A porta que abre hoje é
aquela que nos leva à esperança por novos dias.
Os tempos que vivemos são
tumultuados, cheios de surpresas, amontoados de fragilidades humanas, muita
guerra e muito ódio. Como aplacar tanta cegueira senão abrindo portas.
As portas que falo dizem
respeito àquelas que podem ser feitas por intermédio do coração.
Quando abrimos portas,
estamos convidando o outro a entrar, não ficar do lado de fora, mas
compartilhar conosco com aquilo que está porta a dentro.
Queremos abrigar o outro de
alguma maneira. Convidamos ele a fazer parte da nossa vida, do nosso convívio,
do nosso dia a dia.
Esse convite é extensivo a
todos aqueles que desejam igualmente abrir novas portas.
Ora, o mundo do jeito que
está só tem solução se cada um de nós começarmos a abrir as nossas portas
interiores.
- E como se faz isso, Dom Hélder?
Simples, meus caros! Estamos
nos referindo as portas do coração. Estamos dizendo que permitimos ao outro
compartilhar conosco das suas necessidades e desejos. E nós igualmente faremos
o mesmo. É, portanto, um jogo de permissões.
Somente se abrem portas
quando ambos os lados estão afetos em dividir e não em subtrair.
Eu abro as portas do meu
coração há bastante tempo. Quando me dei conta, no meu tempo de padre com
vocês, percebi que as portas do meu coração estavam completamente escancaradas.
Depois disso, não consegui fecha-las jamais.
Essa abertura da porta
interior é um convite à reflexão. Se abrirmos as portas do nosso interior, o
outro se sentirá à vontade para também fazer o mesmo.
Quando abro as portas do meu
coração, digo silenciosamente ao outro: “ de outra vez, não precisa nem bater,
é só entrar”.
Pois bem, minha casa
interior, desde então, vive repleta de amigos e irmãos. Jamais fiquei só por
causa disso. Desconheço o que seja a solidão.
É um verdadeiro rebuliço de
gente em profunda alegria dentro de mim, simplesmente porque permiti que minhas
portas interiores estivessem abertas.
Meus caros irmãos e irmãs em
Cristo Jesus, aproveitem a oportunidade que tiverem para abrir as portas do seu
coração para o outro. Sem demora e sem queixumes. Sem reservas e sem
expectativas.
Alguém poderia me dizer:
- Mas, Dom Hélder, e se
alguém me decepcionar, trair a minha confiança?
Meus irmãos, que sejam os
outros que fechem portas e não você. O segredo é estar sempre à disposição para
abrir as suas portas e deixar que o outro penetre de mansinho.
Somente fazemos amigos quando
abrimos as portas do nosso coração. Quando as fechamos, aí, inevitavelmente, só
teremos a nossa própria companhia.
Que Jesus nos abençoe e até
uma próxima oportunidade, se Deus quiser!
Helder Camara – Blog Novas Utopias
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