Fome Cruel
A fome ainda desgraça a humanidade.
Apesar dos inúmeros
apelos que se tem feito por todos os organismos humanitários internacionais, a
ausência de comida para milhões de pessoas ainda é realidade em pleno século
21.
Mais de 800 milhões de famintos no mundo. Que absurdo!
O homem se gaba
de tanta tecnologia, mas não consegue superar a miséria e a fome do planeta.
Grande desperdício de energia, pois não se canalizam as atenções para os
problemas básicos da humanidade.
Esta semana, o papa Francisco falou na
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) lembrando
novamente da responsabilidade coletiva do ser humano de erradicar a
fome.
Suas palavras foram ao encontro desta realidade cruel que ainda teima
em não cessar no mundo e, enquanto isso, nos concentramos em resolver outros
problemas, classificando este como não prioritário.
Para se saber a gravidade
do tema é preciso vivenciá-lo ou, ao menos, vê-lo de perto. Somente quem já
passou fome sabe do tamanho deste drama. Ver alguém que começa um dia sem a
perspectiva de comer é traumatizante para alma, além dos reflexos no próprio
organismo.
A fome dói a alma antes de doer a barriga do faminto.
Quando
será que o homem terá coragem de enfrentar o problema e resolvê-lo
definitivamente?
Quando é que priorizaremos a fome como o primeiro dos
flagelos mundiais?
As nações ricas não passam na pele este problema. Os
programas sociais que possuem e a caridade dos mais ricos amenizam os traumas da
fome em suas nações, mas o que dizer sobre a gente de boa parte da África e de
outros países do Terceiro Mundo?
Quando a fome doer nas consciências dos
principais líderes mundiais ou quando bater a porta da humanidade cobrando a sua
fatura é que se alertarão sobre a importância dela ser extirpada definitivamente
do planeta.
Dar a comida é um primeiro passo, mas não é o único e não é o
melhor caminho. A chave da erradicação da fome está na descentralização do
desenvolvimento, na proliferação da educação de base, na consciência cidadã dos
povos.
Enquanto as medidas definitivas não chegam ou andam lentamente,
utilizemos da solidariedade porque a fome não tem tempo para esperar,
simplesmente mata.
Paz,
Helder Camara
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