12.11.22

Página de Ficção

Quando a treva se insinua
No agrupamento do bem,
E feito bomba que explode
Ferindo a quem lhe convém...
 
São tantas almas que tombam
Sob a força da explosão,
Que muitas só se levantam
Depois de algum tempo ao chão...
 
Outras muitas não conseguem
De novo ficar em pé,
Atingidas que se viram
Em seu reduto de fé...
 
No rastro destruidor
Do fogaréu que se espalha,
O grupo, outrora tranquilo,
Lembra um campo de batalha...
 
Ouvem-se lamentações
Entre vozes abafadas,
Recordando os tempos áureos
Das tarefas começadas...
 
Escutam-se companheiros
Em revolta descabida,
Clamando a oportunidade
Que foi por eles perdida...
 
Entretanto, do “artefato”
Que tudo arrasou assim,
Não há quem possa dizer
Quem acendeu o estopim...
 
Quando a fumaça se esvai,
Em meio a grandes assombros,
Vê-se o grupo reduzido
À triste monte de escombros...
 
Aí de nada mais vale
Levantar bandeira branca,
Pois a mágoa que ficou
Do peito ninguém arranca...
 
E aos poucos sobrevivendo,
Vencidos, tristes e fracos,
Para o grupo reerguer-se
Precisam juntar-lhe os cacos!...
 
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, na manhã de domingo do dia 8 de Junho de 1992, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, em Uberaba – MG).

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