28.3.17

A Tragedia de Santa Maria


pelo espírito Adolfo Bezerra de Menezes
psicografado por Yvonne A. Pereira

            Pelos idos de 1920 chega ao Rio de Janeiro, Pamela jovem fluminense de 20 anos de idade, proveniente do interior do pais. Órfã e pobre, dirigi-se a capital à procura de meios para a própria subsistência.
            Cerca de sessenta anos antes, achando-se ainda encarnado, Bezerra de Menezes, tivera a oportunidade de ser o padrinho de Esmeralda, espírito agora reencarnado na forma da jovem Pamela.
            Apesar da orfandade e pobreza, Pamela contou com uma bolsa de estudos e ao completar 25 anos, herdará ainda a fortuna de seu falecido tio bisavô, Comendador Antônio José de Maria e Sequeira de Barbedo, proprietário da Fazenda Santa Maria.
            Pamela dedicava seus dias no trabalho honesto, como costureira. A noite dedicava horas preciosas ao estudo do Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec.
            Diversas noites, enquanto seu corpo aproveitava do sono restaurador, Pamela que era médium, projetava-se em desdobramento com a supervisão e proteção de Bezerra de Menezes. Em algumas vezes, dirigia-se à cidade de Zurique na Suiça a busca de ente querido seu, chamado carinhosamente de Bentinho. Bentinho fora seu amado na última encarnação, quando ela mesma usava o nome de Esmeralda, filha do Comendador Antônio José de Maria e Sequeira de Barbedo.
            Bentinho hoje encontrava-se encarnado como Maximiliano Niemeyer, suíço de nascimento, e que nesses breves encontros astrais, queixava-se da solidão, apartado do amoroso convívio de Esmeralda. E certa noite, confidenciou através de comunicação telepática, à Pamela que a fim de conseguir refrigério para a nostalgia que lhe cruciava, filiara-se a um grêmio humanitário, onde o estudo do idioma Esperanto seria indispensável.
            Ele pediu então à Pamela que imitasse o seu gesto, na esperança de que um dia chegassem a se corresponder através de alguma revista ou jornal de propaganda do Esperanto, já que essas duas almas queridas se buscam ansiosas, sem outras possibilidades ou oportunidades de se avistarem senão as que permitem o sono do corpo físico.
            No dia seguinte, despertando Pamela no Rio de Janeiro e Max em Zurique, teriam esquecido o referido encontro em corpo astral, trazendo apenas a impressão deliciosa de um lindo sonho de amor. Cultivando o estudo do Esperanto, porém, ambos teriam maior chance de vir a se conhecer frente a frente em corpo de carne, renovando no futuro, a felicidade que tão duramente lhes foi arrebatada no passado.
            A partir de então, Bezerra de Menezes sempre que podia, procura lembrar a Pamela, através de sugestões mentais sutis, o compromisso assumido de aprender Esperanto perante a Max. O Esperanto está a serviço da Fraternidade como a Beneficência a serviço do Amor ...
            Por ser espírita, Pamela rapidamente demonstrou afinidade e simpatia com o Esperanto, e iniciou um curso da língua internacional
            Certa noite, Pamela encontrou na sede do núcleo espírita que frequentava, uma revista em Esperanto. Folheando a revista, deparou-se com um artigo de um jovem agrônomo suíço, acompanhado de uma foto do autor. Chamava-se Max Niemeyer e tinha então 30 anos.
            Pamela intrigou-se com a foto de Max, pois tinha certeza de conhecê-lo, apesar da impossibilidade do fato. Encantada com o teor do artigo, Pamela escreveu em Esperanto a Max, parabenizando-o. Max a respondeu, e estabeleceu-se firme e animada correspondência entre os dois, que culminou com a vinda de Max ao Brasil e o reencontro com aquela que foi sua esposa em outra vida.
            No contato direto do plano físico, sem o recurso da telepatia, Max e Pamela comunicavam-se através do Esperanto, uma vez que Pamela não falava alemão e nem Max falava português.

            Nossa história segue adiante revelando detalhes do passado, envolvendo a fazenda Santa Maria, agora herdada por Pamela, que foi palco também de sua vida passada como Esmeralda.

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