31.7.24
Comentário Questão 740 do Livro dos Espíritos
Os flagelos comumente são provas morais, porque diante dessas provações as criaturas estendem as suas conquistas, de modo a conhecerem a si mesmas, bem como passam a reconhecer o poder de Deus.
Os grandes acontecimentos na Terra são para despertar as almas aos conhecimentos das leis de Deus. No entanto, o que chamamos de flagelos morais e sociais são pequenas lutas, em se .comparando com as lutas internas que devem ser travadas pelos homens, cada um com a sua guerra particular." Essas são as maiores e mais difíceis de serem vencidas. É a vitória sobre si mesmo.
Uma catástrofe com pouco tempo passa, e somente fica registrada na história, mas, logo a mente substitui a forte lembrança dos seus efeitos. Porém, as convulsões internas são duradouras, batalhas estas que demoram para serem extirpadas do coração. As paixões inferiores levam séculos ou milênios para serem suportadas. Somente a borracha do tempo, com as mãos da boa vontade sem cessar, pode apagá-las da consciência. As lutas exteriores são pequenas, em relação às da intimidade.
Os flagelos são provas morais e processos de despertamento das criaturas. Somente passando por esses testes, as almas se capacitam para novas subidas. Como exercitar a inteligência, se nada existe que possa irrompê-la? São as necessidades que a fazem progredir. Esses são os meios que Deus usa, para o bem da humanidade.
Em todos os esforços para o bem, em todos os trabalhos empreendidos para divulgação da luz, quando se começa a acendê-la dentro d'alma, logo surgem em nossos caminhos os tropeços de toda ordem, e os contraditores, como Barrabás, passam a se movimentar para esfriarem o aprendiz nos seus deveres para com Deus e a consciência.
Mateus, no capítulo vinte e sete, versículo vinte e seis, assim nos fala pelo auxílio das letras evangélicas:
Então Pilatos lhes soltou Barrabás; e após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado.
Não podemos esquecer de, ao aceitarmos Jesus, tomarmos a cruz e seguir o Mestre. Aparecerão os Pilatos em nossos caminhos trazendo-nos os açoites e as crucificações dia-a-dia, como testes, pelos quais ficará provado se verdadeiramente estamos preparados para sermos discípulos do Mestre. Ainda assim, são pequenas as lutas por fora, para que possamos nos preparar para as grandes lutas internas, combatendo os inimigos da cidade da alma que bem conhecemos, quais sejam o orgulho, o egoísmo, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência etc. Eles são inúmeros, e quando um desaparece, surge outro para tomar seu lugar. A luta é grandiosa e intensa.
Foi para ajudar aos homens que Jesus, por amor, veio à Terra, deixando a Sua herança para a humanidade: o Evangelho, fator de luz para a luz da alma. As letras da Boa Nova são pingos de luz do coração de Deus, seiva divina que alimenta e dá vida às criaturas.
Quando acontece uma catástrofe muito grande na Terra, todas as nações se unem pela influência da fraternidade, e é nessa união que começa a surgir o amor de umas para com as outras, porque antes não existia essa união. Eis o porquê desses abalos que quando não surgem pelas mãos dos homens, a natureza faz aparecer.
As nações foram divididas, não para aumentar e alimentar o egoísmo, mas, sim, para aperfeiçoar os conhecimentos de todas as ciências, trocando depois experiências umas com as outras. O comércio existe para mostrar aos homens o quanto vale a fraternidade. Não pensem os homens que eles fazem o que bem desejam; somente fazem a vontade de Deus, pelos caminhos que Ele mesmo sabe usar. As pequenas lutas têm a missão de lhes preparar para as grandes batalhas dentro de si mesmas.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.
30.7.24
ADEUS
Na agonia da luz o astro-rei purpurina...
Leves tarjas de noite a manchar o horizonte...
Uma estrela a piscar remove a névoa fina
E espelha-se, feliz, no regato defronte...
Soluça um pombo além e se alteia e se inclina
E voa sem que o Sol novo rumo lhe aponte...
Humilde rola chora a gemer na campina,
Alheia ao prado em flor e à carícia da fonte...
Chega a sombra afinal... Aparece a tristeza
No arrulho que ficou por gemidos em bando,
Quais cordas a estalar numa lira retesa... ;
Assim, num dia assim, a morrer sem alarde,
Chorando eu disse adeus e ele partiu chorando,
A renascer na Terra onde estarei mais tarde...
(*) Conquanto apresente a poesia de F J alguns defeitos formais, é considerada a maior poetisa parnasiana, «maravilhoso poeta, um dos mais originais do Brasil», no dizer de Vicente de Carvalho (citado no Pan. III, pág. 248). Versejou em importantes periódicos de S. Paulo, e na A Semana, do Rio. João Ribeiro, Olavo Bilac, Agrippino Griego e até mesmo Machado de Assis teceram largos elogios aos versos de Francisca Júlia, versos que plasmaram o ideal extremo da beleza, segundo as palavras de Manuel Bandeira (apud Dic. Aut. Paulistas, pág. 580). Em torno de sua desencarnação, diz Péricles Eugênio da Silva Ramos: «O que de positivo pude apurar, ouvindo testemunhas até oculares, foi que no dia da morte de Edmundo (Filadelfo Edmundo Munster) a poetisa se retirou para repousar. E não mais acordou, apesar dos esforços médicos para reanimá-la, vindo a falecer na manhã do dia do enterro do marido.» (Poesias, pág. 21.) (Xiririca, atual Eldorado, Est. de S. Paulo, 31 de Agosto de 1874 (1871?) – S. Paulo, 1º de Novembro de 1920.)
BIBLIOGRAFIA: Mármores; Esfinges; etc.
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.
29.7.24
Todos Passarão
São os que não aceitam a tese de que Chico Xavier seja a reencarnação de Allan Kardec...
Os promovedores de Congressos pagos, concorrendo, assim, para o profissionalismo religioso portas adentro do Movimento...
Os que atacam, com mil artifícios, as Obras Mediúnicas de Chico Xavier, e intentam minimizar o seu labor missionário...
Os que adulteram as Obras de nossa bibliografia – Obras que nos são tão caras e de cuja procedência superior sabemos...
Os que se rotulam de médiuns e põem-se a desmoralizar a Mediunidade, com o propósito de se autopromoverem...
Os que, sem perceberem, se colocam a serviço das trevas, chegando, inclusive, a acusar o Codificador de racista...
Os que negam o seu aspecto religioso, ou ético, laborando contra a presença de Jesus no Espiritismo...
Enfim, os que não concordam que o Espiritismo seja o Consolador Prometido, afirmando que ele esteja nos estertores e prestes a deixar de existir...
Continuando a trabalhar pelo Ideal que abraçamos, consolemo-nos, meu caro, na certeza de que TODOS ELES, que hoje aí se encontram mais na condição de opositores da Causa do que de seus defensores, PASSARÃO...
Sim, em breve, todas essas vozes discordantes se calarão, e, transferindo-se para a Vida Maior, se verão às voltas com a própria consciência, respondendo, cada uma delas, pelos seus atos e pela intenção com que, de maneira eloquente, prosseguem, imaginando que sejam inatingíveis pela Divina Justiça.
Conforte-nos saber, por outro lado, que se, porventura, temos nos equivocado em algum ponto de nossas convicções, sempre nos moveu o desejo de acertar e de melhor servirmos aos propósitos do Senhor.
PASSAREMOS TAMBÉM, não obstante, guardamos conosco as indeléveis palavras que foram pronunciadas por Gamaliel, em defesa do Apóstolos, perante o Sinédrio que os acusava:
“Agora vos digo: Dai de mão a estes homens, deixai-os; porque se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá;
Mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus.”
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
28.7.24
XLIII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER
Qual seria o poder que Gregório exercia sobre tais espíritos?! Hipnótico?! Que espécie de dependência, por certo, continuavam a ter dele?! O próprio André questiona: “Quem seria Gregório naquele recinto? Um chefe tirânico ou um ídolo vivo, saturado de misterioso poder?”
Gregório era ali adorado como se fosse um deus, à feição dos antigos imperadores romanos... E o mais incompreensível é que ele tinha perfeita noção de que se encontrava desencarnado, mas continuava em seu “jogo ilusório”, submetendo aos seus caprichos tantos espíritos que se lhe obedeciam...
O sacerdote, então, passa a arguir Gúbio, que confirma ali estar em nome de “Matilde”, e, ao simples enunciar de seu nome, experimenta certo abalo.
Gúbio lhe diz:
- Asseverou-nos querer-te com desvelado amor materno.
Então, o sacerdote esclarece que ambos, ele e sua mãe, estavam separados há alguns séculos, sentenciando:
- (...) Ela serve ao Cordeiro, eu sirvo aos Dragões. (*)
(*) Aqui solicitamos a permissão de nossos irmãos e irmãs internautas para indicarmos a leitura da obra de nossa lavra espiritual, “Do Outro Lado do Espelho” – edição Didier.
*
Esclarecendo sobre os “Dragões”, André Luiz acrescenta uma nota de rodapé:
“Espíritos caídos no mal, desde eras primevas da Criação Planetária, e que operam em zonas inferiores da vida, personificando líderes de rebelião, ódio, vaidade e egoísmo; não são, todavia, demônios eternos, porque individualmente se transformam para o bem, no curso dos séculos, qual acontece aos próprios homens.”
Duas observações de nossa parte:
1 – “... desde épocas primevas da Criação Planetária...”, portanto, muitos deles, são espíritos rebelados há séculos e milênios.
2 – “... não são, todavia, demônios eternos...”, mas, dentro da relatividade do tempo, podem ser considerados “demônios”, espíritos que se colocam a serviço de inteligências que buscam “a perversão dos processos divinos que orientam a evolução planetária.” (Cap. I, de “Libertação” – “Ouvindo Elucidações”)
*
Aduzimos que os denominados “Dragões” possuem numerosos “agentes”, no corpo e fora do corpo, que, ao longo dos séculos, têm procurado entravar o avanço da Humanidade – nem mesmo a própria Doutrina Espírita lhes têm escapado à perniciosa influência, na tentativa de lhe deturpar os Princípios.
*
Entre Gregório e Gúbio, estabelece-se, então, quase um confronto de ordem intelectual, como se passassem a duelar com invisíveis floretes – Gúbio, evidentemente, procurava terçar com as armas do amor, que outras não poderiam ser as que ele portava.
- Criticas, porventura, os Dragões, que se incumbem da Justiça? – perguntou Gregório, duramente.
- Quem sou para julgar? – comentou Gúbio com simplicidade – não passo dum servidor na escola da vida.
- Sem eles – prosseguiu o hierofante, algo colérico, que seria da conservação da Terra?
*
Sim, existem espíritos que se arvoram em tomar uma suposta justiça em suas mãos, e, no caso dos “Dragões”, a Justiça, escrita com J, querendo significar a Justiça Divina!
Esses espíritos, que conhecemos, repetindo, no corpo e fora do corpo, valem-se de sofismas que, não raro, chegam a convencer aqueles que não estejam fortemente amparados pelos seus propósitos no Bem.
São eles que, com falsos milagres e prodígios, quase chegam a enganar os próprios “escolhidos”...
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito por nós na terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
https://youtu.be/zdKQ55-equQ?list=PLJUZisvOqWSPrzDjdw6f9NSTmILB0O3rp
27.7.24
Maior Mal
Generalizada doença,
É aquela que se conhece
Com o nome de indiferença.
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
Uberaba - MG, 21-7-24
25.7.24
ESPERANTO
RAMATÍS: — Na intimidade do espírito está sempre operando a vontade e a sabedoria do Criador, no sentido de conduzir tudo e todos sempre do pior para o melhor, e do imperfeito para o mais perfeito. Aliás, em vosso mundo atual, já estais adotando uma série de legendas e denominações abreviadas, que significam ou definem muitas frases ou ideias, aliviando, assim, a mente do século atômico, já atravancada de excessos de memória. E também, visando esse mesmo objetivo, já tendes o “Esperanto”, idioma de amplitude internacional, cada vez mais difundido, o qual, na realidade, já é uma valiosa contribuição de síntese vocabular, a fim de que a vossa humanidade possa entender.
Livro A vida no planeta Marte e os discos voadores - Hercílio Maes - Ramatís
24.7.24
Gravação do Estudo Detalhado do livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE Capítulo 8 – PSICOFONIA SONÂMBULA
https://youtu.be/QEpX1LBV-xw
Gravação do Estudo Detalhado do livro
NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE
feito pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
Capítulo 8 – PSICOFONIA
SONÂMBULA
UTILIDADE DOS FLAGELOS
A natureza entra em violência quando os caminhos para ã verdade são deturpados. Convém saber que somente Deus comanda o universo. Ele sabe o que deve fazer e o faz com segurança, pois é criador de todas as coisas, como, e certamente, das leis que regulam todos os movimentos da vida. Os fenômenos da natureza mudam as condições de vida, e sempre para melhor. O progresso nos faz crer nas mudanças constantemente, trazendo-nos a verdadeira paz espiritual.
O mundo conheceu grandes vultos, que desceram à Terra por ordem de Deus, sob o comando de Jesus Cristo, mas todos eles, inclusive Jesus, nos disse que tudo pertence a Deus e que somente Ele pode tudo.
Observemos o que anotou João, no capítulo cinco, versículo trinta:
Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma porque ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, mas, sim, a d'Aquele que me enviou.
Se o próprio Jesus nada pode fazer d'Ele mesmo, quem o pode? Somente Deus tem todo o poder, e nada se faz sem Ele na direção. Todos os acontecimentos se fazem pela Sua vontade e para o bem, onde somente irradia o amor, que gera a harmonia onde quer que seja. Todos somos dependentes do Senhor, e muitos, quando descobrem essa verdade, desejam ardentemente conhecer Deus na Sua estrutura, perdendo muito tempo, porque conhecer o Absoluto, conhecer Deus na Sua profundidade, não nos é possível. Tudo o mais se encontra na relatividade, vivendo n'Ele sem O conhecer. Basta, por enquanto, repetirmos João:
Deus é amor.
E se Ele é amor, nada sairá das Suas mãos sem que leve o selo dessa virtude por excelência.
Não julguemos o Senhor pelos simples acontecimentos na Terra ou no cosmo, porque nada se destrói, mas muda de forma, obedecendo à Luz e tornando-se mais luz.
Se no pequenino planeta em que estamos existem convulsões que assombram, é bom que deixemos de conhecer os fenômenos que se passam fora dele. Quando se tiver olhos para ver e sentimentos para sentir, não mais se julgarão os acontecimentos que o Senhor ordena que se façam, porque a vida é movimento, e o movimento é vida que cresce com ele.
Os fenômenos de desaparecimento de continentes inteiros, como já ocorreu no passado, na visão dos engenheiros siderais é como a mudança de uma célula na região em que ela serve, para que outra ocupe o seu lugar, mantendo-se a vida em perfeita harmonia. Esse fenômeno celular acontece a todas as horas; assim também na criação. Não percamos a paciência; continuemos estudando a vida, que encontraremos a paz dentro dela e, ainda mais, Deus e Cristo operando maravilhas para a nossa felicidade.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.
23.7.24
ACENDALHAS
A noite pesada e fria,
E a morte deu-me outra face
Dos sonhos de cada dia.
Acolhe, afaga e conserva
O passo sem ilusão.
Toda a carne é igual à erva.
Que nasce e retorna ao chão.
Se a flama de amor te invade,
Não tente sócio e prazer.
Amor é felicidade
A reluzir no dever.
O verbo enfeitado e ameno,
De muita beleza humana,
Parece mel com veneno
Em taça de porcelana.
Remorso fremindo em chaga,
Na desculpa que alivia,
É como dor que se apaga
Ao toque da anestesia.
Esse diamante que vês,
De faces luminescentes,
Viveu séculos talvez
No chavascal de serpentes.
Ergue ao Céu a moradia
Da própria felicidade.
Na Terra toda a alegria
Paga imposto de saudade.
Escritor que atende ao mal
Dando o mal por satisfeito,
Da pena talha o punhal
Que, um dia, lhe vara o peito.
Quando o corpo, inerte, expira,
Notamos, amargamente,
Quanta gente na mentira,
Quanta mentira na gente.
Afirmas que é hipocrisia
Sorrir para a falsidade.
Mas que outra coisa seria
O ensino da caridade?
Humilhado! Mesmo assim,
Perdão é a glória que levas.
A noite ensombra o jardim,
O jardim perfuma as trevas.
Muita cautela, Maria,
Cuidado no coração.
Um namoro, cada dia...
Amor não é isso, não.
Evita a palavra turva,
Sê claro, de longe e perto.
Na estrada de muita curva,
O desastre chega certo.
Não condenes quem resvala
Onde o vício se avolume.
Muita flor que enfeita a sala
Nasceu na fossa de estrume.
Desfaz-se a ostra em escolhos,
Brilha a pérola na rua.
A morte nos cerra os olhos,
Mas a vida continua.
(*) Fez os estudos primários e secundários em João Pessoa, formando-se, em 1908, pela Faculdade do Direito de Recife.Redator de A União e diretor da Biblioteca Pública do Estado da Paraíba. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. <<Poeta magnífico,>> - afirma Edgard Rezende ( Os Mais..., pág 1790 - << produziu composições impregnadas de lirismo suave e encantador,>> Era-lhe,porém, a trova um dos gêneros prediletos, e Luiz Pinto( Ant. da Paraíba, pág. 23) afirma ter sido ele, AF, <<um repentista temido e de incomparável fecundidade>>, a manejar com inteligência a sátira,sua insuperável arma de combate. ( Praia de Lucena,Município de Santa Rita, Paraíba, 11de Fevereiro de 1880 – João Pessoa, Paraíba, 9 de Abrilde 1942.)
BIBLIOGRAFIA: Auras Paraibanas; Visões de outrora; Soluços de Realejo; etc.
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
22.7.24
Mérito do Trabalho
Em qualquer circunstância, o mérito do trabalho pertence ao trabalhador. Numa Casa Espírita ninguém se encontra trabalhando para fulano ou beltrano.
Posição Política
Em Política, e melhor ideologia é aquela que Jesus nos
preconiza: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
Em Cima do Muro
Em um campeonato de que ganha por ficar mais em cima de
muro, não tenho dúvida de que o campeão será algum espírita.
Egoísmo
O seu grau de egoísmo pode ser medido pelo seu grau de
desprendimento, não na doação das coisas velhas que você destinaria ao lixo,
mas das coisas que, não lhe tendo mais utilidade alguma você considera que
ainda poderiam lhe ser úteis.
Maldade
Quem mais faz maldade aos outros não é quem mais age no mal
de alguém, mas, sim, quase todos os dias, torce para que apareça alguém que
faça ao seu próximo a maldade que ele mesmo gostaria de fazer.
Falsa Bondade
Realmente, “O Livro dos Espíritos” tem razão quando diz que
o mal prevalece no mundo porque os considerados bons são tímidos, e os maus são
ousados, no entanto, eu diria que os que se consideram bons são mais covardes
que tímidos.
Em Nome da Caridade
Em nome de uma falsa caridade, temendo consequências, tem
muita gente que se acovarda e não denuncia um crime. Corajoso é quem, mesmo
sabendo que vai para a fogueira, não tem medo de dizer a Verdade.
Não é Espírita
Só porque frequenta regularmente um Centro Espírita, faça
palestras e seja médium, e até dirigente espírita, você não pode se dizer
espírita.
Auto Obsessão
Atribui-se aos espíritos obsessores, o que, na maioria das
vezes, não passa de auto obsessão.
Loucura
O problema não é o de saber se você é louco, mas, sim, o de
definir o seu grau de loucura, porque a imperfeição espiritual é uma patologia
de ordem mental que acomete os espíritos.
Do Livro “Dr. Inácio em Gotas” e Outros
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 21 de julho de 2024.
21.7.24
XLII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER
A assertiva acima impõe certas reflexões:
- “... almas criminosas que tornam ao mergulho da carne premidas pela compulsória do Plano Superior...” – Como funcionaria, neste caso, a denominada “compulsória”?! Como, afinal, se dará a reencarnação dessas almas criminosas, que, evidentemente, são contrariadas em sua vontade?!
- Sabemos que, para reencarnar, o espírito carece de passar pelo “restringimento” de seu corpo espiritual... A palavra, dentre outros, tem como sinônimo: declínio, encolhimento, abate, apoucamento, minguamento... Para essas almas criminosas, o restringimento aconteceria de forma natural, ou sob alguma espécie de constrangimento?! O que pensam os nossos internautas?!...
*
André, que havia estranhado que os três “ovóides” renasceriam na condição de filhos do casal de fazendeiros, registra a palavra esclarecedora de Gúbio:
- Em ocorrências dessa ordem, a individualidade responsável pela desarmonia reinante converte-se em centro de gravitação das consciências desequilibradas por sua culpa (destacamos) e assume o comando dos trabalhos de reajustamento, sempre longos e complicados, de acordo com os ditames da Lei.
(...) Os princípios de atração governam o Universo inteiro. Nos sistemas planetários e nos sistemas atômicos vemos o núcleo e os satélites. Na vida espiritual, os ascendentes essenciais não diferem. Se os bons representam centro de atenção dos espíritos que se lhes afinam pelos ideais e tendências, os grandes delinquentes se transformam em núcleos magnéticos das mentes que se extraviaram da senda reta, em obediência a eles.
Que maravilha!...
Eis a metafísica da Lei de Causa e Efeito!...
Algozes e vítimas se imantam por compromissos de ordem moral que, em essência, se expressam por fenômeno de natureza física.
Assim como os planetas (e não apenas os planetas, mas também todos os corpos menores) do Sistema “descendem” do Sol, por sua vez, o Sol guarda a obrigação de sustentá-los e iluminá-los, até que, por assim dizer, se lhe reintegrem à “massa”.
O Sistema Solar nos leva a inferir sobre o nosso “relacionamento” com Deus, ou o Criador. “Pois nele vivemos e nos movemos, e existimos...” – disse Paulo, em Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículo 28.
A Missão de Jesus, Sol das Almas, Luz da Vida, é a de fazer com que passemos a orbitar ao Seu redor, para que, com Ele passemos a nos reintegrar à “Massa Divina”, seja lá a terminologia que os nossos internautas queiram empregar.
*
Quase no derradeiro parágrafo do capítulo, o Instrutor, acariciando a fronte do espírito daquela mulher desventurada, diz em prece:
- Transportará consigo três centros vitais desarmônicos e, até que os reajuste na forja do sacrifício, recambiando-os à estrada certa, será, na condição de mãe, um imã atormentado ou a sede obscura e triste de uma constelação de dor.
Assim, quantos de nós, pela culpa adquirida no pretérito, ou no presente, nos transformamos em “sedes” obscuras e tristes “de uma constelação de dor”?! Claro, não apenas na condição de mãe, mas também de pai, de filho, de neto, enfim, de irmão!...
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito por nós na terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
https://youtu.be/zdKQ55-equQ?list=PLJUZisvOqWSPrzDjdw6f9NSTmILB0O3rp
20.7.24
O CAMINHO
Repleto de lamaçal
E de abismos traiçoeiros,
Profundos, sem ter igual...
Trechos escorregadios,
Difíceis de percorrer,
Por entre sombras tão densas
Que nada se pode ver...
Mais se estreita na extensão
Que parece não ter fim,
E mais íngreme se torna
Qual nenhum se faz assim...
Impossível palmilhá-lo
Sem uma réstea de luz,
Ou evitar que se caia,
Sem a escora de uma cruz...
Tal caminho solitário,
Que ninguém o busque ao léu,
Pois que ele, na verdade,
É o caminho para o Céu!...
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
19.7.24
Avistamento
A espaçonave surgiu no céu sobre o mar, na altura do quebra ondas, por volta das sete horas, manhã cinzenta e úmida. A nave estava parada no ar, sem qualquer ruído, e eu no calçadão da praia. Minha voz ressoou dentro de mim mesma atentamente perguntando: O que é aquilo? Olhando admirada respondi-me: um disco voador! Passei a observá-lo, nem me lembrei de concentrar-me para recepção de contato telepático. Fiquei admirando o objeto que ocuparia o espaço de duas enormes luas cheias, uma ao lado da outra. Tinha o formato de dois pratos fundos com suas bordas se encontrando, um para cima e o outro para baixo. A parte inferior, conforme a inclinação, apresentava-se menor, de cor cinza metálico, e a parte superior era maior, de um azul cerúleo luminoso. E assim vi não sei se o reflexo ou aura, também azul, que se apresentava em torno do objeto. Depois de uns minutos saiu um fino e longo raio de luz da nave, apontando para a Serra do Mar e em seguida o objeto sumiu naquela direção.
Livro: Irmão Intra - Márcia
de Castro Soares (autora)
18.7.24
Julgamento Final
Ele é uma Lei onipresente no espaço e no tempo cuja reação não há distância nem demora que possa deter, de quem não se escapa, porque está dentro de vós e de todas as coisas.
Pode evitar-se ou enganar a lei da gravidade?
Assim não se evita nem se engana a reação da Lei, a justiça divina.
Deixo-vos. Minha última palavra a quem sofre. Esse é grande na Terra, porque regressa a Deus.
Destruí a dor e destruireis a vós mesmos, “Felizes os que choram, porque serão consolados”.
Não temais a morte, que vos liberta.
Vós e vossas obras, tudo é indestrutível por toda a eternidade.
Minha última palavra é de amor, de paz, de perdão, para todos. Minha obra está terminada. Se durante anos e anos, uma humanidade diferente, muito maior e melhor, olhando para trás, pesquisar esta semente lançada com muita antecipação para ser logo fecundada e compreendida, admirando-se como tenha sido possível adiantar-se aos tempos, tenha ela um pensamento de gratidão para o ser humano que, sozinho e desconhecido, realizou este trabalho, por meio de seu amor e de seu martírio. A sinfonia está escrita. O cântico emudece, para ressurgir em outras formas, noutros lugares. A voz apaga-se. O pensamento se afasta de sua manifestação exterior, na profundeza, para seu centro, no infinito.
Livro A Grande Síntese - Pietro Ubaldi
17.7.24
Comentário Questão 738 do Livro dos Espíritos
A necessidade da destruição se evidencia porque a humanidade fecha os ouvidos aos avisos do Evangelho, e antes deste, dos avisos dos profetas. O ser humano somente acorda com violência, por ter dentro de si a violência. As convulsões operadas em toda a Terra têm o objetivo de fazer os povos compreenderem a existência de Deus e das Suas leis, da grandeza do amor e da necessidade de o homem conhecer a si mesmo.
Muitas vezes, ficamos preocupados, querendo que as destruições atinjam somente os ignorantes, os malvados, os causadores de guerra, mas não nos preocupamos em melhorar os pensamentos, no que se refere à pureza espiritual. Não fazemos o mal, mas pensamos no mal, e desta forma, ele se encontra no nosso caminho.
Se passamos pela Terra, vestindo um corpo físico, é porque temos dividas no cartório onde há promissórias assinadas de muita gente que se encontra bem posta na Terra, aparentemente iluminada, mas que ainda não as saldou. Os arquivos da vida não dão traça, não queimam e nunca são destruídos. Somente saldando o que se deve é que a dívida se faz esquecida pela consciência.
Deus, pela Sua bondade, nos mostra muitos meios de progresso, mas nós nos fazemos surdos e cegos. Eis porque Ele usa correções drásticas para nos acordar e nos fazer compreender os nossos deveres ante a Vida Maior. Se algum justo perece nas catástrofes, sendo levado pelos flagelos, ele, no mundo espiritual, é compensado e também não sofre tanto como se pensa, porque é justo e nada teme. O que ele conquistou é seu patrimônio que o acompanha onde quer que seja. Os escandalosos, os revoltados, os que usaram para o mal as possibilidades que Deus lhes deu para fazerem o bem, a estes o mal, agora ou depois, aparece em seus caminhos. Isto não é justiça?
A humanidade continua pedindo aos céus sinais para crer. Os sinais são dados todos os dias, de que existe Deus, que a vida continua e que a reencarnação é uma verdade, e que os que morreram continuam com seus afetos. Se a vida nos fala pelas expressões materiais e não acreditamos, como poderíamos crer se os Espíritos benfeitores viessem a falar de coisas mais altas?
Analisemos o que anotou João, no capítulo três, versículo doze: -Em se tratando de cousas terrenas não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?
Somente com a aquisição da maturidade poderemos saber de coisas mais profundas, no que se refere a muitas interrogações. A ciência mais atuante que existe no mundo é o amor; devemos buscá-lo, pois ele nos dá a própria vida, nos ofertando os meios de convivermos melhor. A vida é linda na sua estrutura. Acompanhando a sua continuação, a carne é simples veste, e o tempo em que o Espírito a usa, em comparação com a eternidade, é simples segundo no relógio de Deus.
O que chamamos de destruição, certamente que vem de Deus, não com o assombro que lhe emprestamos, mas com a serenidade que o Senhor é capaz de conduzir até à Terra, para fazer dela um verdadeiro paraíso. Devemos suportar todos os flagelos com paciência, ponderando sempre e aprendendo suas lições na profundidade que elas nos trazem.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.
16.7.24
A VITÓRIA
Para o caminho a trilhar.
Entretanto, onde estiveres,
O roteiro é trabalhar.
Escalas monte espinhoso
No desejo de avançar...
Há pedras cerrando a frente?
A mudança é trabalhar.
Alegas tédio invencível
Da cabeça ao calcanhar;
Mas todo enfado se extingue:
A fórmula é trabalhar.
Lamentas incompreensões,
No seio do próprio lar.
Toda mágoa foge e cessa.
O recurso e trabalhar.
Dizes notar tentações
Na idéia, no chão, no ar...
Mas, hoje, podes ser livre.
A defesa é trabalhar.
Transportas na alma intranqüila
A dor de antigo pesar...
Qualquer aflição tem cura
O remédio é trabalhar.
Acusas-te perseguido,
Afirma-te sem lugar...
Renova-te e sê feliz.
A melhora é trabalhar.
Problemas são sempre muitos...
Não te ponhas a indagar.
A vida responde certo.
O preceito é trabalhar.
O próprio Cristo na cruz,
A sofrer e desculpar,
Ensina que, em toda luta,
A vida é trabalhar.
Casimiro Cunha
Órfão de pai aos sete anos, tendo cursado apenas as primeiras letras em escolas primárias, Casimiro Cunha, depois de haver uma vista aos 14 anos por acidente, cegou da outra aos 16. Adolescente, ainda, colaborou na impressa vassourense. Desde que se tornou espírita confesso, estendeu aos periódicos espiritistas, principalmente ao Reformador, a sua produção poética. Foi um dos fundadores do Centro Espírita “Bezerra Menezes”, de Vassouras. Mário Cis era o pseudônimo que ele comumente usava. Prefaciando o primeiro livro do poeta – Singelos -, M. Quintão chegou a afirmar que ele “fechara os olhos às misérias da Terra, para melhor entrever as belezas do Céu”. Jamais se lhe ouviu dos lábios um queixume, uma palavra de revolta. Era a resignação em pessoa. “Alma feita de luz,” – afirmou-o Armando Gonçalves (Colar de Pérolas, pág. CXXVI) – “é um dos mais vigorosos literatos que enchem de orgulho o torrão fluminense.” (Vassouras, Estado do Rio, 14 de Abril de 1880 – Vassouras, 7 de novembro de 1914.)
BIBLIOGRAFIA: a) do homem terreno: Singelos; Efêmeros; aves Implumes; Pétalas; Perispíritos; Álbum de Delba, póstumas.
b) do poeta desencarnado: Cartas do Evangelho; cartilha da Natureza; História de Maricota; Gotas de Luz – todas pelo médium Francisco Cândido Xavier; Juca Lambisca e Timbolão – pelos medianeiros desta Antologia.
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.
15.7.24
Chico Xavier
Significado e Importância
Alguns confrades dizem carecer de significado e importância doutrinária que Chico Xavier tenha sido a reencarnação de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo.
Respeitamos suas opiniões, não obstante, pensamos de maneira diferente, principalmente porque não nos cabe colocar em xeque a palavra do Espírito de Verdade, que anunciou a ele mesmo, a sua próxima encarnação, que, segundo cálculos efetuados por Kardec, ocorreria no final daquele século XIX, ou no começo do século XX.
Alguns, inclusive, dizem que os registros citados foram publicados em “Obra Póstumas”, que saiu à lume após a desencarnação do Codificador, e, portanto, não teriam recebido o seu aval, o que, convenhamos, a se raciocinar assim, invalidaria todo o excelente material de que o referido livro se constitui e. no mínimo, teria merecido um desmentido de sua esposa, D. Amèlie Boudet, que ainda estava encarnada.
Enfim, são diversas as questões levantadas por alguns confrades que não admitem que Allan Kardec possa ter voltado à Terra na personalidade de Chico Xavier.
Não obstante, há algo que fala mais alto por si mesmo, corroborando a tese que, igualmente, defendemos, de que Chico Xavier, foi, sim, a reencarnação do Codificador.
A Obra Mediúnica de Chico Xavier é a única que desdobra e atualiza o Pentateuco Kardeciano, dando sequência à Revelação que se iniciou com a publicação de “O Livro dos Espíritos”, em 18 de abril de 1857.
Ao longo do tempo, desde o desenlace de Kardec, surgiram muitos que foram apontados como sendo ele mesmo de volta ao corpo, mas que, através de suas obras, não deram provas da autenticidade das suposições aventadas – sendo que, tais provas, não vieram em nenhum sentido, seja do ponto de vista filosófico-doutrinário quanto da vida pessoal.
Chico, ao contrário, tendo reencarnado no começo do século XX, no dia 2 de abril de 1910, durante 75 anos exerceu de maneira exemplar o seu Mandato Mediúnico, e, em nossa opinião, teve a sua Obra referendada, não pelos Espíritos que por ele se manifestavam, mas pela sua vida apostolar.
A tarefa de Kardec, convenhamos, necessitou se limitar ao campo intelectual, porque, com o pouco tempo que teve para tanto – 15 anos! –, não lhe possibilitou imortalizar-se em França como um dos expoentes de sua história, tendo, assim, a sua memória reconhecida pelo povo francês, que hoje, praticamente, o ignora.
Chico, tendo começado muito cedo o seu labor no campo da Doutrina, tendo desencarnado em 2002, portanto, há 22 anos, vem sendo cada vez mais lembrado pelo povo brasileiro, e, talvez, mais pelos não-espíritas que propriamente por alguns adeptos que vêm desrespeitando o seu trabalho, minimizando-o, inclusive, através de ofensas pessoais ao médium. Aliás, ofensas pessoais não têm faltado, da parte de alguns, até ao próprio Kardec, com os que, insanamente, tentam reescrever as suas Obras, acusando-as de racistas.
Enfim, o imbróglio portas a dentro do Movimento Espírita é grande, devido, sem dúvida, ao personalismo de alguns de seus adeptos que se creem detentores de algum poder, ou, então, de serem eles próprios, a reencarnação de espíritos de considerável elevação.
A verdade é que, no fundo, o que se pretende, combatendo em Chico Xavier a reencarnação de Allan Kardec, é “tirar Jesus do Espiritismo”, negando, sub-repticiamente, por inspiração das trevas, ser o Espiritismo o Consolador Prometido...
O embate doutrinário travado não é, especificamente, contra Chico Xavier, mas, sim, contra o Cristo, que, principalmente, a Obra Mediúnica dos Espíritos por Chico revive, e de Quem ele deu testemunho pessoal a existência inteira.
Convém pensarmos mais maduramente sobre o tema que enfatizamos nestas linhas, porque, sem a Obra Mediúnica de Chico Xavier, o Espiritismo, que é uma doutrina dinâmica, permaneceria estática no século XIX, em absolutamente nada tendo conseguido avançar desde então.
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
14.7.24
XLI – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER
Eram entidades infortunadas, que se imantavam àquela irmã através do ódio que por ela nutriam – “irmã esta que, por sua vez, ainda não descobriu que a ciência de amar é a ciência de libertar, iluminar e redimir”.
Registrando a presença dos três amigos, ela passou a gritar: - Joaquim! onde está Joaquim? Digam-me, por piedade! para onde o levaram? ajudem-me! ajudem-me!
André diz que, em seguida, tocou a primeira “forma” e passou a auscultá-la:
- Vingança! vingança! Não descansarei até ao fim... Esta mulher infame me pagará...
Dos dois outros, André registrou as exclamações que “transbordavam de cada um”: - “Assassina! assassina!...”
Vejamos a maneira com que o ódio, o rancor, enfim, a falta de perdão acorrenta os espíritos!
Resumidas explicações de Gúbio:
- Joaquim era o antigo companheiro daquela mulher, que já a precedera na reencarnação...
- Ela fora “tirana senhora de escravos no século que findou...”
*
(A escravidão, no Brasil, foi abolida em 13 de Maio de 1888, portanto, há exatos 131 anos – calculemos, assim, quanto drama cármico ainda está para ser equacionado... Os estudiosos dizem que os navios brasileiros e portugueses fizeram mais de nove mil viagens transportando escravos! Consideram os historiadores que o “Holocausto Negro” – com 150 milhões de mortos – foi o maior crime da História!...)
*
- Joaquim fora pai de dois filhos com uma escrava, que a esposa, assim que descobriu o relacionamento, vendeu “para uma região palustre onde em breve encontrou a morte pela febre maligna” (malária)...
- Os dois rapazes (filhos do fazendeiro com a escrava), metidos no tronco, padeceram vexames e flagelações em frente da senzala. Acusados de ladrões, pelo capataz, a instâncias da senhora dominada de egoísmo terrificante, passaram a exibir pesada corrente ao pescoço ferido. Viveram, no passado, sob humilhações incessantes. No curso de reduzidos meses, caíram sem remissão, minados pela tuberculose que ninguém socorreu.
- Quando desencarnaram, os três se reuniram e passaram a perseguir a esposa do fazendeiro – eles foram instados ao perdão pelos amigos espirituais, “mas nunca cederam um til nos planos sombrios em que penhoraram o coração”.
- Esclarece Gúbio que a mulher também possuía amigos dispostos a lhes estenderem a mão, “contudo, quando nos enceguecemos no mal, inabilitamo-nos, por nós mesmos, à recepção de qualquer recurso do bem.”
*
O drama, como se percebe, era terrível, e, com certeza, até hoje os seus protagonistas devem estar envolvidos em sua solução, que só Deus sabe quando há de cessar...
*
Gúbio pontifica com sabedoria:
- A perturbação vem de inesperado, instala-se à pressa; entretanto, retira-se muito devagar.
*
A infeliz irmã reencarnaria e, na companhia do esposo de outrora, receberia o trio na condição de filhos.
Eis, abaixo, o curto diálogo entre Gúbio e André:
- Os inimigos ser-lhe-ão filhos? – indaguei, ansioso, quebrando-lhe as reticências.
- Como não? Certamente, o caso já se encontra sob a jurisdição superior.
*
Reflitamos juntos nos dramas cármicos que envolveram as Cruzadas, a Inquisição, as duas Grandes Guerras Mundiais, os conflitos religiosos – só na chamada “Noite de São Bartolomeu”, milhares foram mortos... Na Guerra Civil da Síria, ainda em andamento, cerca de 500.000 pessoas, entre mulheres e crianças, já foram eliminados...
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito por nós na terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
https://youtu.be/zdKQ55-equQ?list=PLJUZisvOqWSPrzDjdw6f9NSTmILB0O3rp
13.7.24
Voz de Deus
A falar-te no âmago do ser,
Que não conquista a luz da experiência.
Quem não sabe servir e compreender.
Ela te ensina sempre mais prudência
No caminho que tens a percorrer,
E a sublimar as forças da existência,
O mal em ti buscando combater.
Essa voz que não grita nem acusa,
E que é do Bem a inspiradora musa,
Soa como a mais bela das canções...
Qual as ondas do mar chegando à praia,
Essa voz que do íntimo se espraia
É a Voz de Deus em nossos corações!...
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, no dia 15 de Julho de 1986, em Uberaba – MG)
12.7.24
Espírito e Matéria
O que dizer destas palavras coloquialmente usadas por muita gente como a prometer que de onde veio há muito mais a se trazer?
Pois bem, de onde estou, cá na vida espiritual, tenho muito a trazer, mas ainda faço pouco. Pelo médium que me limita, pelo espaço que é restrito, pelo mundo que ainda não deixa.
Tenho muito a falar, como tenho... São muitas coisas que aprendo do lado de cá da vida. Todo dia tem novidade. Não há um só dia que não me surpreendo. Como o Pai é maravilhoso em nos pregar peças. Todo dia, Ele nos acorda com algo de surpreendente e faz toda a nossa crença ser revirada pelo avesso para formular novas ideias e novas formas de ver as coisas.
O mundo espiritual é repleto dessas novidades alvissareiras. Aqui, deste lado, encontramos gente de todos os tipos. Magros, gordos e nauseabundos. Padres, freiras, espíritas, pastores e gente de todas as crenças.
Encontramos comida - e das boas, mas nada que lembre um bom prato de feijão com arroz quando a fome do meio-dia só pede isso.
Encontramos pregações sobre a vida eterna, mas queríamos um segundozinho entre vocês para compartilhar a alegria de novamente estar no corpo físico. Não que a vida aqui não seja boa - é demais -, mas, às vezes, tudo que se quer é estar no meio de nosso povo outra vez.
Tem tanta coisa do lado de cá que ainda vou escrever. Coisas aparentemente inexplicáveis para vocês. Tenho paciência em não dizer tudo porque se assim fizesse - e me permitido fosse -, todos diriam que seria delírio do médium ou que Dom Hélder enlouquecera de vez no mundo espiritual.
Penso, cá com meus botões, que tudo passa. Um dia, eu me revelarei mais pleno, sem papas na língua, e aí o mundo vai ser outro, porque o ser humano estará mais aberto para as coisas do espírito.
Esta dicotomia aparente, matéria e espírito, mexe com a cabeça de muita gente por aqui - e aí também. Vai ser assim mesmo até conseguirmos um ponto de equilíbrio entre os dois lados da vida, enquanto não conseguirmos traduzir dentro de nós que a vida é isso mesmo: dois lados separados pela ponte da morte. O que ocorrerá, certamente, é que um dia esta ponte se tornará apenas uma breve passarela.
Entender a vida nestes dois planos é tarefa permanente de toda a gente. Nem ficar o tempo todo pensando no lado de cá, no que vai encontrar, nem tampouco ficar alimentando, de onde estou, um dia para retornar.
A sabedoria da vida é este eterno ir e vir para um dia se locupletar nos braços do Pai.
Tudo a seu tempo, entendeu? Tudo a seu tempo.
Um abraço,
Helder Camara - Blog Novas Utopias
11.7.24
Depressão
A apatia é abismo profundo do qual sairemos apenas à custa de muito esforço.
Não nos entreguemos, inermes, aos problemas que nos rodeiam, ensimesmados na tristeza.
Os que se rendem ao desânimo transformam-se em pacientes psiquiátricos, vitimados por estranha anemia de ordem moral.
Quando sentirmos que a tristeza insiste em se demorar conosco, ocupemos as nossas mãos e a nossa mente no serviço do bem.
Deixemos a poltrona do comodismo e desintoxiquemo-nos no suor da caridade.
Se abatidos espiritualmente no reconhecimento das próprias imperfeições, sintamo-nos incentivados à luta, ao invés de admitirmos a derrota.
Reajamos contra a melancolia, sacudindo o seu jugo de nossos ombros.
Reparemos que em nossos caminhos, de fato " as bênçãos são muito mais numerosas do que as dores".
Observemos os exemplos de quantos se encontram lutando com limitações maiores que as nossas, sem que lhes escutemos uma reclamação sequer.
No livro dos Provérbios, cap. 17, v. 22, está escrito:
"O coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos".
Livro: Lições da Vida - Carlos A. Baccelli - Irmão José.
10.7.24
Gravação do Estudo Detalhado do livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE - Cap. 6
Gravação do Estudo Detalhado do livro
NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE
feito pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
Capítulo 6 – PSICOFONIA
CONSCIENTE
Comentário Questão 738 do Livro dos Espíritos
A necessidade da destruição se evidencia porque a humanidade fecha os ouvidos aos avisos do Evangelho, e antes deste, dos avisos dos profetas. O ser humano somente acorda com violência, por ter dentro de si a violência. As convulsões operadas em toda a Terra têm o objetivo de fazer os povos compreenderem a existência de Deus e das Suas leis, da grandeza do amor e da necessidade de o homem conhecer a si mesmo.
Muitas vezes, ficamos preocupados, querendo que as destruições atinjam somente os ignorantes, os malvados, os causadores de guerra, mas não nos preocupamos em melhorar os pensamentos, no que se refere à pureza espiritual. Não fazemos o mal, mas pensamos no mal, e desta forma, ele se encontra no nosso caminho.
Se passamos pela Terra, vestindo um corpo físico, é porque temos dividas no cartório onde há promissórias assinadas de muita gente que se encontra bem posta na Terra, aparentemente iluminada, mas que ainda não as saldou. Os arquivos da vida não dão traça, não queimam e nunca são destruídos. Somente saldando o que se deve é que a dívida se faz esquecida pela consciência.
Deus, pela Sua bondade, nos mostra muitos meios de progresso, mas nós nos fazemos surdos e cegos. Eis porque Ele usa correções drásticas para nos acordar e nos fazer compreender os nossos deveres ante a Vida Maior. Se algum justo perece nas catástrofes, sendo levado pelos flagelos, ele, no mundo espiritual, é compensado e também não sofre tanto como se pensa, porque é justo e nada teme. O que ele conquistou é seu patrimônio que o acompanha onde quer que seja. Os escandalosos, os revoltados, os que usaram para o mal as possibilidades que Deus lhes deu para fazerem o bem, a estes o mal, agora ou depois, aparece em seus caminhos. Isto não é justiça?
A humanidade continua pedindo aos céus sinais para crer. Os sinais são dados todos os dias, de que existe Deus, que a vida continua e que a reencarnação é uma verdade, e que os que morreram continuam com seus afetos. Se a vida nos fala pelas expressões materiais e não acreditamos, como poderíamos crer se os Espíritos benfeitores viessem a falar de coisas mais altas?
Analisemos o que anotou João, no capítulo três, versículo doze: -Em se tratando de cousas terrenas não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?
Somente com a aquisição da maturidade poderemos saber de coisas mais profundas, no que se refere a muitas interrogações. A ciência mais atuante que existe no mundo é o amor; devemos buscá-lo, pois ele nos dá a própria vida, nos ofertando os meios de convivermos melhor. A vida é linda na sua estrutura. Acompanhando a sua continuação, a carne é simples veste, e o tempo em que o Espírito a usa, em comparação com a eternidade, é simples segundo no relógio de Deus.
O que chamamos de destruição, certamente que vem de Deus, não com o assombro que lhe emprestamos, mas com a serenidade que o Senhor é capaz de conduzir até à Terra, para fazer dela um verdadeiro paraíso. Devemos suportar todos os flagelos com paciência, ponderando sempre e aprendendo suas lições na profundidade que elas nos trazem.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.
9.7.24
A TI QUE ME OUVES
O poder do ideal e a corrente da vida...
Nem ancinho a morder, nem mão em garra adunca...
A morte? Apenas sonho embalando a partida...
Se o caminho em que vais é trilha que se junca
De farpas, lama e fel, sem clareira ou saída,
Sê compaixão sòmente e não sentirás nunca
A sombra da tristeza ou a esperança perdida.
Se a agonia envenena o pranto de teus olhos,
Qual rocio letal no lodo que te banha,
Não te fira a visão de tremedais e abrolhos.
O amor é como o sol ante o charco profundo...
Amando, entenderás que a dor mais rude e estranha
É sempre a Lei de Deus que se move no mundo...
Alceu de Freitas Wamosy
Poeta e jornalista, AW trabalhou ativamente na imprensa, principalmente depois que fixou residência em Livramento, tendo sido diretor de O Republicano. Patrono da cadeira n 40, na Academia Sul-Riograndense de Letras. Sua poesia é essencialmente subjetiva, com impressões de vida interior. Prefaciando-lhe a obra póstuma Poesias, Mansueto Bernardi afirmou : «Alma de eleição, um dos mais finos temperamentos artísticos do Rio Grande, uma das belas vazes da poesia, no Brasil. » E mais adiante, observava : «Ao mesmo tempo que o pensamento do amor, o pensamento da morte o acompanha sempre. (...) Foram eles, por assim dizer, o amor e a morte, assim como a luz e a sombra dos seus olhos, o mel e a cicuta dos seus lábios, a sístole e a diástole do seu coração.» (Uruguaiana, Rio Grande do Sul, 14 de Fevereiro de 1895 – Livramento, Rio Grande do Sul, 13 de Setembro de 1923.)
BIBLIOGRAFIA: Na Terra Virgem; Coroa de Sonhos; etc.
Livro: Antologia dos Imortais - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.
8.7.24
A Varonilidade de Chico Xavier
Sinceramente, não sei como se atrevem a analisar a psicologia de outrem, conhecendo-a com tal profundidade, quando ainda não conhecemos sequer a nós mesmos...
Alegam, alguns, que Chico era extremamente resignado, afetuoso, maternal, e que Kardec, que casou-se com Dona Amèlie, que já estava com quase quarenta anos, era um espírito viril, ativo, forte...
Provavelmente, tais irmãos de crença, com a ideia obsedante de que Chico não pode ter sido a reencarnação de Kardec, desconhecem, a fundo, as lutas que o inesquecível médium enfrentou desde os 5 de idade, quando ficou órfão.
Para começar, Chico trabalhou na Doutrina por um tempo cinco vezes a mais que Kardec, que, quando se interessou pelos fenômenos já estava com quase 50 de idade.
Sozinho, sem cultura quase, Chico, em Pedro Leopoldo, teve que enfrentar, inclusive, a oposição da família, e excomunhão da Igreja, que se deu publicamente, durante a realização de um ofício religioso.
Após a publicação de “Parnaso de Além-Túmulo”, em 1932, virou alvo da imprensa leiga que o acusava de mistificador, chegando a pedir a sua prisão às autoridades competentes.
Durante o dia, trabalhava na “Fazenda Modelo” para ajudar a sustentar a numerosa prole de seu pai, que se consorciara duas vezes, e, à noite, entregava-se à tarefa da mediunidade até à madrugada do dia seguinte, com pouco tempo disponível para o descanso.
Kardec, em “Obras Póstumas”, escreveu que teve a saúde abalada pelas traições recebidas na “Sociedade Espírita de Paris”, com os Espíritos dizendo a ele que, não fosse por tais abalos sofridos e a saúde já periclitante, ele poderia ter se demorado no corpo por mais tempo.
Em 1944, Chico enfrenta, sem se deter na tarefa por um minuto sequer, o rumoroso processo movido pela família do escritor Humberto de Campos, assunto que ocupou as páginas dos periódicos da época por longo período.
Em 1958, suporta as acusações de um sobrinho alcoólatra, que, igualmente, o acusa de mistificação, com o assunto, novamente, virando manchetes dos jornais de maior circulação.
Os ataques a Chico provinham de todos os lados, e ele, sustentado pelo Mundo Espiritual, sempre firme e inabalável, aguentando o que muitos “machões” não aguentariam, como, aliás, não têm aguentando se declarando ex-espíritas.
Vivendo em situação de grande carência material, Chico nunca auferiu qualquer recurso da venda de seus livros, à semelhança de Kardec que, a certa altura, teve que se valer dos recursos pecuniários da esposa, com a qual não teve filhos, de vez que os livros da Codificação deveriam ser os seus rebentos.
Para que Chico não seja a reencarnação de Kardec, já lemos de um médico que se dizia espírita, e que já se transferiu para o Outro lado, que, enquanto Kardec era um europeu da gema, pele e olhos claro, Chico era analfabeto, caboclo e cego de um olho!...
O preconceito dessa gente que vive querendo saber da sexualidade alheia é tão grande que eles nos dão a impressão de não saber, em sua atual encarnação, a que gênero pertencem, para além, claro, dos órgãos genitais que trazem entre as pernas.
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 7 de Julho de 2024 (*)
(*) Véspera da missionária tarefa mediúnica que Chico iniciou a 8 de Julho de 1927.
7.7.24
XL – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER
(...)
A gritaria, em torno, era de espantar.”
Pela palavra de André Luiz, entre os espíritos alienados, habitantes da nomeada “cidade estranha”, outros existiam ainda em piores condições! Espíritos enlouquecidos que isolavam, numa espécie de “asilo”, ou “hospício”, outros que eles próprios consideravam loucos... Realmente, muito difícil, para os encarnados, conceberem uma situação assim tão lastimável que, não obstante, existe!...
Reflitamos juntos sobre o próximo parágrafo:
- À frente, numa distância de dezenas de quilômetros (destacamos), sucediam-se furnas e abismos, qual se nos situássemos perante imensa cratera de vulcão vivo, alimentado pela dor humana, porque, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam, ininterruptos, parecendo estranha mistura de lamentos de homens e animais.
Eis o “inferno” (do latim infernum – Seol, Hades, Geena...) concebido pela teologia católica e por inúmeras culturas mitológicas! André Luiz, com a sua narrativa, desmistifica o termo, apresentando-o como região natural que congrega, além da morte, espíritos em grande expiação, mas não condenados eternamente.
Atentemos para a palavra de Gúbio:
- Amontoam-se aqui, como se fossem lenhos secos, milhares de criaturas que abusaram de sagrados dons da vida. São réus da própria consciência, personalidades que alcançaram a sobrevivência sobre as ruínas do próprio “eu”, confinados em escuro setor de alienação mental. (...).
Em certos pontos, as narrativas de André Luiz coincidem com as de Dante Alighieri, poeta florentino, na obra “Divina Comédia”, escrita no início do século XIV.
Para maior espanto de André e Elói, o Instrutor Gúbio pontifica:
- Não estamos contemplando senão a superfície de trevosos cárceres a se confundirem com os precipícios subcrostais.
Acrescentamos: “precipícios subcrostais” renteando o Abismo, “esfera” que, em passant, André Luiz se refere em “Obreiros da Vida Eterna”.
*
Carecemos ainda enfatizar que entre tais entidades enlouquecidas, muitas quase animalizadas, não se contavam apenas seres embrutecidos ou de primária evolução, mas, principalmente, grandes inteligências que caíram pela crueldade, espíritos religiosos que se equivocaram tremendamente no campo da fé, deturpando os dons da crença...
Gúbio pondera:
- E se eles mesmos, senhores de preciosos dons de inteligência, com todo o acervo de revelações religiosas de que dispõem para solucionar os problemas da alma, se confiam voluntariamente a semelhante atraso, que nos resta fazer senão seguir nas linhas de paciência por onde se regula a influenciação dos nossos benfeitores? Sem dúvida, esta paisagem é inquietante e angustiosa, mas compreensível e necessária. (destacamos)
*
O Instrutor, encerrando o assunto, diz a André e a Elói que aquela imensa coletividade, no entanto, não estava esquecida pela Misericórdia Divina, que, aliás, não olvida sequer a existência do verme que se arrasta no subsolo.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 25 de março de 2019.
6.7.24
Colheita
Mantém no coração acesa a chama,
Do Ideal que te nutre e te conclama
A semear o Bem constantemente...
Escuta, em torno, o vozerio que clama...
Esse mendigo o pão... Outro se sente
Abandonado... Aquele está doente,
Em um catre de dores que desama...
Supera o desalento e continua...
A semente esquecida sobre a estrada
Faz crescer um jardim na terra nua...
Do suor que, na Vida, derramares,
Quando vier o termo da jornada,
Haverás de colher o que plantares!...
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, no dia 20 de Maio de 1986, em Uberaba – MG).