17.12.13


A INDÔMITA CORAGEM DO CRISTO

Não sei o que mais admiro em Jesus Cristo: se a sua infinita bondade para com os “filhos do Calvário”, ou se a sua indômita coragem de enfrentar os preconceitos da época, diante dos quais jamais capitulou...
Ao mesmo tempo em que Ele se horizontalizava para curar os enfermos e alimentar os famintos, consolar os aflitos e dar esperança aos sofredores, se verticalizava diante dos escribas e dos fariseus, que não perdia oportunidade de chamar de “hipócritas”!
Logo no princípio das anotações de Lucas, no capítulo 5, versículo 38, Ele se revela o Reformador da lei antiga, começando a incomodar a consciência dos judeus presos à secular ortodoxia: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”.
Insurgindo-se contra os falsos profetas que enxameavam na Judeia, ousa advertir:“Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores”.
Faz questão de se banquetear na companhia dos publicanos e dos considerados pecadores, que eram odiados pelos fariseus, que, então, Nele pressentiam uma constante ameaça: “Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?” Ao que Ele, sem hesitar, responde: “Os sãos não precisam de médico, e, sim, os doentes”.
Ainda, comendo sem lavar nãos mãos, aproveita para mandar um recado aos religiosos que mais se preocupavam com a pureza exterior: “Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem”.
Aos fariseus e saduceus que Lhe pedem um sinal do céu, a fim de se certificarem de que pudesse ser Ele o Messias, respondeu: “Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se”.
Logo em seguida, recomenda aos discípulos, que escolhera entre os homens simples do povo: “Vede, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus”...
Continuando a promover profunda mudança de paradigma na crença religiosa, vale-se de uma criança para afirmar, categórico: “... aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus”.
Recomenda o perdão setenta vezes sete vezes...
Ousa curar no dia de sábado...
Adverte contra o perigo das riquezas...
Aconselha a se dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus...
A respeito dos escribas e dos fariseus, torna a dizer a seus seguidores: “Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem”...
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes por dentro estão cheios de rapina e intemperança”...
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos, e de toda imundície”...
Na Parábola dos Trabalhadores da Vinha, Ele faz clara alusão aos gentios, que os judeus não admitiam que pudessem entrar no Reino dos Céus...
Na Parábola do Bom Samaritano, destaca as virtudes de anônimo samaritano que os judeus odiavam, inclusive, com a proibição que se lhes cruzasse o território...
Expulsa os vendilhões do templo...
E, por fim, quando supunham tê-Lo vencido na cruz, perdoa aos próprios algozes e, ao deixá-los atônitos, vence a morte e abandona o sepulcro em que os seus inimigos imaginavam O terem encerrado para sempre!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 16 de Dezembro de 2013

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