver-se por dentro, toma a coragem de tentar se enxergar interiormente. É neste instante que tudo muda, antes de se complicar.
Esta procura interior faz o homem entrar em contato com seus pesadelos, suas contradições, seus desafetos, suas insatisfações. Com tudo aquilo que gostaria de fazer e não fez, com tudo aquilo que quer ser e ainda não é.
É esta contradição interior que o frustra e o faz, inicialmente, mais triste. Tem tudo que outros não possuem, mas lhe falta o essencial: ele mesmo.
Olhar para o mundo com os olhos da matéria pode ser suficiente por uns tempos, mas depois se mostrará imensamente limitante, meus irmãos.
Como expressar a tristeza de um grande empresário, dono de seu iate, muitas pessoas a lhe bajular na empresa, um carro importado na garagem, mulheres que desejar e sentindo-se imensamente só?
Esta prioridade dos homens pela busca material é vazia, tenho dito isto aqui muitas vezes. A matéria possui o valor que damos a ela, mas ela não responde aos nossos anseios mais íntimos, ou quando o faz, nos deixa perecíveis, superficiais, porque elegemos a aparência, o possuir das coisas como parâmetro das nossas necessidades e, consequentemente, da nossa felicidade.
O homem deve procurar mais porque ele é mais.
É no seu interior que reside todas as perguntas e, ao mesmo tempo, todas as respostas. É no seu mundo íntimo que encontrará todas as suas contradições, mas, paradoxalmente, todas as suas definições.
Quem olha para dentro mergulha no mundo infinito. Quem olha apenas para fora se imerge num pantanal de lodo, numa areia movediça, num buraco sem fim.
A realidade das coisas é invisível aos olhos, meus filhos.
Portanto, procure olhar-se mais, encontrar-se mais consigo, mesmo que isto, de início, lhe proporcione incômodos, inquietações, mal-estar.
É somente, porém, neste mergulho profundo para dentro de si que encontrará as respostas verdadeiras e definitivas, a razão de ser da própria vida, o porquê está aqui.
É no seu contato íntimo, na sua descoberta maior, no despertar para seu mundo espiritual que se encontrará, de fato, com Deus, e tudo fará sentido, até mesmo você.
Fique em paz!
Helder Camara

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