29.10.18

XXIII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Na sequência de nossas reflexões sobre o capítulo IV de “Libertação”, Gúbio, elucidando dúvidas de André Luiz e Elói, afirma:
“Já perambulamos por estes sítios sombrios e inquietantes, mas os choques biológicos do renascimento e da desencarnação, mais ou menos recentes, não te permitem, nem a Elói, o desabrocho de reminiscências completas do passado.”
Quantos de nós outros não teremos, igualmente, perambulado pelas regiões inferiores do Mundo Espiritual, emergindo, lentamente, do pântano de nossos erros?! Quantos de nós, talvez, não tenhamos, por ação da Divina Misericórdia, delas saído para a Terra, ou para outra Dimensão, e, quem sabe, após a experiência vivenciada, haveremos de para elas regressar?! Quantos não são os que, escondidos sob a forma humana, ainda não passam de seres capazes de cometer despautérios que os nivelam aos “draconianos”, descritos por André Luiz?!
*
De repente, segundo o autor espiritual, eles começaram a ouvir uma música exótica...
Vejam: até o gosto musical com o qual ainda nos identificamos não deixa de nos manifestar a evolução do espírito... Naqueles “sítios” a música era primitiva – exótica, quanto exóticos são os sons de diversas expressões musicais no orbe terrestre, que, por vezes, levam as multidões ao delírio e à insanidade, induzindo ao consumo de drogas e à devassidão...
*
Gúbio recorda a André e Elói que deveriam permanecer em atitude de vigilância e oração, esclarecendo:
“Em qualquer constrangimento íntimo, não nos esqueçamos da prece. É, de ora em diante, o único recurso de que dispomos a fim de mobilizar nossas reservas mentais superiores, em nossas necessidades de reabastecimento psíquico. Qualquer precipitação pode arrojar-nos a estados primitivistas, lançando-nos em nível inferior, análogo ao dos espíritos infelizes que desejamos auxiliar.”
Sim! Quantas vezes o homem se deixa encolerizar com facilidade, permitindo-se influenciar pelas circunstâncias adversas, em vez de lograr influenciá-las?! Uma simples discussão pode degenerar em agressão, e, não raro, culminar com a prática de um crime... É que a linha divisória que nos separa da “fera” que, ainda ontem, fomos, é muito frágil, e com facilidade pode ser ultrapassada... Se Gúbio, elevado Instrutor mantinha-se vigilante neste sentido, o que podemos dizer de nós outros, encarnados e desencarnados, que ainda não nos encontramos enraizados em nossas convicções de ordem superior?!...
*
- “Em minutos breves – narra André – penetramos vastíssima aglomeração de vielas, reunindo casario decadente e sórdido.”
Construções típicas da Alta Idade Média...
Insalubridade...
Esgoto correndo a céu aberto...
- “Rostos horrendos, contemplavam-nos furtivamente, a princípio, mas, à medida que varávamos o terreno, éramos observados, com atitude agressiva, por transeuntes de miserável aspecto.”
Com certeza, embora materializados, Gúbio, André e Elói exibiam uma fisionomia diferente, com traços que chamavam a atenção daqueles espíritos, que os espreitavam movidos por intenções diversas...
- “Mutilados às centenas, aleijados de todos os matizes, entidades visceralmente desequilibradas, ofereciam-nos paisagens de arrepiar.”
Quanto mais inferior a Dimensão em que a Vida se manifesta, mais sofre a forma em que ela se expressa.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 29 de outubro de 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário