13.11.22

Momento Grave

Tenho, ao longo desta minha trajetória de comunicações espirituais, me poupado de abordar sobre a nossa Igreja Católica. Tenho como princípio, como sempre tive na vida física, a ética de tratar de assuntos religiosos, de questões internas, no seio das esferas responsáveis por isso. Tenho tido a mesma postura do lado de cá da vida. Procuro os meus superiores e digo a eles o que penso e o que gostaria de dizer. Eles respondem o que devo e o que não devo me expressar. Fico calado em alguns pontos e outros digo o que seja possível dizer.
Quanto à Igreja Católica, permitam-me dizer, creio que os avanços são tímidos. A ordem das coisas no mundo, no coração das gentes, a situação econômica e social, a violência que campeia, a quebra de valores, os novos desafios tecnológicos, as mudanças profundas que acontecem no seio da Terra, exigem uma postura mais ativa e determinada de nossa Santa Igreja.
Escrevo isto não como uma crítica ao Santo Padre, homem absolutamente preparado para a função que exerce e sei, hoje melhor, das suas limitações nas suas decisões, mas pode-se fazer mais, porque o momento exige mais, meus irmãos.
É preciso que o Colégio Cardinalício se reúna mais vezes para debater assuntos graves destes finais de tempos.
Não se pode cruzar os braços diante das mudanças climáticas que põem o planeta em risco.
Não se pode fingir que a destruição da natureza não está prejudicando o equilíbrio planetário.
Não se pode tolerar mais os grandes desvios econômicos e sociais e não se tentar fazer nada em contrário.
Não se pode ficar calado diante do fratricídio que acontece todos os dias pela força brutal de destruição das drogas, de todos os tipos de drogas.
Não se pode ficar absorto diante da violência urbana que provoca o assassinato de pessoas numa escala jamais vista.
Não é possível que não se veja que o nosso planeta está doente moralmente e que hoje, mais do que nunca, a palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo seja fundamental para tirar-nos desta apatia e trazer-nos novamente para o rumo certo das coisas.
Necessitamos exercitar mais e mais os ensinos do Evangelho de Jesus. Como ele é fundamental para os dias de hoje, será que não percebem?
A falência moral do ser humano é evidente, meus irmãos, onde estão os valores fundamentais que devemos defender. Será possível que o dinheiro comprará todas as consciências?
O mundo precisa de transformação imediata e a nossa Santa Igreja possui - ou pode possuir - um papel importantíssimo neste processo redentor do planeta, basta olhar e seguir fielmente os ditames evangélicos, as soluções estão lá, não noutro lugar, pelo amor de Deus.
Tenho hoje uma visão privilegiada das coisas, é verdade, e se mais não falo é por pura ética, tão-somente. Ética que me constrange porque temos que poupar uma verdade, por enquanto, que grita aos nossos olhos de maneira eloquente.
Abramos os nossos olhos. Não tenhamos medo de ousar, de sair da mesmice, e buscar alternativas novas que sejam contemporâneas as nossas necessidades maiores.
Que Deus vos abençoe, irmãos católicos, no encontrar destas alternativas que mudem o mundo, mas que comecem por mudar a cada um de vocês.

Helder Camara - Blog Novas Utopias

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