-A
melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento
e do caráter.
Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem
instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a
universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o
homem.
Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda
finalidade do Espiritismo evangélico, no sentido de iluminar a consciência da
criatura, a fim de que o lar se refaça e novo ciclo de progresso espiritual se
traduza, entre os homens, em lares cristãos, para a nova era da
Humanidade.
111 –É justa a fundação de institutos para a educação
sexual?
-Quando os professores do mundo estiverem plenamente despreocupados
das tabelas administrativas, dos auxílios oficiais, da classificação de
salários, das situações de evidência no magistério, das promoções, etc., para
sentirem nos discípulos os filhos reais do seu coração, serão acertados
cogitar-se da fundação de educandários dessa natureza, porquanto haverá muito
amor dentro das almas, assegurando o êxito das iniciativas.
Os professores do
mundo, todavia, considerando o quadro legítimo das exceções, ainda não passam de
servidores do Estado, angustiados na concorrência do profissionalismo. Na
sagrada missão de ensinar, eles instruem o intelecto, mas, de um modo geral,
ainda não sabem iluminar o coração dos discípulos, por necessitados da própria
iluminação.
Examinada a questão desse modo, e atendendo às circunstâncias das
posições evolutivas, consideramos que os pais são os mestres da educação sexual
de seus filhos, indicados naturalmente para essa tarefa, até que o orbe possua ,
por toda parte, as verdadeiras escolas de Jesus, onde a mulher, em qualquer
estado civil, se integre na divina missão da maternidade espiritual de seus
pequenos tutelados e onde o homem, convocado ao labor educativo, se transforme
num centro de paternal amor e amoroso respeito para com os seus
discípulos.
112 –Como renovar os processos de educação para a melhoria do
mundo?
-As escolas instrutivas do planeta poderão renovar sempre os seus
métodos pedagógicos, com esses ou aqueles processos novos, de conformidade com a
psicologia infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de
renovação que é o Evangelho, e um só modelo de mestre, que é a personalidade
excelsa do Cristo.
113 –Os pais espiritistas devem ministrar a educação
doutrinária a seus filhos ou podem deixar de faze-lo invocando as razões de que,
em matéria de religião, apreciam mais a plena liberdade dos filhos?
O período
infantil, em sua primeira fase, é o mais importante para todas as bases
educativas, e os pais espiritistas cristãos não podem esquecer seus deveres de
orientação aos filhos, nas grandes revelações da vida. Em nenhuma hipótese, essa
primeira etapa das lutas terrestres deve ser encarada com indiferença.
O
pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade
pode dar ensejo a graves perigos. Já se disse, no mundo, que o menino livre é a
semente do celerado. A própria reencarnação não constitui, em si mesma,
restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação
e corretivo?
Além disso, os pais espiritistas devem compreender que qualquer
indiferença nesse particular pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de
outrem, ao apego do convencionalismo, e à ausência de amor à verdade.
Deve
nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com
a fé em Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de ontem
a mesma porta larga para os excessos de toda sorte, que conduzem ao
aniquilamento e ao crime.
Os pais espiritistas devem compreender essa
característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para
a contemplação egoística da espécie, mas, sim, para santuário onde, por vezes,
se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.
114 –A economia
deve ser dirigida?
-No que se refere à técnica de produção, à necessidade da
repartição e aos processos de consumo, é mais que justa a direção da economia;
porém, nesse sentido, todo excesso político que prejudique a harmonia na lei das
trocas, de que o progresso depende inteiramente, é um erro condenável, com
graves conseqüências para toda a estrutura do organismo coletivo.
Tais
excessos deram causa aos sistemas autárquicos de governos, da atualidade, onde
parecem todos os ideais de justiça econômica e de fraternidade, em virtude dos
erros de visão do mau nacionalismo.
A vida depende de trocas incessantes e
toda restrição a esses elevados princípios de harmonia é uma passagem para a
destruição revolucionária, onde se invertem todos os valores da vida.
Que a
economia seja dirigida, mas que as paixões políticas não penetrem os seus
domínios de equilíbrios e reciprocidade, porquanto, na sua influência nefasta, o
“bastar-se a si mesmo” é a ideologia sinistra da ambição e do egoísmo, onde o
fermento da guerra encontra o clima apropriado para as suas manifestações de
violência e extermínio.
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