O que você pensa que é a
morte?
A destruição total ou apenas
um leve movimento de mudança do ser?
A morte e o morrer são dois
fenômenos distintos. Uma tem a ver com a eliminação completa do existir,
enquanto o outro com a desintegração biológica.
Sendo assim, o ser pode
morrer, mas não deixar de existir.
A perspectiva material da
vida se aproxima do conceito de que morrer no corpo físico representa o
desaparecimento completo do ser, isto é, no momento da morte biológica acontece
igualmente a morte do ser.
Esta perspectiva materialista
da vida nada tem a ver com o Espiritismo. Ora, se o ser é, em essência,
espírito, não há, depois da morte biológica, a morte espiritual.
O ser sobrevive à morte
física e, mais do que isso, enaltece outro princípio, o da imortalidade.
Esta concepção de vida é transformacional,
haja vista que, ao mudar de perspectiva existencial, o ser humano ganha novos
ares conscienciais e, com isso, passa a raciocinar e traçar a sua vida atual
dentro da perspectiva imortalista.
Ser imortal é, portanto,
pensar e agir como espírito nesta condição e abandonar, gradativamente, os
aspectos materialistas no seu dia a dia.
A vida sendo plena, ou seja,
tendo uma perspectiva infinita, fará o ser humano almejar ganhos de outra
ordem. Passará a dar mais importância àquilo que enobreça o espírito e não a
condição material que lhe é temporária.
Este modo de pensar, como ser
espiritual que é, acarreta numa mudança radical de valores.
A vida passa a ser vivida de
modo mais tranquilo. Os problemas são vistos com absoluta relatividade.
Respira-se com mais serenidade no caminhar existencial.
Os bens materiais, por
exemplo, ganham relativíssima importância, haja vista serem apenas figuras
simbólicas da realidade, pois são inócuos em si mesmos.
Por que dar valor a algo que
não existe de fato?
Por que labutar toda uma vida
física para preservar ou adquirir elementos que não terão importância alguma na
dimensão do espírito?
Por que valorizar aos que têm
muita posse material se ela é efêmera?
Há outras mudanças de valor
também quando se enxerga a vida por esta nova perspectiva.
As tribulações são percebidas
com mais flexibilidade. O tempo, neste sentido, demonstrará que são passageiras
quaisquer que sejam as agruras.
O morrer no corpo físico,
sendo inevitável, terá outro significado. O ser humano passa a viver a vida na
aquisição única de um patrimônio de ordem transcendental.
Deixará, assim, de ter
importância no cotidiano a tudo aquilo que apenas signifique a perpetuação dos
bens materiais.
A ausência desta preocupação
acarretará normalmente o desapego, a descomplicação e a atormentação pelo
acúmulo de coisas e, consequentemente, o estresse exagerado pela sobrevivência
material.
“Olhai os lírios do
campo...”, asseverava Jesus de Nazaré. Estava dando o recado certo para que não
nos preocupássemos com o dia de amanhã, pois ele, por si só, proverá às
necessidades.
A morte, então, sendo uma
ilusão dos sentidos físicos, se tornará menos tenebrosa, principalmente porque
não será encarada dessa maneira.
Ao destruir o conceito
tradicional de morte, o ser humano passa a construir a sua vida atual baseada
nos valores espirituais, quais sejam: a benevolência para com todos, a
indulgência com as faltas alheias e o perdão irrestrito, em outras palavras,
passa a amealhar no seu viver o conceito mais legítimo de caridade ao próximo.
Viver e morrer, desse modo,
deixam de ser dicotômicos ou antagônicos. Um e outro não competem entre si,
pois que há apenas um modo de ver a vida, a vida espiritual plena, ora exercida
na pele física, ora despojada dela.
Neste caso, a enfermidade
como essa que vive-se atualmente, em escala de pandemia, não seria tratada com
tamanho rigor como se faz.
Não que ela não fosse
energicamente combatida. Não que se deixasse de lado qualquer tipo de
providência para manutenção da vida material. Nada disso. O que ocorreria seria
um ajuntamento de forças para lidar melhor com a adversidade em curso.
Sabendo que não se iria
morrer, no sentido de deixar de existir, o ser humano cuidaria primeiro da sua
alma. Entenderia que, ao estar fortalecido interiormente, conseguiria dominar
os impulsos inferiores que atormentam a sua mente e seu coração.
O equilíbrio espiritual leva
naturalmente a criação de uma rede de proteção exterior. Não sabem que é o
espírito que comanda tudo?
Esta fortaleza interna,
demonstrada por um incrível senso de confiança, proporcionaria um aumento da
quantidade de elementos defensores do organismo físico e, com isso, a
diminuição da incidência da ação destruidora do vírus.
Como qualquer outro agente
homicida, o vírus somente se prolifera à medida que encontra terreno fértil de
ação. Não encontrando esta facilidade, hibernaria até não poder mais agir sobre
o organismo físico.
Pode parecer estranho pensar
dessa maneira, mas é assim que age, na prática, as coisas da matéria em relação
ao espírito.
As precauções de ordem
material devem ser seguidas em mesmo ou maior grau das precauções de ordem
espiritual.
Ao ser que se veja invadido
no seu organismo físico por um agente viral deve-se ter a complacência de saber
que suas defesas íntimas estavam baixas.
A morte física é uma
consequência natural dessa baixa imunidade espiritual. Simples assim.
As defesas são de dupla
ordem. Vocês sabem disso, pois então, ajam conforme o que já sabem.
O medo de morrer é uma defesa
natural do organismo encarnado. Ele é bem-vindo. Ele aciona forças internas de
defesa do organismo físico que passa a lutar ferozmente pela sua sobrevivência.
No entanto, quando este medo de morrer se torna patológico, ou seja, uma ação
mordaz de desequilíbrio emocional, aí então, ele deixa de ter a sua função
preservacionista para aumentar a fragilidade orgânica.
As mortes físicas em curso
têm a ver com a baixa imunidade emocional. O organismo não possui reservas para
reagir aos ataques virais. E assim ocorrendo, subsiste.
Agora, mais que nunca, ao
mesmo tempo que se fortaleçam as defesas do organismo físico com o que se tem
em moda, deve-se se ancorar na fé e na serenidade de espírito para
enfrentamento do mal maior: o medo.
Sim, o que mata não é o
vírus, visto nesta perspectiva espiritual, o que mata é o descontrolado medo de
morrer.
O medo é que desencadeia uma
série de fragilidades interiores. Os mecanismos internos de reação passam a
funcionar debilmente.
Ora, imagine-se numa suposta
guerra, como de fato o é, e a sua guarda principal está completamente desarmada
e atônita. O inimigo não terá qualquer dificuldade de penetração e começará a
ganhar batalha por batalha até sucumbir o seu adversário confuso e
desprotegido.
Neste embate que vive a
humanidade, o que se deve fortalecer, portanto, é a fé e a esperança.
A fé desarma o medo.
A esperança olha para frente
e relativiza o presente.
A fé comanda a reação.
A esperança constrói o
caminho bom de redenção.
A fé minimiza os efeitos
destruidores, ressignificando-os.
A esperança proporciona a
mudança de comportamento para o bem.
Enquanto a humanidade não
entender esse incrível mecanismo de autodefesa humano; enquanto não se entender
como um ser integral; enquanto tatear apenas no raciocínio exclusivista da
matéria; estará perdendo a guerra antes mesmo de iniciada.
O vírus em si não é letal.
Ele obedece à sua natureza. Ele existe com esta finalidade expansionista. O mal
não está no vírus, mas na permissão que se dá para ele avançar no ser humano.
O mundo compreenderá, a duras
penas, infelizmente, que não há que temer o que vem de fora. Há que fortalecer
o que existe por dentro.
A tudo é permitido dois
lados. As polaridades se encontram à disposição do manuseio humano a seu favor.
Inverte-se a perspectiva e altera-se naturalmente o seu embate.
A vida nos convida
permanentemente a reflexões. Este momento é uma oportunidade para uma reflexão
coletiva a partir da mudança de perspectiva individual.
Ou o ser se humaniza e se
descobre como agente do bem, ou se brutaliza e se enterra como agente das
trevas.
A luta que se trava é de
outra ordem, compreendam isso. Na terra, apenas se reflete uma pálida noção da
verdadeira guerra que acontece no plano do espírito.
Nossos embates não devem ser
com ninguém a não ser conosco mesmo. Os agentes da destruição apostam no
terrorismo do desespero. Sabem que a materialidade é predominante no atual
estágio que a humanidade vive e apostam todas as suas fichas neste aspecto.
Sejamos conscienciosos dessa
realidade e passemos a agir de maneira diferenciada, sobretudo aqueles que já
conhecem a perspectiva imortalista do ser.
É nesta hora e não outra que
as convicções devem sair do patamar da teoria e ganhar a ribalta de nossos
comportamentos.
Este é o desafio.
Tudo isto vai passar. Na vida
tudo é transitório. Esta concepção deve tranquilizar nervos e coração.
Seja hoje um agente do bem na
atuação sincera de aproximação com outro irmão, ajudando-o a descobrir como ele
realmente é.
Ao se deparar com a
adversidade, aja com tranquilidade e fé. Exerça a sua condição inadiável de
sujeito imortal.
Jesus a tudo governa. Nada
está sem a sua supervisão direta. Nunca como antes, nos tempos mais próximos,
Ele esteve tão perto de nós.
É o inicio do fim, apenas
isso. Vamos sobreviver a todas as intempéries.
Ao acordar para a nova era
que já está em curso, haveremos de nos comportar como cidadãos mais conscientes
da nossa responsabilidade e força alguma nos abaterá.
Sigamos com o Cristo, sempre!
Da humílima servidora de
Jesus,
Maria Modesto Cravo – Blog de
Carlos Pereira