O 1º receio, conforme vimos,
era alusivo ao esquecimento do passado, alegando que tinha medo de reincidir em
velhos erros, que ela considerava na condição de úlceras mal cicatrizadas. Em
resposta, o Ministro, que estava representando o Governador, lhe diz: “Não
ignoro o que representam as sombras do campo inferior, mas é indispensável
coragem, e caminhar para diante. Ajudá-la-emos a trabalhar muito mais no bem
dos outros, que na satisfação de si mesma. O grande perigo, ainda e sempre, é a
demora nas tentações complexas do egoísmo.”
O trabalho em favor do
próximo é poderoso auxílio para que o espírito reencarnado supere o
esquecimento específico de seus compromissos espirituais, de vez que,
procurando ser útil aos semelhantes, ele estará estabelecendo defesas naturais
contra o olvido de seus deveres.
*
Em seguida, continuando a
dialogar com o Ministro, ela se refere ao seu 2º receio: a influência do meio.
O seu 2º receio, evidentemente, seria consequência do 1º, pois, a influência do
meio é que nos facilita o esquecimento de nossas obrigações espirituais com a
Vida. E, sem dúvida, a influência do meio, chega a ser mais difícil a ser
superada que o esquecimento do passado – o olvido temporário, não raro, chega a
ser benéfico para o espírito, mas, em um orbe de provas e expiações, a
influência do meio é muito difícil de ser vida: as tentações, os arrastamentos,
as oportunidades de cair, os atalhos que a estrada oferece, a formação
educacional que, por vezes, não concorre para a espiritualização da criatura...
*
E, por fim, Dona Laura expõe
ao Ministro Genésio, o seu 3º receio, ou medo, na reencarnação: a questão dos
ascendentes biológicos, ou da herança genética que lhe tocaria na formação de
seu novo corpo...
Realmente, nem sempre, ao
reencarnar, o espírito logra sobrepor-se à matéria – na maioria das vezes, ele
se sujeita, integralmente, às leis da hereditariedade. E sabemos, sem nenhuma
ideia de eugenia, que existem corpos que não facilitam o aprendizado do
espírito – ele pode reencarnar debaixo de limitações físicas imperceptíveis,
que, inclusive, podem interferir em seu estado de ânimo nas atividades que deve
exercer. Existem organismos, por exemplo, mais predispostos a desenvolverem
determinados vícios...
*
Veja-se caro (a) internauta,
como a questão da reencarnação é complexa, e não se trata, simplesmente, de
“entrar em um novo corpo formação”... O espírito consciente de que a
reencarnação é uma “tentativa de magna importância”, preocupa-se com os
detalhes de sua volta ao corpo. Falando a respeito do assunto com o Ministro,
Dona Laura lhe diz: - “Ah, é verdade (...), pedi essa providência para que não
me encontre demasiadamente sujeita à lei da hereditariedade. Tenho tido grande
preocupação, relativamente ao sangue.”.
Dona Laura, mãe de Lísias,
era uma das benfeitoras da comunidade de “Nosso Lar”, e certos cuidados, por
méritos seus, estavam sendo tomados em seu processo reencarnatório. Imaginemos,
no entanto, o espírito que volta a Terra sem contar com nenhum mérito de sua
parte, e que, portanto, deve se sujeitar às condições disponíveis – certamente,
para ele, a partir de seu próprio corpo, torna-se muito mais difícil lidar com
as adversidades.
Veja-se quanto é complexo o
problema da reencarnação, no sentido de que o espírito supere os embaraços que
lhe têm sido impostos pela sua própria imperfeição.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 2 de abril (*)
de 2018
(*) Data de Nascimento do
Médium Chico Xavier – a ele o nosso carinho e a nossa gratidão.
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