19.10.22

CONTEMPLAÇÃO

Comentários Questão 657 do Livro dos Espíritos

A vida contemplativa é um estágio da alma que procura algo de real para a sua solidificação espiritual. O "nada se perde" pode ser usado em tudo. À primeira vista, nos parece que a contemplação de nada serve; evidentemente não serve para nós, mas prepara quem está sem rumo para um trabalho no futuro, de grande valia.
Nunca devemos incentivar a vida contemplativa, pois é semente de difícil germinação, todavia, quem precisa dela na espontaneidade de suas decisões, que o faça, e que Deus abençoe o seu gesto no preparo para a vida maior. Diante deste assunto, vamos repetir a resposta à pergunta de número quinhentos e trinta e seis, quando os Espíritos benfeitores assim respondem:
Tudo tem uma razão de ser, e nada acontece sem a permissão de Deus.
Quem tem uma vida contemplativa, o que nos dias atuais já não ocorre muito, desejou tê-la. O desejo é uma prece, e Deus permitiu, conforme nos relata "O Livro dos Espíritos".
Sabemos que o homem ignorante é fácil de entrar nas linhas do fanatismo; da adoração pela vida reta, ele passa para a contemplação, que é vida inerte, contudo, Deus aproveita tudo para a iluminação das criaturas. É, repetimos, o nada se perde.
Houve uma época em que, no velho Oriente, se encontrava multidão de pessoas em estado de contemplação, com a idéia fixa de entrar no Todo, em busca da felicidade, e Jesus veio salvar essas criaturas, colocando-as em movimento, porque o próprio Deus que eles adoravam somente pelo pensamento, trabalha constantemente. Se Ele parar por uma fração de segundo, toda a criação se desnorteia em seus destinos.
Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido. (Mateus, 18:11)
Jesus não ficou se demorando em contemplações improfícuas para Ele, mas apenas orava em curtos minutos, pedindo ao Pai forças novas para as Suas grandes realizações. E ensinou, igualmente, aos Seus discípulos a se movimentarem permanentemente. O Espírito, quando chega a um grau de despertamento, não deve parar, porque seus poderes desenvolvidos, quanto mais circularem em serviço de Deus, mais crescem em Cristo.
Precisamos anotar na mente que aquele que pára de fazer o mal, por vezes fica algum tempo sem fazer o bem, para ir gradativamente se acostumando com a idéia de luz do bem coletivo. As mudanças bruscas não podem acontecer. Vê que Jesus, na Sua jornada de luz, do Céu para a Terra, o quanto tempo demorou, e mesmo quando estava na Terra, silenciou dos treze aos trinta anos, esperando a hora certa que o Pai determinaria para a Sua ação junto ao Seu rebanho!
É justo que quem passa a vida toda em estado de contemplação nada faz de meritório para os outros, mas não podemos esquecer que ele faz para si mesmo, algo que o prepara para o benefício coletivo no futuro. Ninguém nasce perfeitamente despertado para a Luz; esse despertamento custa-lhe tempo, espaço e boa vontade. Os grandes ensinamentos sempre vibraram na Terra, porque Deus nada esquece; mas somente os que têm maturidade os aceitam e vivem no dia-a-dia.
Não conhecemos Espírito algum, já livre de todo o mal, iluminado, que não tenha passado pelos mesmos trilhos de despertamento, pelos mesmos processos de elevação que estão destinados a todos. A luz da alma é a soma de muitas vestes físicas, que a lei de amor determina na mais alta expressão de carinho.

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