REALIZAÇÃO INTERIOR
Enquanto o homem não
se convencer de que lhe é necessário conquistar as paisagens íntimas, suas
realizações externas deixá-lo-ão em desencanto, sob frustrações que se
sucederão, tantas vezes quantas sejam as glórias alcançadas no mundo de
fora.
À semelhança de uma semente, na qual dormem incontáveis recursos, que
surgem a partir da germinação, cabe ao ser humano desatar os valores que lhe
dormem inatos, facultando-se as condições de desenvolvimento, graças às quais
logrará sua plenitude.
Muitas vezes, as dificuldades que o desafiam são
fatores propiciatórios para o desabrochar dos elementos adormecidos, e para que
sua destinação gloriosa seja alcançada.
O homem de bem, que reúne os valores
expressivos da honra e da ação edificante, faz-se caracterizar pelo esforço,
pelo empenho que desenvolve, realizando o programa essencial da vida que é sua
iluminação íntima.
Somente essa identificação com o si profundo
facultar-lhe-á a tranqüilidade, meta próxima a ser conseguida. Partindo dela,
novas etapas surgirão, convidativas, ensejando o crescimento moral e intelectual
proporcionador da felicidade real.
Todas as conquistas externas – moedas,
projeção social, objetos raros, moradia, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos
– não obstante úteis para a comodidade, a automação e sintonia com o mundo, bem
como com a sociedade, não podem acompanhar o ser, quando lhe ocorre a fatalidade
biológica da morte.
Cada qual desencarna com os recursos morais e
intelectivos que amealhou, liberando-se ou não dos grilhões emocionais que o
prendem às quinquilharias a que atribui valor.
Na luta pela aquisição das
coisas, as batalhas se tornam renhidas, graças à competição, às angustiantes
expectativas das disputas, nas quais o crime assume papel preponderante, com
resultados quase sempre funestos.
Na grande transição, tudo aquilo que
constituiu motivo de luta insana perde o significado, passando a afligir mais do
que antes..
Livro: Momentos Enriquecedores - Divaldo P.
Franco - Joanna de Ângelis
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