17.9.25

CONFISSÃO

Lulu Parola (Aloísio Lopes Pereira de Carvalho) *

Quando a cela de carne vira pó,
A gente volta vivo para cá,
Lembrando com saudade de dar dó
Essa bóia daí que aqui não há...
 
Moqueca, caruru, mãe-benta, efó,
Quibebe, canjiquinha, munguzá,
Sequilhos, abará, manuê, bobó,
Tutu, acarajé e vatapá...
 
Vivo morto de fome por aqui!
Para que eu não embirre igual guri,
É preciso ter muita e muita fé...
 
Puxa, meu pessoal! Que sururu!
Ouçam meu coração que fala nu :
Cuidado, pois o garfo dá banzé!
 
(*) Devotado jornalista, e poeta de humor fino e original. Manteve, de 1891 a 1919, uma seção diária de versos humorísticos no Jornal de Notícias, de Salvador, intitulada «Cantando e Rindo»,assinando-a Lulu Parola, pseudônimo literário com que se popularizou. Foi um dos fundadores da Academia de Letras da Bahia, ocupando a cadeira n 2. Deputado estadual. Redator de A Tarde, de 1925 até o dia de sua desencarnação. Florêncio Santos, no seu artigo – Reminiscências da «A Tarde» – estampado no Jornal do Commercio de 28 de Outubro de 1962, assim se referiu a ele : «Homem bom e amigo leal, era Aloísio um chefe de família exemplar. Desprovido de bens materiais, foi um nababo da inteligência e do idealismo.» (Salvador, Bahia, 27 de Março de 1S66 – Salvador, 2 de Fevereiro de 1942.)
BIBLIOGRAFIA: Cantando e Rindo, 14 Série; Cantando e Rindo, 2’ Série ; etc.
Livro: “Antologia dos Imortais” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

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