20.8.24

AGAPANTOS

Gastão de Deus Vítor Rodrigues *
 
Enfim vencido... Na última canseira,
Cimo espinhoso de suplícios tantos,
Busquei, ansioso, a estrada de agapantos,
Que me fora visão da vida inteira.
 
Tudo, porém, era neblina e poeira,
Misturadas de preces e acalantos,
Nênias da morte, hinários sacrossantos,
E a noite, a imensa noite derradeira...
 
Nos auges da aflição que me constringe,
Cai, entretanto, a máscara da esfinge...
Oh! Sepulcro, onde a sombra em que te cevas?...
 
Refaz-se a luz que em lágrimas transponho,
E vejo, além, as flores do meu sonho,
Como estrelas radiando sobre as trevas...
 
(*) Poeta e prosador, Gastão de Deus, depois de cursar a Escola Normal de Paracatu, Minas, transferiu-se para Goiás, onde concluiu o curso jurídico na Faculdade de Direito do Estado. Advogou por algum tempo em sua terra natal, sendo colaborador do jornal Goiás - Minas, de que foi representante. Redator do vespertino uberabense Lavoura e Comércio e Juiz de Direito em Anápolis. Afirma Veiga Netto (Ant. Goiana, á (. 98) Gastão de Deus «nunca abandonou a pena, e foi sempre pg.) que fértil a sua sementeira de poesias e artigos espalhados pelos jornais de Goiás e Minas». (Catalão, Estado de Goiás, 8 de Março de 1883 – Anápolis, Go, 17 de Abril de 1917.)
BIBLIOGRAFIA: Agapantos, poesia; Páginas Goianas, prosa.
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.

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