Ante a polêmica internacional
a respeito dos refugiados/imigrantes, suscitada, ultimamente, pelo
recém-Presidente eleito do EEUU, uma pergunta nos surge espontaneamente: -
Sobre a Terra, quem, de certa maneira, não pode ser considerado na condição de
um refugiado/imigrante?!
A quem, originalmente,
pertencia os diversos países, a não ser aos nativos, que foram, sucessivamente,
espoliados pelos invasores?!
Desde que Adão e Eva foram
expulsos do Paraíso, todos os homens são refugiados/imigrantes na Terra.
Sob a ótica da Doutrina
Espírita, à semelhança do que conta Jesus na Parábola do Filho Pródigo, todos
somos espíritos errantes, na tentativa de retornar à Casa Paterna.
Vejamos a Sabedoria de Deus,
na Lei da Reencarnação: a rigor, quem pertencerá a esse ou àquele planeta,
país, raça, sexo, cultura, etc?! Periodicamente, no corpo ou fora dele, não
vivemos na condição de refugiados/imigrantes, a fim de que aprendamos o amor
universal?!...
Neste sentido, no livro
“Nosso Lar”, com a sua própria experiência de espírito desencarnado, André
Luiz, igualmente, nos transmite extraordinária lição.
Em “Nosso Lar”, o grande
cientista, era também um estrangeiro, não dispondo sequer de uma casa para
morar.
Além da morte do corpo
carnal, não se deparou ele, de imediato, com nenhum de seus familiares, ou
mesmo de amigos mais chegados que se dispusessem a acolhê-lo.
Por caridade, ou seja, pelo
exercício da legítima fraternidade, que nos ensina que todos somos membros da
mesma família humana, é que André foi convidado a morar na casa de Dona Laura,
mãe de Lísias, que ele conhecera no hospital, onde, na condição de indigente,
estava sendo tratado.
Vocês se recordam da beleza
dessa magnífica lição?!
Um dia, com certeza, todos os
homens se verão assim, do Outro Lado da Vida, à mercê da generosidade alheia.
Não é exatamente assim que
nos vemos, quando a reencarnação nos encaminha de volta a Terra, totalmente
indefesos, na completa dependência de quem, inclusive, nos dê alimento na boca
para que possamos sobreviver?!
A discussão política em torno
da questão social dos refugiados/imigrantes sinaliza o quanto ainda há de
preconceito no espírito do homem, e o quanto ele ainda está distante do
“amai-vos uns aos outros”.
Quando fugia da fúria de
Herodes, a fim de não ser morto, não foi o Cristo um exilado em terras do
Egito?!
Durante mais de quatro
séculos, o povo judeu morou no Egito dos faraós, e hoje, sistematicamente, nega
um pedaço de terra aos palestinos, que são seus irmãos.
Até hoje, ao que nos parece,
Sara não conseguiu relevar a falta cometida por Abraão, por ele ter tido um
filho com Agar, a escrava, não reconhecendo que Ismael e Isaque são irmãos.
Ao que nos parece, até que a
lição, que a Lei Divina está proporcionando à Humanidade com a questão
refugiados/imigrantes, possa ser assimilada, haverá para ela muito pranto e ranger
de dentes.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 20 de março de
2017.
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