- EVOLUÇÃO E ESTADO DE NATUREZA
O homem desenvolve sua caminhada evolutiva
a partir de um estado primitivo ou estado de natureza.
"O estado de natureza é a infância da
Humanidade e o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e moral.
Sendo perfectível e trazendo em si o gérmen do seu aperfeiçoamento, o homem não
foi destinado a viver perpetuamente no estado de natureza, como não o foi a
viver eternamente na infância. Aquele estado é transitório para o homem, que
dele sai por virtude do progresso e da civilização." [LE-qst 776]
É necessário que o ser humano desenvolva-se
intelectual e moralmente e, através da lei de progresso, regula-se a evolução
de todos os seres, encarnados ou desencarnados, e de todos os mundos do
Universo.
O Espírito só se depura com o tempo, pelas
experiências que as reencarnações facultam.
"O homem tem que progredir
incessantemente e não pode volver ao estado de infância. Desde que progride, é
porque Deus assim o quer. Pensar que possa retrogradar à sua primitiva condição
fora negar a lei do progresso".[LE-qst 778]
No estado de natureza o homem tem menos
necessidades, a sua vida é mais simples e menores são as atribulações. Ele se
atém mais a sua sobrevivência e às necessidades fisiológicas. No entanto,
"há em nós uma surda aspiração, uma íntima energia misteriosa que nos
encaminha para as alturas, que nos faz tender para destinos cada vez mais
elevados, que nos impele para o Belo e para o Bem. É a lei do progresso, a
evolução eterna, que guia a Humanidade através das idades e aguilhoa cada um de
nós, porque a Humanidade são as próprias almas, que, de século em século,
voltam para prosseguir com auxílio de novos corpos, preparando-se para mundos
melhores em sua obra de aperfeiçoamento."
"A lei do progresso não se aplica
somente ao homem; é universal. Em em todos os reinos da Natureza, uma evolução
que foi reconhecida pelos pensadores de todos os tempos. Na planta, a
inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se,
possui-se e torna-se consciente."
O homem ascende a planos mais altos através
do "trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da
dor"
"As reencarnações constituem,
destarde, uma necessidade inelutável do progresso espiritual. Cada existência
corpórea não comporta mais do que uma parcela de esforços determinados, após os
quais a alma se encontra exausta. A morte representa, então, um repouso, uma
etapa na longa rota da eternidade. Depois é a reencarnação novamente, a valer
um como rejuvenescimento para o Espírito em marcha."
Paixões antigas, ignomínias. remorso
desaparecem, o esquecimento cria um novo ser, que se atira cheio de ardor e
entusiasmo no percurso da nova estrada. Cada esforço redunda num progresso e
cada progresso num poder sempre maior.
Essas aquisições sucessivas vão alterando a alma nos inumeráveis degraus
da perfeição.
"Somos, assim, o árbitro soberano de
nossos destinos; cada encarnação condiciona a que lhe sucede e, mau grado a
lentidão da marcha ascendente, eis-nos a gravitar incessantemente para alturas
radiosas, onde sentimos palpitar corações fraternais, e entramos em comunhão
sempre mais e mais íntima com a grande alma universal - A Potência
Suprema"
- MARCHA DO PROGRESSO
"O progresso pode ser comparado ao
amanhecer. Mesmo demorando aparentemente culmina por lograr êxito.
A ignorância, travestida pela força e
iludida pela falsa cultura, não poucas vezes se há levantado, objetivando criar
embaraços ao desenvolvimento dos homens e dos povo."
Inevitavelmente ele chega, altera a face e
a constituição que encontra pela frente e desdobra recursos, fomentado a
beleza, a tranqüilidade, o conforto, a dita.
Esta é a marcha do progresso:
inexoravelmente erguerá o homem do solo das imperfeições, que ainda se detém,
para a sua gloriosa destinação: a perfeição.
Há dois tipos de progresso: o intelectual e
o moral. O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos
progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se, então, que os mais adiantados
auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social.
O progresso moral nem sempre acompanha o
progresso intelectual. Geralmente os indivíduos e os povos adquirem maior
progresso científico e, mais lentamente, se moralizam. Com o aumento do
discernimento entre o bem e o mal, pelo desenvolvimento do livre-arbítrio,
cresce no ser humano a noção de responsabilidade no pensar, falar e agir.
"O desenvolvimento do livre-arbítrio
acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos."(...)
"O desenvolvimento intelectual não
implica a necessidade do bem. Um Espírito, superior em inteligência, pode ser
mau.
Isso se dá com aquele que muito tem vivido
sem melhorar: apenas sabe". Por isto encontramos entre nações tecnicamente
adiantadas tantas injustiças sociais: falta a moralização dos seus componentes
humanos.
"Somente o progresso moral pode
assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente
esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a
fraternidade. No século em que vivemos
houve grandes avanços nos diversos campos do conhecimento humano, mas o
progresso moral se acha muito aquém do fabuloso progresso intelectual a que
chegou, e daí porque prevalece, em nossos dias, uma ciência sem consciência,
valendo-se, não poucos, de suas aquisições culturais apenas para a prática do
mal."
Mais cedo ou mais tarde os resultados do
mau uso do livre-arbítrio e da inteligência recairão sobre os homens, através
da lei de causa e efeito e, trabalhados pela dor, os homens ganharão
experiências e entendimento para se equilibrarem e continuarem suas jornadas
evolutivas.
"O amor e o conhecimento são as asas
harmoniosas para o progresso do homem e dos povos, progresso que, não obstante
as paixões nefastas ainda predominantemente na natureza animal do homem, será
impossível de não ser alcançado."
Os maiores obstáculos à marcha do progresso
moral são, sem sombra de dúvidas, o orgulho e o egoísmo. "À primeira
vista, parece mesmo que o progresso intelectual repudia a atividade daqueles
vícios, desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas, que, a seu turno,
incitam o homem a empreender pesquisas que lhe esclarecem o Espírito. Assim é
tudo se prende, no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o bem. Curta,
porém, é a duração desse estado de coisas, que mudará à proporção que o homem
compreende melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona, uma
felicidade existe maior e infinitamente mais duradoura."
- A CIVILIZAÇÃO
O progresso, para ser legítimo, não pode
prescindir da elevação moral dos homens, que se haure no Evangelho, sempre
atual.
As conquistas da inteligência, embora
valiosas, sem a santificação dos sentimentos, conduzem ao desvario e à
destruição.
Para serem autênticas, as aquisições
humanas devem alicerçar-se nos valores éticos, sem os quais o conhecimento se
converte em vapor tóxico que culmina por aniquilar quem o detém."
"A Humanidade progride, por meio dos
indivíduos que pouco a pouco se melhoram e instruem. Quando estes preponderam
pelo número, tomam a dianteira e arrastam os outros. De tempos a tempo, surgem
no seio dela homens de gênio que lhe dão um impulso; vêm depois, com
instrumentos de Deus, os que têm autoridade e, nalguns anos, fazem-na
adiantar-se de muitos séculos."
A marcha do progresso é ascensional, quer
intelectual, quer moralmente falando. Porém, o fato de uma nação progredir
cientificamente mais do que outra, não significa que seja moralmente mais
adiantada. Civilizar, quer dizer progredir, mas é um "progresso
incompleto."
Para se chegar a um estado de civilização
completa, de Humanidade moralmente evoluída, muitas conquistas deverão ser
realizadas tanto no campo moral quanto no intelectual.
Há diferenças entre civilização,
civilização completa ou evolutiva e povos esclarecidos. Quando um povo sai do
estado selvagem ou de barbárie e, por força do progresso, adquire novos
conhecimentos, inicia-se o processo de civilização; mas esta civilização, é
ainda incompleta porque incompleto é seu progresso. "A civilização, como
todas as coisas, apresenta graduações diversas. Uma civilização incompleta é um
estado transitório, que gera males especiais, desconhecidos do homem no estado
primitivo. Nem por isso, entretanto, constitui menos um progresso natural,
necessário, que traz consigo o remédio para o mal que causa. À medida que a
civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns males que gerou, males que
desaparecerão todos com o progresso moral.
De duas nações que tenham chegado ao ápice
da escala social, somente pode considerar-se a mais civilizada, na legítima
acepção do termo, aquela onde exista menos egoísmo, menos cobiça e menos
orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais;
onde a inteligência se puder desenvolver com maior liberdade; onde haja mais
bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde menos enraizados
se mostrem os preconceitos de casta e de nascimento, por isso que tais
preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo; enfim, onde
todo o homem de boa-vontade esteja certo de lhe não faltar o necessário."
Em [LE-qst 793] os Espíritos superiores
esclarecem perfeitamente a respeito da diferença assinalada acima: uma
civilização completa, "reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Crede
que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido
maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens.
Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão
quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando
viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas
povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da
civilização.(...)"
"No que diz respeito à evolução dos
códigos da justiça humana, a Hamurábi se deve o mais antigo conjunto das leis
conhecidas pela Humanidade, nas quais se tem uma visão de eqüidade avançada
para a época em que predominava o poder sobre o direito, a supremacia do
vencedor sobre o vencido.
Posteriormente, as civilizações, pela
necessidade de estabelecerem códigos destinados a regerem seus membros, ora
subordinados às diretrizes religiosas, ora aos impositivos éticos sobre que
colocavam suas bases, formaram seus estatutos de justiça e ordem, nem sempre
felizes"
"Dos primeiros moralistas, da escola
ingênua, aos grandes legisladores, ressaltam as figuras de Moisés, instrumento
do Decálogo, e Jesus, o excelso paradigma do amor, que consubstanciaram as
necessidades humanas, ao mesmo tempo facultando os meios liberativos para o ser
que marcha na direção da imortalidade."
Do direito Romano aos modernos tratados, as
fórmulas jurídicas evoluem, apresentando dispositivos e ativos cada vez mais
concordes com o Espírito de justiça do que com as ambições do comportamento
individual e grupal. "
"A civilização criou necessidades
novas para o homem, necessidades relativas à posição social que ele ocupa.
Tem-se então que regular, por meio de leis humanas, os direitos e deveres
dessas posição." Quanto menos
evoluída for a sociedade, mais duras são as suas leis. "Uma sociedade
depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se
destinam a punir depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação
poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão
rigorosas. "
Bibliografia
1) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) Constituição Divina - Richard Simonetti
3) Leis Morais - Rodolfo Calligaris
Apostila Original: Instituto de Difusão
Espírita de Juiz de Fora - MG
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