10.2.19

Mãos


Duas mãos que se abrem num gesto de pedir.
Duas mãos que se fecham no ato de não mais permitir.
O que são as mãos senão o espelho da alma.
Mãos que agradecem.
Mãos que suplicam perdão.
Mãos que acariciam outras mãos.
Mãos que se elevam aos céus clamando justiça e paz.
Mãos que abraçam e que não queremos deixá-las jamais.
Mãos que apontam caminhos.
Mãos que fazem a vida ter sentido na oração.
Mãos que acenam adeuses e choram a partida alheia.
Mãos que dizem não.
Mãos que protegem a face da vergonha.
Mãos que se embaraçam lavando as próprias mãos.
Mãos que indicam surrupião.
Mãos que enxugam lágrimas.
Mãos que demonstram que estamos a pensar.
Todos os gestos das mãos têm o seu significado próprio e original. É uma forma de se encontrar com o mundo.
Usem as mãos.
Falem com as mãos.
Gritem com as mãos.
Mas que elas sejam, o máximo que você puder, uma possibilidade de levar amor e carinho a quem elas encontrar.
Que tuas mãos sejam, de verdade, o reflexo da tua alma.

Hélder Câmara – Blog Novas Utopias

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