No capítulo VI, do livro em
estudo, as informações prosseguem reveladoras, com Elói e André recebendo
esclarecimentos de Gúbio, que se refere aos “corpos ovóides”, ou aos espíritos
que regrediram no que tange à forma, pois, psiquicamente, não lograram sustentar
a forma humana, que, no entanto, lhes permanece intrínseca.
O espírito, conforme ensina
Kardec, não regride moralmente, mas, transitoriamente, pode, sim, não mais
exercer controle mental sobre a sua forma humana.
André descreve: “... reparei,
não longe de nós, como que ligadas às personalidades sob nosso exame, certas
formas indecisas, obscuras. Semelhavam-se a pequenas esferas ovóides, cada uma
das quais pouco maior que um crânio humano. Variavam profusamente nas
particularidades. Algumas denunciavam movimento próprio, ao jeito de grandes
amebas, respirando naquele clima espiritual; outras, contudo, pareciam em
repouso, aparentemente inertes, ligadas ao halo vital das personalidades em
movimento.”
Tais “corpo ovóides”, em sua
forma “concentrada”, podem ser comparados às “mônadas” da evolução inicial dos
seres. Imaginemos um ovo de qualquer ave que, essencialmente, encerra a forma
da espécie a que pertence. Não nos esqueçamos, de outro lado, que,
praticamente, todo espírito reencarnante se transfigura em “ovóide”, tendo
suprimido em seu corpo espiritual os implementos característicos do corpo
humano.
Avançando um pouco mais,
podemos dizer que o espírito, ao transcender a sua humanidade, retorna ao
estado de origem, ou seja, de mônada, porém completamente lúcido. Em “O Livro
dos Espíritos”, quando discorrem sobre a forma dos espíritos, os Autores da
Codificação afirmam que, em si, o espírito é “uma flama, um clarão ou uma
centelha etérea”.
*
O “ovóide” nada mais que a
expressão do “corpo mental”.
*
No livro “Evolução em Dois
Mundos”, atestando, em passant, a tese da Reencarnação no Mundo Espiritual,
André Luiz escreveu no capítulo II, da lavra mediúnica de Chico Xavier: “Esse
corpo (perispírito) que evolve e se aprimora nas experiências de ação e reação,
no plano terrestre e nas regiões espirituais que lhe são fronteiriças, é
suscetível de sofrer alterações múltiplas, com alicerces na adinamia
proveniente da nossa queda mental no remorso, ou na hiperdinamia imposta pelos
delírios da imaginação, a se responsabilizarem por disfunções inúmeras da alma,
nascidas do estado de hipo ou hipertensão no movimento circulatório das forças
que lhe mantêm o organismo sutil, e pode também desgastar-se, na esfera
imediata à esfera física, para nela se refazer, através do renascimento,
segundo o molde mental preexistente, ou ainda restringir-se à fim de se
reconstitruir de novo, no vaso uterino, para a recapitulação dos ensinamentos e
experiências de que se mostre necessitado, de acordo com as falhas da
consciência perante a Lei.”
No texto acima está clara a questão da Reencarnação no Mundo Espiritual.
Não raro, para se
reconstituírem, em seus corpos perispirituais, os corpos “ovóides” carecem de
renascer no Mundo Espiritual, antes que voltem a reencarnar na Esfera Física.
O assunto, sem dúvida, é
intrigante e maravilhoso, não obstante apenas para aqueles que não se encontram
presos a preconceitos, ou que insistem em seus velhos dogmas doutrinários –
dogmas que a Doutrina, em absoluto, não possui, mas nos quais muitos ainda sentem
necessidade de se apoiarem endossando interesses de ordem pessoal.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 11 de fevereiro de 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário