29.7.16

LEI DO PROGRESSO

    - EVOLUÇÃO E ESTADO DE NATUREZA
    O homem desenvolve sua caminhada evolutiva a partir de um estado primitivo ou estado de natureza.
    "O estado de natureza é a infância da Humanidade e o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e moral. Sendo perfectível e trazendo em si o gérmen do seu aperfeiçoamento, o homem não foi destinado a viver perpetuamente no estado de natureza, como não o foi a viver eternamente na infância. Aquele estado é transitório para o homem, que dele sai por virtude do progresso e da civilização." [LE-qst 776]
    É necessário que o ser humano desenvolva-se intelectual e moralmente e, através da lei de progresso, regula-se a evolução de todos os seres, encarnados ou desencarnados, e de todos os mundos do Universo.
    O Espírito só se depura com o tempo, pelas experiências que as reencarnações facultam.
    "O homem tem que progredir incessantemente e não pode volver ao estado de infância. Desde que progride, é porque Deus assim o quer. Pensar que possa retrogradar à sua primitiva condição fora negar a lei do progresso".[LE-qst 778]
    No estado de natureza o homem tem menos necessidades, a sua vida é mais simples e menores são as atribulações. Ele se atém mais a sua sobrevivência e às necessidades fisiológicas. No entanto, "há em nós uma surda aspiração, uma íntima energia misteriosa que nos encaminha para as alturas, que nos faz tender para destinos cada vez mais elevados, que nos impele para o Belo e para o Bem. É a lei do progresso, a evolução eterna, que guia a Humanidade através das idades e aguilhoa cada um de nós, porque a Humanidade são as próprias almas, que, de século em século, voltam para prosseguir com auxílio de novos corpos, preparando-se para mundos melhores em sua obra de aperfeiçoamento."
    "A lei do progresso não se aplica somente ao homem; é universal. Em em todos os reinos da Natureza, uma evolução que foi reconhecida pelos pensadores de todos os tempos. Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente."
    O homem ascende a planos mais altos através do "trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor"
    "As reencarnações constituem, destarde, uma necessidade inelutável do progresso espiritual. Cada existência corpórea não comporta mais do que uma parcela de esforços determinados, após os quais a alma se encontra exausta. A morte representa, então, um repouso, uma etapa na longa rota da eternidade. Depois é a reencarnação novamente, a valer um como rejuvenescimento para o Espírito em marcha."
    Paixões antigas, ignomínias. remorso desaparecem, o esquecimento cria um novo ser, que se atira cheio de ardor e entusiasmo no percurso da nova estrada. Cada esforço redunda num progresso e cada progresso num poder sempre maior.     Essas aquisições sucessivas vão alterando a alma nos inumeráveis degraus da perfeição.
    "Somos, assim, o árbitro soberano de nossos destinos; cada encarnação condiciona a que lhe sucede e, mau grado a lentidão da marcha ascendente, eis-nos a gravitar incessantemente para alturas radiosas, onde sentimos palpitar corações fraternais, e entramos em comunhão sempre mais e mais íntima com a grande alma universal - A Potência Suprema"

    - MARCHA DO PROGRESSO
    "O progresso pode ser comparado ao amanhecer. Mesmo demorando aparentemente culmina por lograr êxito.
    A ignorância, travestida pela força e iludida pela falsa cultura, não poucas vezes se há levantado, objetivando criar embaraços ao desenvolvimento dos homens e dos povo."
    Inevitavelmente ele chega, altera a face e a constituição que encontra pela frente e desdobra recursos, fomentado a beleza, a tranqüilidade, o conforto, a dita.
    Esta é a marcha do progresso: inexoravelmente erguerá o homem do solo das imperfeições, que ainda se detém, para a sua gloriosa destinação: a perfeição.
    Há dois tipos de progresso: o intelectual e o moral. O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se, então, que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social.
    O progresso moral nem sempre acompanha o progresso intelectual. Geralmente os indivíduos e os povos adquirem maior progresso científico e, mais lentamente, se moralizam. Com o aumento do discernimento entre o bem e o mal, pelo desenvolvimento do livre-arbítrio, cresce no ser humano a noção de responsabilidade no pensar, falar e agir.
    "O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos."(...)
    "O desenvolvimento intelectual não implica a necessidade do bem. Um Espírito, superior em inteligência, pode ser mau.
     Isso se dá com aquele que muito tem vivido sem melhorar: apenas sabe". Por isto encontramos entre nações tecnicamente adiantadas tantas injustiças sociais: falta a moralização dos seus componentes humanos.
    "Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade.    No século em que vivemos houve grandes avanços nos diversos campos do conhecimento humano, mas o progresso moral se acha muito aquém do fabuloso progresso intelectual a que chegou, e daí porque prevalece, em nossos dias, uma ciência sem consciência, valendo-se, não poucos, de suas aquisições culturais apenas para a prática do mal."
    Mais cedo ou mais tarde os resultados do mau uso do livre-arbítrio e da inteligência recairão sobre os homens, através da lei de causa e efeito e, trabalhados pela dor, os homens ganharão experiências e entendimento para se equilibrarem e continuarem suas jornadas evolutivas.
    "O amor e o conhecimento são as asas harmoniosas para o progresso do homem e dos povos, progresso que, não obstante as paixões nefastas ainda predominantemente na natureza animal do homem, será impossível de não ser alcançado."
    Os maiores obstáculos à marcha do progresso moral são, sem sombra de dúvidas, o orgulho e o egoísmo. "À primeira vista, parece mesmo que o progresso intelectual repudia a atividade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas, que, a seu turno, incitam o homem a empreender pesquisas que lhe esclarecem o Espírito. Assim é tudo se prende, no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o bem. Curta, porém, é a duração desse estado de coisas, que mudará à proporção que o homem compreende melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona, uma felicidade existe maior e infinitamente mais duradoura."

    - A CIVILIZAÇÃO
    O progresso, para ser legítimo, não pode prescindir da elevação moral dos homens, que se haure no Evangelho, sempre atual.
    As conquistas da inteligência, embora valiosas, sem a santificação dos sentimentos, conduzem ao desvario e à destruição.
    Para serem autênticas, as aquisições humanas devem alicerçar-se nos valores éticos, sem os quais o conhecimento se converte em vapor tóxico que culmina por aniquilar quem o detém."
    "A Humanidade progride, por meio dos indivíduos que pouco a pouco se melhoram e instruem. Quando estes preponderam pelo número, tomam a dianteira e arrastam os outros. De tempos a tempo, surgem no seio dela homens de gênio que lhe dão um impulso; vêm depois, com instrumentos de Deus, os que têm autoridade e, nalguns anos, fazem-na adiantar-se de muitos séculos."
    A marcha do progresso é ascensional, quer intelectual, quer moralmente falando. Porém, o fato de uma nação progredir cientificamente mais do que outra, não significa que seja moralmente mais adiantada. Civilizar, quer dizer progredir, mas é um "progresso incompleto."
    Para se chegar a um estado de civilização completa, de Humanidade moralmente evoluída, muitas conquistas deverão ser realizadas tanto no campo moral quanto no intelectual.
    Há diferenças entre civilização, civilização completa ou evolutiva e povos esclarecidos. Quando um povo sai do estado selvagem ou de barbárie e, por força do progresso, adquire novos conhecimentos, inicia-se o processo de civilização; mas esta civilização, é ainda incompleta porque incompleto é seu progresso. "A civilização, como todas as coisas, apresenta graduações diversas. Uma civilização incompleta é um estado transitório, que gera males especiais, desconhecidos do homem no estado primitivo. Nem por isso, entretanto, constitui menos um progresso natural, necessário, que traz consigo o remédio para o mal que causa. À medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns males que gerou, males que desaparecerão todos com o progresso moral.
    De duas nações que tenham chegado ao ápice da escala social, somente pode considerar-se a mais civilizada, na legítima acepção do termo, aquela onde exista menos egoísmo, menos cobiça e menos orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais; onde a inteligência se puder desenvolver com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde menos enraizados se mostrem os preconceitos de casta e de nascimento, por isso que tais preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo; enfim, onde todo o homem de boa-vontade esteja certo de lhe não faltar o necessário."
    Em [LE-qst 793] os Espíritos superiores esclarecem perfeitamente a respeito da diferença assinalada acima: uma civilização completa, "reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Crede que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.(...)"
    "No que diz respeito à evolução dos códigos da justiça humana, a Hamurábi se deve o mais antigo conjunto das leis conhecidas pela Humanidade, nas quais se tem uma visão de eqüidade avançada para a época em que predominava o poder sobre o direito, a supremacia do vencedor sobre o vencido.
    Posteriormente, as civilizações, pela necessidade de estabelecerem códigos destinados a regerem seus membros, ora subordinados às diretrizes religiosas, ora aos impositivos éticos sobre que colocavam suas bases, formaram seus estatutos de justiça e ordem, nem sempre felizes"
    "Dos primeiros moralistas, da escola ingênua, aos grandes legisladores, ressaltam as figuras de Moisés, instrumento do Decálogo, e Jesus, o excelso paradigma do amor, que consubstanciaram as necessidades humanas, ao mesmo tempo facultando os meios liberativos para o ser que marcha na direção da imortalidade."
    Do direito Romano aos modernos tratados, as fórmulas jurídicas evoluem, apresentando dispositivos e ativos cada vez mais concordes com o Espírito de justiça do que com as ambições do comportamento individual e grupal. "
    "A civilização criou necessidades novas para o homem, necessidades relativas à posição social que ele ocupa. Tem-se então que regular, por meio de leis humanas, os direitos e deveres dessas posição."    Quanto menos evoluída for a sociedade, mais duras são as suas leis. "Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão rigorosas. "
   
Bibliografia
    1) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
    2) Constituição Divina - Richard Simonetti
    3) Leis Morais - Rodolfo Calligaris


    Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

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