3.12.25

DEUS

Dario Persiano de Castro Venoso*
 
Passa no oceano azul a resplendente frota,
Brilham flâmeos pendões, de fragata em fragata...
Relampeia o esplendor... E’ a luz que se desata
Do coração da vida em clâmide remota.
 
Vejo a ronda dos sóis por divina cascata,
Da Terra a que me prendo, – humilhada galeota.
Cada estrela é canção, que a beleza pilota,
Nos tênues brocatéis de púrpura e de prata.
 
Ah! estranho Universo!... Ah! glória que me esmagas!...
Constelações, dizei!... Quem vos fez como vagas
De pétalas, bailando aos sublimes falemos?
 
Uma sílaba só freme, de mundo em mundo :
Deus!... – o doce mistério altívolo e profundo!...
Deus!... – o infinito Amor dos caminhos eternos!...
(*) Poeta, orador, romancista, contista, historiador, jornalista. Fez o curso primário no Liceu de S. Cristóvão, do Rio, e em 1885 fixou residência na capital do Paraná, onde exerceu vários cargos públicos. Professor do Ginásio Paranaense e Escola Normal de Curitiba, DV angariou grande prestígio como verdadeiro «mestre da mocidade». Altamente espiritualista, foi um apaixonado prosélito das doutrinas ocultistas e herméticas. Helenófilo, chegou a criar em Curitiba um Instituto Neopitagórico, para cuja sede construiu o famoso «Templo das Musas». Fundou várias revistas simbolistas, dentre as quais se destacou O Cenáculo. Sua produção é vasta em todos os gêneros. Foi sócio fundador do Centro de Letras do Paraná e criou a cadeira nº9 da Academia Paranaense de Letras. (S. Cristóvão, Rio de Janeiro, GB, 26 de Novembro de 1869 – Curitiba, Paraná, 28 de Setembro de 1937.)
BIBLIOGRAFIA: Efêmeras; Hélicon; Cinerário; Esotéricas; etc.
Livro: “Antologia dos Imortais” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

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