- SOLUÇÕES EM CURTO,
MÉDIO E LONGO PRAZO
Um amigo me escreve,
solicitando a minha opinião para a "pandemia" das drogas que,
infelizmente, vem comprometendo o futuro de muitos jovens da nova geração.
O caso - reconheço - é muito
sério, com repercussões inclusive no Mundo Espiritual, dado o número de
companheiros que retornam da Terra, vitimados pela "overdose", quando
não pelas sequelas de natureza mental, a requisitar demorado e complexo
tratamento nos hospitais do Mais Além.
Sejamos práticos e objetivos.
Em curto prazo, as drogas constituem problema de alçada policial. A questão da
impunidade carece de ser, urgentemente, resolvida. Leis mais rígidas necessitam
ser articuladas e postas para funcionarem, independente da classe social e do
poder aquisitivo dos envolvidos no tráfico. Porque, ao contrário do que se
imagina, o tráfico não se concentra apenas nas favelas.
Em médio prazo, a solução do
problema, necessariamente, diz respeito à justiça social. O desemprego e/ou o
subemprego fomentam a ociosidade. Cabeça e mãos desocupadas favorecem a
sintonia com o mal, notadamente com a parte obscura de nossa própria
personalidade. O espírito à mercê de suas inclinações e tendências tende a
repetir os erros cometidos em pretéritas existências.
Em longo prazo, providência
que, sendo muito otimista, talvez envolva uma ou duas gerações, a solução
definitiva está na Educação. Estou me referindo, ó óbvio, à Educação abrangente
e não à que cuida apenas do intelecto. Mais escolas e educadores competentes.
Não se trata de alfabetizar, mas, sim, de iluminar!
Em "O Livro dos
Espíritos", obra máxima da Codificação, os Espíritos Superiores disseram a
Kardec que a educação é um conjunto de hábitos adquiridos. Convenhamos que tais
hábitos são adquiridos nos Dois Lados da Vida! Pouco adianta o esclarecimento
do espírito na vida de além-túmulo, se, ao reencarnar, ele volta para o mesmo
meio e sucumbe às suas influências nocivas.
Leiam, por exemplo, do livro
"Nosso Lar", o capítulo 47, intitulado "A Volta de Laura".
D. Laura, um dos espíritos mais lúcidos da colônia espiritual, estando prestes
a reencarnar, revela por um de seus maiores medos a influência das "zonas
inferiores": "Aqui - diz ela ao Ministro Genésio -, contamos com as
vibrações espirituais da maioria dos habitantes educados, quase todos, nas
luzes do Evangelho Redentor; e ainda que velhas fraquezas subam à tona de
nossos pensamentos, encontramos defesa natural no próprio ambiente. Na Terra,
porém, nossa boa intenção é como se fora bruxuleante luz num mar imenso de
forças agressivas".
Os nossos irmãos encarnados
não podem, pois, confiar apenas na capacidade moral do espírito que regressa às
lides materiais, a fim de se eximir das circunstâncias de um orbe de provas e
expiações. Os jovens e mesmo os adultos que caem, sob a terrível influência das
drogas, como se costuma generalizar, não são espíritos assim tão repletos de
mazelas. E nem, por favor, se fale em carma, porque, como ensinava Chico
Xavier, o carma é algo que pode estar sendo gerado no minuto que passa!
Aproveito o ensejo destas
palavras, para paternal advertência a muitos pais espíritas que estão se
"esquecendo" de conduzir os filhos às aulas de Evangelização nos
centros espíritas. O Evangelho, administrado desde tenra idade, é remédio e
vacina: remédio para os males já adquiridos e vacina contra aqueles passíveis
de ainda serem contraídos!
Em linhas gerais, meu amigo,
é o que penso, orando a Deus, no sentido de que a Humanidade, no intuito de
combater a calamidade das drogas, não venha a necessitar, do ponto de vista
coletivo, de medidas mais extremas - que, caso se façam indispensáveis, haverão
de ser providenciadas pela Lei Divina!
Sobretudo, não nos
esqueçamos: no combate às drogas, tenhamos ou não familiares envolvidos
diretamente com elas, todos somos convocados pelas Milícias do Bem a fazer,
ainda hoje, a parte que nos compete! Seja acionando a polícia, gerando empregos
e/ou proporcionando a uma criança acesso ao banco escolar!
Carlos A. Baccelli - INÁCIO
FERREIRA.