16.7.23

Evangelho de Maria Madalena

 Texto gnóstico encontrado em 1945 em Nag Hammadi, no Egito. São textos religiosos que contam a história de Jesus Cristo, apresentando uma visão diferente da vida e do ensinamento de Jesus daquela que temos na Bíblia. Conta a história de uma conversa entre Jesus e Maria Madalena após a ressurreição de Jesus. Ela é apresentada como uma discípula privilegiada, que recebeu ensinamentos especiais de Jesus.

Jesus revela a ela os mistérios do reino de Deus. Ele diz a ela que o reino de Deus está dentro dela, e que é lá que ela deve buscá-lo. Jesus também diz a Maria Madalena que ela é uma mulher bem-aventurada, porque ela viu o reino de Deus.
O Evangelho de Maria Madalena foi rejeitado pela Igreja Católica como um texto apócrifo. Isso porque apresenta uma visão diferenciada da vida e do ensinamento de Jesus. No entanto, o Evangelho de Maria Madalena é um texto importante para o estudo do cristianismo primitivo e do gnosticismo. Nos ajudando a entender melhor as diferentes crenças e práticas que existiam no primeiro século do Cristianismo.
Karen L. King esclarece: “A redescoberta do Evangelho de Maria agora fornece direta evidência dos argumentos do Cristianismo inicial em favor da liderança de mulheres, e nos permite ver que as opiniões que excluíam mulheres eram nada menos que um lado de uma questão ardentemente debatida” (King, 1993: 601).
A confusão de Marias nos Evangelhos Canônicos. O nome Maria parece ter sido muito popular na época de Jesus. As Marias mencionadas nos evangelhos canônicos são:
– Maria de Nazaré, a mãe de Jesus
– Maria da Betânia, a irmã de Marta e Lázaro (Lucas 10:38-42 e João 12:03-11)
– Maria Madalena (Lucas 8:02; Marcos 15:40 e 47, e 16:01)
– Maria, a esposa de Cléofas (João 19:25)
– Maria, mãe de José (Marcos 15:47)
– Maria, mãe de Tiago (Marcos 16:01)
– Maria, mãe de Tiago e de José (Marcos 15:40), às vezes duvidosamente identificada com a Mãe de Jesus (Marcos 6:03)
– a outra Maria, mencionada em Mateus 28:01
– Salomé, depois conhecida como Maria Salomé nas lendas medievais (Marcos 15:40 e 16:01) e
– a pecadora arrependida, identificada depois no Cristianismo Ocidental com Maria Madalena (Lucas 7:36-50).
Excluindo Maria, mãe de Jesus, a identificação e a distinção de uma Maria com outra, nas passagens dos Evangelhos Canônicos, dependem, em muitos casos, de interpretações. O Cristianismo Ortodoxo do Oriente nunca aceitou a identificação de Maria Madalena com a pecadora arrependida ou a prostituta penitente. Nesta vertente, ela sempre foi vista como uma virtuosa companheira de Jesus, a qual, juntamente com outras, lhe assistia em suas despesas e lhe acompanhava nas viagens (Lucas 8:01-04).
O motivo para o silêncio é apontado pelos críticos, como uma tentativa de encobrir a proeminência de Maria Madalena entre os companheiros e companheiras de Jesus, por parte dos autores dos relatos e dos compiladores da corrente patriarcal, no momento da composição dos Evangelhos que, no futuro, se tornariam Bíblicos.
 
Estudo de Toninho Barana com base em vários outros textos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário