Questão nº. 425
Sonâmbulos sublimes, temo-los
no mundo honorificados no Cristianismo, por terem testemunhado, valorosos, a
evidência do Plano Espiritual.
E muitos dos mais eminentes
sofrem os efeitos de suas atividades psíquicas na própria constituição
fisiológica, tolerando, muitas vezes, os tremendos embates das forças
superiores, que glorificam a luz, com as forças inferiores que se enquistam nas
trevas.
Paulo de Tarso, o apóstolo
intrépido, após o comentário de suas próprias visões, fora do corpo denso,
exclama na segunda carta aos coríntios: - “E para que me não exaltasse pelas
excelências recebidas, foi-me concedido um espinho na carne...”.
Antão, o venerado eremita do
vilarejo de Coma, no Egito, intensivamente assaltado por Espíritos obsessores,
e em estado cataléptico, é tido como morto, despertando, porém, entre aqueles
que lhe velavam o suposto cadáver.
Francisco de Assis, o herói
da humildade, ouve, prostrado de febre, em Spoleto, as vozes que lhe recomendam
retorno à terra natal, para o cumprimento de sua missão divina.
Antônio de Pádua, o admirável
franciscano, por várias vezes entra em sono letárgico, afastando-se do corpo
para misteres santificantes.
Teresa de Ávila, a insigne
doutora da literatura religiosa na Espanha, permanece em regime de parada
cardíaca, por quatro dias consecutivos, acordando subitamente, entre círios
acesos, quando já se lhe preparava conveniente sepulcro, no convento da
Encarnação
Medianeiros excelsos foram
todos eles, pelas revelações que trouxeram do Plano Divino ao acanhado círculo
humano.
Entretanto, fora do
hagiológio conhecido, encontramos uma infinidade de sonâmbulos outros, em todas
as épocas.
Sonâmbulos de inteligência
enobrecida e sonâmbulos enfermos na atividade mental.
Sabe-se que Maomé recebia
mensagens do Além, no intervalo de convulsões epileptóides.
Dante, apesar do monoideísmo
político, registra impressões hauridas por ele mesmo, fora dos sentidos
normais.
Através de profundas crises
letárgicas, Auguste Comte escreve a sua Filosofia Positiva.
Frederica Hauff, na Alemanha,
em princípios do século XIX, doente e acamada, entra em contato com a Esfera
Espiritual.
Guy de Maupassant, em França,
vê-se obsidiado pelas entidades desencarnadas que lhe inspiram os contos
notáveis, habitualmente grafados por ele em transe.
Van Gogh, torturado pinta,
sob influências estranhas, padecendo acessos de loucura.
E além desses sensitivos,
categorizados nas classes a que nos reportamos, surpreendemos atualmente os
sonâmbulos do sarcasmo, que se valem de assunto tão grave, qual seja o
sonambulismo magnético, para motivo de hilaridade, em diversões públicas, com
evidente desrespeito à dignidade humana.
Todavia, igualmente hoje, com
a benção do Cristo, vemos a Ciência estudando a hipnose para aplicá-la no vasto
mundo patológico em que lhe cabe operar, e a Doutrina Espírita a reviver o
Evangelho, disciplinando e amparando os fenômenos da alma, no campo complexo da
mediunidade, de modo a orientar a consciência dos homens no caminho da Nova
Luz.
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