A INDÔMITA CORAGEM DO CRISTO
Não sei o que mais
admiro em Jesus Cristo: se a sua infinita bondade para com os “filhos do
Calvário”, ou se a sua indômita coragem de enfrentar os preconceitos da época,
diante dos quais jamais capitulou...
Ao mesmo tempo em que Ele se
horizontalizava para curar os enfermos e alimentar os famintos, consolar os
aflitos e dar esperança aos sofredores, se verticalizava diante dos escribas e
dos fariseus, que não perdia oportunidade de chamar de “hipócritas”!
Logo no
princípio das anotações de Lucas, no capítulo 5, versículo 38, Ele se revela o
Reformador da lei antiga, começando a incomodar a consciência dos judeus presos
à secular ortodoxia: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu,
porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face
direita, volta-lhe também a outra”.
Insurgindo-se contra os falsos profetas
que enxameavam na Judeia, ousa advertir:“Acautelai-vos dos falsos profetas que
se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos
roubadores”.
Faz questão de se banquetear na companhia dos publicanos e dos
considerados pecadores, que eram odiados pelos fariseus, que, então, Nele
pressentiam uma constante ameaça: “Por que come o vosso Mestre com os publicanos
e pecadores?” Ao que Ele, sem hesitar, responde: “Os sãos não precisam de
médico, e, sim, os doentes”.
Ainda, comendo sem lavar nãos mãos, aproveita
para mandar um recado aos religiosos que mais se preocupavam com a pureza
exterior: “Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da
boca, isto, sim, contamina o homem”.
Aos fariseus e saduceus que Lhe pedem um
sinal do céu, a fim de se certificarem de que pudesse ser Ele o Messias,
respondeu: “Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será
dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se”.
Logo em seguida,
recomenda aos discípulos, que escolhera entre os homens simples do povo: “Vede,
e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus”...
Continuando a
promover profunda mudança de paradigma na crença religiosa, vale-se de uma
criança para afirmar, categórico: “... aquele que se humilhar como esta criança,
esse é o maior no reino dos céus”.
Recomenda o perdão setenta vezes sete
vezes...
Ousa curar no dia de sábado...
Adverte contra o perigo das
riquezas...
Aconselha a se dar a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus...
A respeito dos escribas e dos fariseus, torna a dizer a seus
seguidores: “Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os
imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem”...
“Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes
por dentro estão cheios de rapina e intemperança”...
“Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por
fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos, e de
toda imundície”...
Na Parábola dos Trabalhadores da Vinha, Ele faz clara
alusão aos gentios, que os judeus não admitiam que pudessem entrar no Reino dos
Céus...
Na Parábola do Bom Samaritano, destaca as virtudes de anônimo
samaritano que os judeus odiavam, inclusive, com a proibição que se lhes
cruzasse o território...
Expulsa os vendilhões do templo...
E, por fim,
quando supunham tê-Lo vencido na cruz, perdoa aos próprios algozes e, ao
deixá-los atônitos, vence a morte e abandona o sepulcro em que os seus inimigos
imaginavam O terem encerrado para sempre!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba –
MG, 16 de Dezembro de 2013
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