Agora que se comemora mais um
ano de República, necessitamos perguntar a nós mesmos se o ideário republicano
efetivamente fez-se presente no solo brasileiro.
Corro para afirmar que,
infelizmente, não.
O ideal de se construir uma
república, dos primeiros positivistas brasileiros, no final do século 19 ainda
está no campo das ideias.
O pensamento de fazer com que
as nossas decisões sejam pautadas por uma conduta humanista e inclusiva não
perdurou por muito tempo. As elites oligárquicas da época – as mesmas que
vigoram no poder até hoje – não entendiam direito o que isso representava e o
povo, desletrado, passou ao largo dessa nobre intenção.
A coisa pública, bem de
todos, é um ideário humano e, ao mesmo tempo, profundamente cristão,
representa, na sua essência, a ideia da partilha, da divisão dos bens para com
todos, de modo que ninguém fique prejudicado porque outro deteve de todas as
partes.
É ou não é a concepção do
Cristo que desejava que todos tivessem acesso e gozo de tudo que fosse gerado
na Terra?
É ou não a própria ideia
magnânima da amar ao outro como a si mesmo?
O Cristo, nestes termos,
também era um republicano à medida que conclamava a todos dividirem o que
possuíam para o benefício de todos.
Neste mesmo raciocínio,
representa que os bens devem ser divididos igualitariamente, ou ao menos o
acesso a eles, sobretudo os bens básicos que se necessita para a sobrevivência
e a vida social.
O Cristo previa que a
natureza pertencia a todo ser humano e não apenas a uma parte diminuta deles.
Por não entender essa máxima e aurida de muito egoísmo, o ser humano, e
notadamente os brasileiros, não conseguiram materializar o ideal de república
sonhado pelos seus primeiros mandatários.
Agora, passado algum tempo,
vale a pena rever estes princípios e buscar coloca-los em prática para que
possamos ter o Brasil como terra de todos e não de uns poucos.
Façamos a república do Cristo
entre os homens.
Deixemos de lado qualquer
sentimento de privilégio.
Sejamos partícipes de uma
nova era em que a justiça prevaleça no seio da sociedade brasileira e que ela
possa se espelhar no sentimento de uma convivência fraterna e igualitária.
A república não morreu, mas
necessita ser ensinada para que todos a coloquem em prática, a começar pelos
governantes e os donos do poder.
Helder Camara –Blog Novas
Utopias
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