A dor tem sido um enigma na vida dos
grandes santos. No entanto, o espiritualista bem informado conhece o porque
dessas coisas. Busca, acima de todos os fatos, as causas, na profundidade dos
acontecimentos. A dor é, por assim dizer, um estímulo para a luz. Ela
transforma o bruto em Anjo, dando-lhe novas capacidades para a vida. O místico,
com a companhia da dor, ajuda mais e ama sem impedimentos. Por enquanto, o
mundo e a humanidade não podem progredir sem ela. Mesmo os grandes mensageiros
que descem à Terra necessitam da sua cooperação, cujos efeitos são
diferenciados, em dimensões várias.
A dor não é uma só para todos, pois cada
criatura se encontra em um plano de vida, diferente uns dos outros. Para
Espíritos puros, é uma fonte de prazeres inconcebíveis, e para os ignorantes,
para os que a procuram, ela se apresenta distribuída por milhares de
ramificações incômodas.
Francisco de Assis era portador de várias
enfermidades, que seriam identificadas, se submetido a investigações
científicas. Porém, no plano do Espírito, ele era estimulado em todas as suas
faculdades espirituais. Não sofria como o homem comum, que nem sempre suporta
as enfermidades. Sofria, continuadamente, intensa dor de cabeça, por limitação
nas condições do físico, para acomodação de Espírito daquele quilate.
Todavia, tudo fora previsto antes do seu
nascimento. Essa inquietação biológica, fá-lo-ia buscar coisas mais grandiosas:
amar mais, purificando cada vez mais o perispírito, chegando ao ponto de
encontrar a felicidade na dor. Não considerando sacrifício, ele se submetia a
uma disciplina rigorosa. Os centros de
força faziam circular um
volume de energia acima da capacidade física, e isso o fazia viver noutro plano
de vida.
Descarregava sua poderosa mente falando aos
peixes, aos pássaros, aos animais. Como amigo da Natureza, doava essa seiva de
vida a todos os seus reinos e, quando precisava da cooperação destes mesmos
reinos, eles a devolviam com abundância.
A pedra filosofal de tudo está no Amor que
tudo dá, que tudo compreende, que a tudo ama como parte integrante do todo.
Todos os seus órgãos físicos eram deficientes, e pouco se alimentava,
sustentado que era pelo Suprimento Maior. E os elementos da natureza estavam à
sua disposição, favorecidos por todas as divisões das formas físicas.
Devido a sua resistência espiritual, dormia
pouco. O corpo físico pede descanso, porque a alma nele ligada temporariamente
precisa respirar algo que não existe na atmosfera da Terra, e, em espírito,
busca seu alimento no mundo espiritual. O ser altamente evoluído, entretanto,
já cria em torno de si o ambiente do céu, pouco precisando de dormir, pois a
sua qualidade espiritual lhe permite respirar elementos espirituais onde quer
que esteja, mesmo no trabalho de cada dia. Ainda assim, um espírito do quilate
de Francisco de Assis tem grande necessidade de confabulação direta com os
mensageiros do mais alto, o que sempre fazem com mais eficiência através do
sono.
Assim, se para o Espírito comprometido, a
dor se impõe como instrumento de reajuste e ressarcimento, no impositivo dos
processos cármicos e redentores, para o Espírito emancipado, quando reencarnado
em missão na terra, serve de muralha protetora, ante os apelos inferiores da
matéria.
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