– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
Na sequência de nossas
reflexões sobre o capítulo IV de “Libertação”, Gúbio, elucidando dúvidas de
André Luiz e Elói, afirma:
“Já perambulamos por estes
sítios sombrios e inquietantes, mas os choques biológicos do renascimento e da
desencarnação, mais ou menos recentes, não te permitem, nem a Elói, o
desabrocho de reminiscências completas do passado.”
Quantos de nós outros não
teremos, igualmente, perambulado pelas regiões inferiores do Mundo Espiritual,
emergindo, lentamente, do pântano de nossos erros?! Quantos de nós, talvez, não
tenhamos, por ação da Divina Misericórdia, delas saído para a Terra, ou para
outra Dimensão, e, quem sabe, após a experiência vivenciada, haveremos de para
elas regressar?! Quantos não são os que, escondidos sob a forma humana, ainda
não passam de seres capazes de cometer despautérios que os nivelam aos
“draconianos”, descritos por André Luiz?!
*
De repente, segundo o autor
espiritual, eles começaram a ouvir uma música exótica...
Vejam: até o gosto musical
com o qual ainda nos identificamos não deixa de nos manifestar a evolução do
espírito... Naqueles “sítios” a música era primitiva – exótica, quanto exóticos
são os sons de diversas expressões musicais no orbe terrestre, que, por vezes,
levam as multidões ao delírio e à insanidade, induzindo ao consumo de drogas e
à devassidão...
*
Gúbio recorda a André e Elói
que deveriam permanecer em atitude de vigilância e oração, esclarecendo:
“Em qualquer constrangimento
íntimo, não nos esqueçamos da prece. É, de ora em diante, o único recurso de
que dispomos a fim de mobilizar nossas reservas mentais superiores, em nossas
necessidades de reabastecimento psíquico. Qualquer precipitação pode
arrojar-nos a estados primitivistas, lançando-nos em nível inferior, análogo ao
dos espíritos infelizes que desejamos auxiliar.”
Sim! Quantas vezes o homem se
deixa encolerizar com facilidade, permitindo-se influenciar pelas
circunstâncias adversas, em vez de lograr influenciá-las?! Uma simples
discussão pode degenerar em agressão, e, não raro, culminar com a prática de um
crime... É que a linha divisória que nos separa da “fera” que, ainda ontem,
fomos, é muito frágil, e com facilidade pode ser ultrapassada... Se Gúbio,
elevado Instrutor mantinha-se vigilante neste sentido, o que podemos dizer de
nós outros, encarnados e desencarnados, que ainda não nos encontramos
enraizados em nossas convicções de ordem superior?!...
*
- “Em minutos breves – narra
André – penetramos vastíssima aglomeração de vielas, reunindo casario decadente
e sórdido.”
Construções típicas da Alta
Idade Média...
Insalubridade...
Esgoto correndo a céu
aberto...
- “Rostos horrendos,
contemplavam-nos furtivamente, a princípio, mas, à medida que varávamos o
terreno, éramos observados, com atitude agressiva, por transeuntes de miserável
aspecto.”
Com certeza, embora
materializados, Gúbio, André e Elói exibiam uma fisionomia diferente, com
traços que chamavam a atenção daqueles espíritos, que os espreitavam movidos
por intenções diversas...
- “Mutilados às centenas,
aleijados de todos os matizes, entidades visceralmente desequilibradas,
ofereciam-nos paisagens de arrepiar.”
Quanto mais inferior a
Dimensão em que a Vida se manifesta, mais sofre a forma em que ela se expressa.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 29 de outubro
de 2018.
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