URGENTEMENTE!
“Porque na muita sabedoria há
muito enfado; e o que aumenta em conhecimento aumenta em dor.” – Eclesiastes –
1:18
Realmente, há muita sabedoria prática nas palavras que nos inspiram
estas reflexões, porquanto, até para saber mais o homem necessita possuir
estrutura íntima, a fim de suportar o que ele, então, passa a se conscientizar
dentro da imensidão do que não sabe.
Sócrates, o pai da Filosofia,
vislumbrando o tamanho de sua ignorância diante da Verdade, vacinou-se contra
semelhante perturbação psíquica, afirmando: “Só sei que nada sei.”
Chico
Xavier, com o propósito de se manter firme no cumprimento do dever mediúnico
vivia repetindo para quem desejasse ouvir, mas, sobretudo, para si mesmo, que
não passava de um “cisco”...
Infelizmente, na atualidade, muitos
companheiros, afastando-se do aspecto prático do Espiritismo, na vivência
cotidiana de seus postulados de luz, vêm se deixando dominar por certa apatia,
que, a pouco e pouco, faz com que se tornem distantes de suas
tarefas.
Dão-nos a impressão de que, em vez de se fortalecerem na fé cada vez
mais, consentiram que fossem abalados pela dúvida e pelo excesso de
questionamento, mormente em face da ausência de exemplificação da parte das
lideranças do Movimento.
Eles próprios, contudo, nunca se sentiram no dever
de se transformar em escoras para os companheiros mais frágeis, que, não raro,
dependem de quem possam lhes servir de espelho nas lutas pelo Ideal.
No
presente momento de transição que atravessa a Humanidade, o assédio preferencial
dos espíritos obsessores, que intentam ridicularizar os assuntos espirituais no
mundo, tratados pelas mais diversas religiões, inclusive pela Doutrina, acontece
na esfera do pensamento, ou, mais propriamente, do intelectualismo.
Por este
motivo, observamos tanta contradição por parte daqueles que discursam no
Espiritismo, agindo como se o Evangelho do Cristo não lhes dissesse
respeito.
Lançam-se a contendas doutrinárias tais que, de repente, se sentem
completamente sem forças para perseverarem nas atividades mais humildes da Casa
Espírita.
Observam falíveis médiuns em ação e concluem pela mistificação
generalizada.
Percebem oradores excessivamente teóricos na tribuna e não mais
conseguem lhes dar crédito às palavras.
Surpreendem dirigentes em lamentáveis
desvios de conduta e, em lhes constatando a invigilância, não mais se animam a
continuar resistindo à tentação que não lhes concede trégua.
Contemplam a
seara sendo, tristemente, invadida pela erva daninha, e não porfiam no cultivo
do bom grão.
Repetimos que muitos são, quanto muitos, infelizmente, ainda
haverão de ser, os que, se não procurarem se defender nos trabalhos mais
humildes, que lhe oferece guarida e proteção contra o desapontamento e a
descrença , rolarão por terra em seus propósitos da ascensão
espiritual.
Estão, sim, os confrades encarnados atravessando dura fase no
campo do testemunho individual, que lhes custará grande cota de humildade e de
amor, para que não venham a despencar das grimpas de suas convicções mais
puras.
Muito mais que a fé, quando destituída de obras, o que nos mantém, e
manterá, de pé, vencendo os vendavais que sopram de todas as latitudes da Terra,
e de além da Terra, é a Caridade – porque, a Caridade não apenas se compadece
daqueles que, através das mãos alheias, por ela esperam, mas, igualmente,
daqueles que, superando enormes embaraços em si e ao redor de si, tudo fazem
para que a sua chama excelsa continue brilhando na escuridão.
Assim, quantos
pretendem se vacinar contra a apatia, a incredulidade e a indiferença, que,
presentemente, vêm fazendo com que tantos amigos se afastem de seu compromisso
para com o Cristo, na Doutrina do Evangelho Restaurado, devem, urgentemente, por
mais pequenina seja, abraçar uma tarefa no Bem dos semelhantes, na qual possam
cerrar olhos e ouvidos às sugestões do mal.
Não nos esqueçamos da palavra de
Jesus para o chamado “final dos tempos”: “E por se multiplicar a iniquidade, a
caridade de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será
salvo.”
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 18 de agosto de 2014.
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