Casimiro Cunha *
Serve com desinteresse
A quem serve ao deus-dará.
Quem dá para receber,
De fato, não deu nem dá.
*
Ajudante aqui e ali,
Sê bondoso e diligente.
Auxilia duas vezes,
Quem ajuda prontamente.
*
Faze planos, mas trabalha
Com fé, segurança e paz.
Quem não marcha para a frente
E’ sombra vagando atrás.
*
Modera o temperamento,
Seja na fala ou na escrita.
O sábio conversa baixo,
O bruto reclama e grita.
*
Não faças do próprio ventre
Caminho às trevas da prova.
Aquele que come muito,
Faz da boca a própria cova.
*
Fala, ouve, age e reflete,
Mas prossegue construindo.
Há muita língua falando,
E poucos braços agindo.
*
Aquele que nada pensa,
Realmente, não se cansa.
Mas não chega a fazer nada,
Nem nada na vida alcança.
(*) Órfão de pai aos sete anos, tendo cursado apenas as primeiras letras em escolas primárias, Casimiro Cunha, depois de haver uma vista aos 14 anos por acidente, cegou da outra aos 16. Adolescente, ainda, colaborou na impressa vassourense. Desde que se tornou espírita confesso, estendeu aos periódicos espiritistas, principalmente ao Reformador, a sua produção poética. Foi um dos fundadores do Centro Espírita “Bezerra Menezes”, de Vassouras. Mário Cis era o pseudônimo que ele comumente usava. Prefaciando o primeiro livro do poeta – Singelos -, M. Quintão chegou a afirmar que ele “fechara os olhos às misérias da Terra, para melhor entrever as belezas do Céu”. Jamais se lhe ouviu dos lábios um queixume, uma palavra de revolta. Era a resignação em pessoa. “Alma feita de luz,” – afirmou-o Armando Gonçalves (Colar de Pérolas, pág. CXXVI) – “é um dos mais vigorosos literatos que enchem de orgulho o torrão fluminense.” (Vassouras, Estado do Rio, 14 de Abril de 1880 – Vassouras, 7 de novembro de 1914.)
BIBLIOGRAFIA: a) do homem terreno: Singelos; Efêmeros; aves Implumes; Pétalas; Perispíritos; Álbum de Delba, póstumas.
b) do poeta desencarnado: Cartas do Evangelho; cartilha da Natureza; História de Maricota; Gotas de Luz – todas pelo médium Francisco Cândido Xavier; Juca Lambisca e Timbolão – pelos medianeiros desta Antologia.
13. Leia-se in-com-preen-sões,com sinérese.
18. Ler no/ ar, em duas sílabas.
83. Cf. a nota nº. 13 deste capítulo.
114. Note-se a mestria com que o poeta se serviu do bordão: “Simplifica, simplifica.”
162. Leia-se com as, em uma sílaba (Ectlipse).
Livro Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
Serve com desinteresse
A quem serve ao deus-dará.
Quem dá para receber,
De fato, não deu nem dá.
*
Ajudante aqui e ali,
Sê bondoso e diligente.
Auxilia duas vezes,
Quem ajuda prontamente.
*
Faze planos, mas trabalha
Com fé, segurança e paz.
Quem não marcha para a frente
E’ sombra vagando atrás.
*
Modera o temperamento,
Seja na fala ou na escrita.
O sábio conversa baixo,
O bruto reclama e grita.
*
Não faças do próprio ventre
Caminho às trevas da prova.
Aquele que come muito,
Faz da boca a própria cova.
*
Fala, ouve, age e reflete,
Mas prossegue construindo.
Há muita língua falando,
E poucos braços agindo.
*
Aquele que nada pensa,
Realmente, não se cansa.
Mas não chega a fazer nada,
Nem nada na vida alcança.
(*) Órfão de pai aos sete anos, tendo cursado apenas as primeiras letras em escolas primárias, Casimiro Cunha, depois de haver uma vista aos 14 anos por acidente, cegou da outra aos 16. Adolescente, ainda, colaborou na impressa vassourense. Desde que se tornou espírita confesso, estendeu aos periódicos espiritistas, principalmente ao Reformador, a sua produção poética. Foi um dos fundadores do Centro Espírita “Bezerra Menezes”, de Vassouras. Mário Cis era o pseudônimo que ele comumente usava. Prefaciando o primeiro livro do poeta – Singelos -, M. Quintão chegou a afirmar que ele “fechara os olhos às misérias da Terra, para melhor entrever as belezas do Céu”. Jamais se lhe ouviu dos lábios um queixume, uma palavra de revolta. Era a resignação em pessoa. “Alma feita de luz,” – afirmou-o Armando Gonçalves (Colar de Pérolas, pág. CXXVI) – “é um dos mais vigorosos literatos que enchem de orgulho o torrão fluminense.” (Vassouras, Estado do Rio, 14 de Abril de 1880 – Vassouras, 7 de novembro de 1914.)
BIBLIOGRAFIA: a) do homem terreno: Singelos; Efêmeros; aves Implumes; Pétalas; Perispíritos; Álbum de Delba, póstumas.
b) do poeta desencarnado: Cartas do Evangelho; cartilha da Natureza; História de Maricota; Gotas de Luz – todas pelo médium Francisco Cândido Xavier; Juca Lambisca e Timbolão – pelos medianeiros desta Antologia.
13. Leia-se in-com-preen-sões,com sinérese.
18. Ler no/ ar, em duas sílabas.
83. Cf. a nota nº. 13 deste capítulo.
114. Note-se a mestria com que o poeta se serviu do bordão: “Simplifica, simplifica.”
162. Leia-se com as, em uma sílaba (Ectlipse).
Livro Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
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