9.10.18

XX – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

O capítulo IV do livro “Libertação” – “Numa Cidade Estranha” –, sem dúvida, é um dos mais interessantes e reveladores do livro, pois, na companhia de Gúbio e Elói, André Luiz visita a Dimensão das Trevas, que é uma Dimensão Subcrostal.
Chico Xavier dizia que quando tinha oportunidade de “enxergar” os diferentes Mundos, era como se ele “enxergasse” uma bola dentro de outra – uma bola de gude dentro de uma de beisebol, uma de beisebol dentro de uma de futebol de salão, uma bola de futebol de salão dentro de outra de futebol de campo, e, assim, sucessivamente.
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Estudando os livros de André Luiz – repetimos –, percebemos que ele leva o leitor a realizar uma “viagem no tempo” – quando, por exemplo, escreve “Nosso Lar”, ele conduz a mente do leitor ao futuro, mas quando escreve “Libertação”, conduz a mente do leitor ao passado... Claro que a referida “viagem no tempo” é realizada tomando a Terra como ponto de referência – a Terra é o tempo presente, onde o leitor das obras de André Luiz se encontra situado.
Inclusive, já tivemos oportunidade de afirmar, necessitamos de pluralizar o Mundo Espiritual – são Mundos Espirituais, sendo que a Terra não passa de ser mais um deles! Assim como o corpo físico nada mais é que um de nossos inúmeros corpos espirituais, ou perispíritos!...
Simples assim.
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André relata: “Após a travessia de várias regiões ‘em descida’, com escalas por diversos postos e instituições socorristas, penetramos vasto domínio de sombras”.
A descrição que é feita a seguir nos transmite a impressão de que os três amigos – André, Gúbio e Elói – estão voltando à Terra da Idade Média – exceção feita à Natureza, que o autor espiritual fará questão de retratar com detalhes.
Esse “em descida”, colocado entre aspas, é muito interessante, porquanto, a rigor, quem saberá dizer o que fica em cima e o que ficam abaixo, o que fica a direita ou o que fica à direita... Mais uma vez, notemos um dos principais postulados da  Física Quântica confirmado: o objeto observado depende do observador... Tal constatação do Mundo da Física vale, igualmente, para o Mundo Moral.
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Descrevendo a paisagem desoladora com que eles se deparam, logo após atingirem a meta e “pisarem chão firme”, André registra:
“A claridade solar jazia diferenciada.
Fumo cinzento cobria o céu em toda a sua extensão.
A volitação fácil se fizera impossível.
A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a ideia de braços erguidos em súplicas dolorosas.”
Tentemos interpretar o texto acima: o Sol era o mesmo, porém quase encoberto por nuvens escuras – certamente, de acentuada poluição física (incêndios) e psíquica – das formas-pensamento que pairavam na psicosfera...
Natureza sofrida.
Com certeza, pouca água.
Entre espíritos sofredores, até a Natureza sofre.
Notemos, ainda, que, em quase tudo, a Dimensão é semelhante à da Crosta – Sol, vegetação, árvores, aves agoureiras, répteis (como haveremos de ver no próximo estudo)...
Um ambienta de desolação.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 8 de outubro de 2018.

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