Questão 1 do Livro dos
Espíritos
O primeiro interesse de Allan
Kardec foi saber dos Espíritos que era Deus e eles responderam dentro da maior
simplicidade, mas com absoluta segurança: Deus é a Inteligência Suprema, causa
primária de todas as coisas.
Não poderemos nos sentir
seguros onde quer que estejamos, sem pelo menos alimentar a ideia de uma fonte
criadora e imortal. O estudo sobre o Senhor nos dá um ambiente de fé que
corresponde, na sua feição mais pura, à vontade de viver. Sentimos alegria ao
entrarmos em contato com a natureza, pois ela fala de uma inteligência acima de
todas as inteligências humanas, de um amor diferente daquele que sentimos, de
uma paz operante nos seus mínimos registros de vida. O Deus que procuramos fora
de nós está igualmente no centro da nossa existência, porque Ele está em tudo,
nada vive sem a sua benfeitora presença.
O Criador estabeleceu leis na sua casa maior,
que cuidam da harmonia na mansão divina, sem jamais esquecer do grande e do
pequeno, do meio e dos extremos, para que seja dado, a cada um, segundo as suas
necessidades. Não existe injustiça em campo algum de vida, pois cada Espírito
ou coisa se move no ambiente que a sua evolução comporta; daí resulta o porquê
de devermos dar graças por tudo o que nos é colocado no caminho.
É justo, entretanto, que nos lembremos do
esforço individual, e mesmo coletivo, de sempre melhorar, como sendo a nossa
parte, para alcançarmos o melhor. Aquele que acha que tem fé em Deus, mas que
vive envolvido em lugares de dúvida, com companheiros que não correspondem às suas
aspirações de esperança, ainda carece da verdadeira fé, iluminada pela
temperatura do amor. É a confiança que requer reparo. Assim sucede com todas as
virtudes conhecidas e, por vezes, vividas por nós.
Estudemos a harmonia do Universo, meditemos
sobre ela, pedindo ao Mestre que nos ajude a compreender esse equilíbrio
divino, porque se entrarmos em plena ressonância com a Criação, sanar-se-ão
todos os problemas, serão desfeitas todas as dificuldades e todos os
infortúnios cessarão. Somente depois disso, pelas vias da sensibilidade e pelo
porte espiritual que escolhemos para viver, é que teremos a resposta mais exata
sobre que é Deus.
Conhecer e Amar são duas
metas que não poderemos esquecer em todos os nossos caminhos. Estes dois
estados d'alma abrir-nos-ão as portas da felicidade, pelas quais poderemos
viver em pleno céu, mesmo estando andando e morando na Terra. A Suprema
Inteligência está andando conosco e falando constantemente aos nossos ouvidos,
em todas as dimensões do entendimento, porém, nós ainda estamos surdos aos seus
apelos e passamos a sofrer as consequências da nossa ignorância. Todavia, o
intercâmbio entre os dois mundos acelera uma dinâmica sobremodo elevada a
respeito das coisas divinas, para melhor compreensão daqueles que dormem, e o Cristo,
como guia visível através das mensagens, toca os clarins da eternidade
anunciando novo dia de libertação das criaturas, mostrando onde está Deus e que
é Deus, que nos espera, filhos do seu Coração, de braços abertos, como Pai de
Amor.
Livro: Filosofia Espírita - I
- João Nunes Maia - Miramez
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