11.2.19

XXXIV – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”

– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No capítulo VI, do livro em estudo, as informações prosseguem reveladoras, com Elói e André recebendo esclarecimentos de Gúbio, que se refere aos “corpos ovóides”, ou aos espíritos que regrediram no que tange à forma, pois, psiquicamente, não lograram sustentar a forma humana, que, no entanto, lhes permanece intrínseca.
O espírito, conforme ensina Kardec, não regride moralmente, mas, transitoriamente, pode, sim, não mais exercer controle mental sobre a sua forma humana.
André descreve: “... reparei, não longe de nós, como que ligadas às personalidades sob nosso exame, certas formas indecisas, obscuras. Semelhavam-se a pequenas esferas ovóides, cada uma das quais pouco maior que um crânio humano. Variavam profusamente nas particularidades. Algumas denunciavam movimento próprio, ao jeito de grandes amebas, respirando naquele clima espiritual; outras, contudo, pareciam em repouso, aparentemente inertes, ligadas ao halo vital das personalidades em movimento.”
Tais “corpo ovóides”, em sua forma “concentrada”, podem ser comparados às “mônadas” da evolução inicial dos seres. Imaginemos um ovo de qualquer ave que, essencialmente, encerra a forma da espécie a que pertence. Não nos esqueçamos, de outro lado, que, praticamente, todo espírito reencarnante se transfigura em “ovóide”, tendo suprimido em seu corpo espiritual os implementos característicos do corpo humano.
Avançando um pouco mais, podemos dizer que o espírito, ao transcender a sua humanidade, retorna ao estado de origem, ou seja, de mônada, porém completamente lúcido. Em “O Livro dos Espíritos”, quando discorrem sobre a forma dos espíritos, os Autores da Codificação afirmam que, em si, o espírito é “uma flama, um clarão ou uma centelha etérea”.
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O “ovóide” nada mais que a expressão do “corpo mental”.
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No livro “Evolução em Dois Mundos”, atestando, em passant, a tese da Reencarnação no Mundo Espiritual, André Luiz escreveu no capítulo II, da lavra mediúnica de Chico Xavier: “Esse corpo (perispírito) que evolve e se aprimora nas experiências de ação e reação, no plano terrestre e nas regiões espirituais que lhe são fronteiriças, é suscetível de sofrer alterações múltiplas, com alicerces na adinamia proveniente da nossa queda mental no remorso, ou na hiperdinamia imposta pelos delírios da imaginação, a se responsabilizarem por disfunções inúmeras da alma, nascidas do estado de hipo ou hipertensão no movimento circulatório das forças que lhe mantêm o organismo sutil, e pode também desgastar-se, na esfera imediata à esfera física, para nela se refazer, através do renascimento, segundo o molde mental preexistente, ou ainda restringir-se à fim de se reconstitruir de novo, no vaso uterino, para a recapitulação dos ensinamentos e experiências de que se mostre necessitado, de acordo com as falhas da consciência perante a Lei.”

No texto acima está clara a questão da Reencarnação no Mundo Espiritual.
Não raro, para se reconstituírem, em seus corpos perispirituais, os corpos “ovóides” carecem de renascer no Mundo Espiritual, antes que voltem a reencarnar na Esfera Física.
O assunto, sem dúvida, é intrigante e maravilhoso, não obstante apenas para aqueles que não se encontram presos a preconceitos, ou que insistem em seus velhos dogmas doutrinários – dogmas que a Doutrina, em absoluto, não possui, mas nos quais muitos ainda sentem necessidade de se apoiarem endossando interesses de ordem pessoal.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 11 de fevereiro de 2019.

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