23.1.22

Causos Espirituais - Explode Coração


Semanalmente, reservo um horário para me colocar à disposição para realizar psicografias. Geralmente, o primeiro comunicante é Hélder Câmara. Depois, chegam outros espíritos. Se estou fazendo um livro, então a preferência é me dedicar ao autor.
Num dia desses, antes de começar a psicografia, estava escutando uma música. Depois de me deliciar com a melodia inspirativa, aproximei-me psiquicamente de Hélder Câmara.
Concluída a psicografia, o Dom pediu-me para esperar um pouco e que voltava brevemente. É comum ele trazer convidados. O pessoal que conhece ele e o trabalho dele comigo na dimensão espiritual e, na ausência de outro médium à disposição, vez em quando, chega junto para redigir um texto.
Mais por causa de estar à disposição do que pela capacidade sensitiva.
Uns cinco minutos depois, chegou Hélder Câmara com um dos seus convidados. Este, porém, ele me fez um carinho. Trouxe exatamente o compositor e cantor da música que ouvia antes de receber seu texto para o blog.
Quando percebi a sua presença, caí num choro. Um choro daqueles que a gente não consegue se conter nem parar.
- Desculpe chorar assim, mas é que eu sou seu fã, ainda sou, e não esperava a sua presença.
E mais choro de emoção.
- Tudo bem! Posso vir outra hora, se for o caso.
- Não, fique! Passa já!
Aos poucos fui me reconstituindo e expressei da minha admiração pelo seu trabalho e o quanto ele fazia falta à música popular brasileira.
O meu convidado inesperado era Luiz Gonzaga Júnior – o Gonzaguinha.
Desde adolescente me apaixonei pelas suas composições. Ficava horas ouvindo seus Long Plays – LP – era assim que se denominava naquela época. A inteligência e sensibilidade das suas letras me encantava. Ouvia, igualmente, a sua música por outras vozes.
Como não se emocionar com “Começaria tudo outra vez”, “Grito de Alerta” e “Explode Coração” na voz e interpretação ímpar de Maria Bethânia?
Como não se engajar em músicas de ativismo social e político como “Guerreiro Menino”, “É” ou “E vamos à luta”?
Como não se inspirar com “Semente do Amanhã”, “Eu apenas queria que você soubesse” e “Nunca pare de sonhar”, aliás a música que ouvia antes do ofício da escriba espiritual?
E tantas outras composições maravilhosas de um talento irrepreensível.
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, filho registrado do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, teve rápida passagem entre nós, desencarnando aos 45 anos, em 1991.
Para este blog escreveu “Mãos à obra, companheiros!”, demonstrando, efetivamente, que se já era imortal na existência física se forjou ainda mais na pele espiritual.
Como não chorar diante daquele que foi e continua grande pela sua arte e sensibilidade?
Ele mesmo, indagando-se sobre o que seria a vida, filosofou que poderia ser uma batida do coração, uma doce ilusão, maravilha ou sofrimento, alegria ou lamento, um nada no mundo, uma gota, um segundo, um mistério profundo, um sopro do Criador, luta e prazer, ou simplesmente viver.
Quaisquer que sejam os caminhos, a vida é bonita, é bonita, é realmente muito bonita.
Obrigado pela visita, Gonzaguinha! Quando quiser estaremos aí. O choro foi o resultado da inesperada visita e a agradável surpresa proporcionada pelo Dom. E não deu pra segurar, explodiu o coração de tanta emoção.
Carlos Pereira - Blog de Carlos Pereira

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