2.11.22

O Dia de Finados e a doutrina espírita

O culto aos mortos remonta há milhares e milhares de anos, no período em que os seres humanos habitavam as cavernas e abrigos naturais.
Descobertas arqueológicas evidenciam a crença na sobrevivência da alma, assim como a possibilidade de retorno à vida física, veja-se as mumificações, seja através da ressurreição, seja pela reencarnação.
É, portanto, inato no ser humano o entendimento de que algo sobrevive à decomposição cadavérica, e em todas as culturas esse algo recebeu o nome de Espírito.
Pois são os Espíritos, que estando no mundo invisível aos nossos olhos, quem nos esclarecem, através da Doutrina Espírita, sobre o mecanismo da vida e morte do corpo físico, como sendo uma necessidade para o espírito dar prosseguimento ao seu desenvolvimento em busca da perfeição – condição de céu – e felicidade plena, através da reencarnação.
Os números abaixo são relativos às perguntas e respostas contidas no Livro dos Espíritos.
76 Que definição se pode dar dos Espíritos?
– Pode-se dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da Criação. Eles povoam o universo, fora do mundo material.
84 Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?
– Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.
85 Qual dos dois é o principal na ordem das coisas: o mundo espiritual ou o mundo corporal?
– O mundo espiritual, que preexiste e sobrevive a tudo.
132 Qual é o objetivo da encarnação dos Espíritos?
– A Lei de Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é uma expiação, para outros é uma missão. Mas para chegar até essa perfeição, devem sofrer todas as tribulações da existência corporal: é a expiação.
166 Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?
“Sofrendo a prova de uma nova existência.”
b) A alma passa então por muitas existências corporais?
“Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse é o desejo deles.”
149 Em que se torna a alma logo após a morte?
– Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que havia deixado temporariamente.
159 Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no mundo dos Espíritos?
– Isso depende. Se fizestes o mal com o desejo de fazê-lo, vos envergonhareis de tê-lo feito, em um primeiro momento. Para o justo, é bem diferente: é como o alívio de um grande peso, porque não teme nenhum olhar indagador.
320 Os Espíritos são sensíveis à saudade daqueles que amaram e que ficaram na Terra?
– Muito mais do que podeis supor; se são felizes, essa lembrança aumenta sua felicidade; se são infelizes, essa lembrança é para eles um alívio.
321 O dia da comemoração dos mortos tem algo de solene para os Espíritos? Eles se preparam para visitar os que vão orar nas suas sepulturas?
– Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento tanto nesse dia quanto em qualquer outro.
321-a Esse dia é para eles um encontro junto às suas sepulturas?
– Eles estão aí em um maior número nesse dia, porque há mais pessoas que os chamam. Mas cada um deles vem apenas pelos seus amigos e não pela multidão de indiferentes.
321-b Sob que forma comparecem e como seriam vistos, se pudessem se tornar visíveis?
– Sob a forma pela qual os conhecemos quando encarnados.
323 A visita ao túmulo dá mais satisfação ao Espírito do que uma prece feita para ele?
– A visita ao túmulo é uma maneira de mostrar que se pensa no Espírito ausente: é a imagem. Já vos disse, a prece é que santifica o ato da lembrança; pouco importa o lugar, quando se ora com o coração.
325-a A reunião dos restos mortais de todos os membros de uma família em um mesmo lugar deve ser considerada como uma coisa fútil?
– Não. É um costume piedoso e um testemunho de simpatia por quem se amou. Essa reunião pouco importa aos Espíritos, mas é útil aos homens: as lembranças ficam concentradas em um só lugar.

Por Antônio Navarro

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