Sucumbir, Jamais!

A perspectiva da morte nos intriga. O medo de morrer, na prática, é o medo de deixar de existir. É compreensível, portanto, este receio, mas não devemos nos sucumbir nele.
Agora que me vejo pleno no espírito, não posso me furtar do desejo de dizer que me sinto imensamente feliz e satisfeito em constatar que tudo tem a sua hora de acontecer e que não devemos temer quando o dia derradeiro chegar.
A morte, esta mudança de roupa existencial, nos oferece uma incrível demonstração de que a vida se renova sempre. É só esperar e, quando ela chegar, não nos furtemos de oferecer-nos sem resistência, seja qual for o caminho que ela vier.
A vida deste lado é feita de muitas surpresas e esperanças. Surpresas em sempre conhecer algo novo, algo que nos desperta a atenção e o interesse, e que nos enche de aprendizado. Esperanças porque tudo se renova, tudo se sucumbe para permitir nascer algo novo e mais relevante.
Ao desencarnar, na linguagem de nossas irmãos espíritas, vi-me só, inicialmente. De repente, uma luz me envolveu e me trouxe para cá, o lugar que vos escrevo agora. Tudo muito rápido. Condoído, confuso, tudo me parecia uma novidade, como se fosse um grande sonho que insistia em não terminar.
Os personagens desse sonho vinham chegando e indo embora e eu nem percebia direito que eles estavam “mortos”, pois me pareciam tão naturais. Pouco a pouco, eles foram ganhando mais nitidez, visibilidade, e mais compreensão por mim. Até que um dia dei-me conta de que havia morrido e agora vivia no “céu” porque todos aqueles representavam muita alegria para mim.
Hoje, estou aqui transcrevendo estas palavras no intuito de orientar a todos que estejam de partida ou que um dia pegarão este bilhete. É tudo muito tranquilo por aqui, não se apressem em vir, mas quando isto acontecer, relaxem e se entreguem. Nada a temer.
Esses dias de pandemia têm sido muito movimentado do lado de cá da vida. Uns chegam sem consciência alguma, outros nem sabem o que está acontecendo. Outros, bem poucos – é bom que se diga – é que têm uma noção da sua realidade espiritual.
Eu confio, como sempre confiei, no Cristo, então tudo fica mais fácil.
Quero pedir a Deus por todos vocês. Que sua partida, quando for inevitável, seja em paz, que você não resista ou tenha excessivo medo.
Quero pedir a Deus pela humanidade que passa por uma aventura única de ser melhor.
Quero pedir paz para todos os meus irmãos em Cristo e no Pai Maior.

Eugênio Sales - Blog de Carlos Pereira