25.8.20

AUXÍLIO AOS DESENCARNADOS

Considera o coração que te antecedeu na grande viagem da morte,não como a criatura aniquilada, mas como alguém que continua a viver.
Se ainda ontem, no mundo, em lhe retendo o corpo enfermo ou agonizante, desfazias-te em carinhosa assistência, hipotecando-lhe solidariedade e ternura, por que razão lhe infligirás, agora, o nominável suplício do desespero, atirando-lhe brasas ao coração?
Se a saudade e a distância te flagelam a alma,não te esqueças de que invisibilidade não quer dizer ausência.
Fortalece-te para o ministério da fé que vence a dúvida e lembra-te de que o viajor amado te requisita socorro e compreensão.
Por vezes, vagueará nas trevas transitórias do próprio “eu”, entre as paixões que ainda o subjugam...
Oferece-lhe o clarão silencioso da prece calma e sincera, através da qual as almas se comunicam, vencendo o espaço além.
Terá deixado problemas na retaguarda, agrilhoando-se a eles, no círculo desilusões a que se afeiçoa...
Ajuda-o, amparando-lhe as penas e os dissabores, para que siga, valoroso, ao encontro da Luz Divina.
Em muitas ocasiões, terá legado ao lar pobreza e provação, desalento e infortúnio...
Alivia-o, envolvendo-lhe os entes amados no clima de tua amizade pura a exprimir-se em valiosas migalhas de carinho e reconforto.
Em muitas circunstâncias, permanecerá enovelado nas teias do arrependimento tardio.
Liberta-o, com teu devotamento amigo, auxiliando-o a colocar a bênção do amor onde, imprevidente, terá situado o espinheiro do ódio.
Recorda que serás amanhã o morto imaginário entre os vivos da Terra e estende a oração e a bondade, em favor dos que partem antes de ti, para que a bondade e a oração dos outros estejam contigo, no dia em que te ausentares também.
Livro – INTERVALOS – Francisco Cândido Xavier – Emmanuel

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