26.11.25

DESOBSESSÃO

Alfredo José dos Santos Nora *
 
Vertendo suor em baga
No médium que o entretém,
Ei-lo que chega do além,
O Espírito em sombra e chaga.
 
Desfaz-se em revolta e praga,
Condena, fere, porém
Escuta o verbo de alguém,
Que ajuda, enternece e afaga.
 
Na palavra que renova,
O fogo revel da prova
Agora é bálsamo de luz.
 
E o pobre, ante a paz bem-vinda,
Embora chorando ainda,
Bendiz o amor de Jesus.
 (*) Após estudar Engenharia até o 4º ano do curso, Alfredo Nora abraçou a carreira de funcionário da Central do Brasil. Poeta e jornalista brilhante, colaborou em várias revistas e jornais. “Conquanto fosse um poeta essencialmente lírico”,− escreveu seu amigo Jorge Azevedo (Estado de Minas de 24/9/61) − possuía, sempre afiado, o estilete da sátira. E, nos seus momentos de euforia espiritual, gostava de perfilar a família em versos leves e humorísticos. E gostava, também, e muito de escrever a amigos cartas em versos. (Município de Piraí , estado do Rio, 18/11/1881) − Desencarnou em 13/11/1948.)
Livro: “Antologia dos Imortais” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

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