No início do capítulo IX – “Perseguidores Invisíveis” –, André descreve a situação do lar de Margarida, que estava tomado por uma falange de espíritos obsessores, a serviço de Gregório.
Curioso ele se referir ao fenômeno de transfiguração de Gúbio, cujo corpo espiritual se fizera tão opaco, a fim de que não fosse reconhecido pelas entidades infelizes, que era comandada por Saldanha.
Interessante notar pela narrativa do autor espiritual a lamentável situação em que, por vezes, um lar terrestre pode se encontrar, quando não se cuida de sua assepsia espiritual – o corredor estava “atulhado de substâncias fluídicas detestáveis”.
Margarida estava deitada, sob a ação inclemente, e constante, de dois “desencarnados, de horrível aspecto fisionômico”, que a submetiam “a complicada ação magnética”.
Realmente, sem a intercessão espiritual decisiva, o quadro era irreversível, quantos se mostram entre os encarnados, subjugados pelos obsessores.
*
Diz André:
- (...) No entanto, meu assombro foi muito mais longe, quando concentrei todo o meu potencial de atenção na cabeça da jovem singularmente abatida. Interpenetrando a matéria espessa da cabeceira em que descansava, surgiam algumas dezenas de “corpos ovóides”, de vários tamanhos e de cor plúmbea...
Tais “corpos ovóides”, evidentemente, eram “usados” pelos espíritos obsessores, à semelhança de sanguessugas, às avessas, utilizadas em determinados processos terapêuticos.
A libertação de Margarida, pois, implicava também na libertação de dezenas de espíritos mantidos em cativeiro psíquico por seus cruéis dominadores.
Segundo André, o quadro havia sido “tecnicamente organizado”...
Quanta coisa se passa no mundo sem o conhecimento dos homens encarnados!...
Muitas vezes, pensa-se, por exemplo, que numa reunião dita de desobsessão, uma situação obsessiva, de cujos meandros não se sabe, possa ser desfeita com meia dúzia de palavras do “doutrinador”...
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Gúbio, André e Elói haviam se apresentado a Saldanha como “reforço”, para que o cerco a Margarida fosse maior e o seu desenlace se abreviasse quanto possível.
Como dizia Chico Xavier, notemos que, às vezes, a verdade carece de ser adiada...
Como “agentes” da luz, os três amigos não tinham outra maneira de chegar à Margarida, a não ser infiltrando-se entre os seus perseguidores.
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As “formas ovóides” se alimentavam das energias do corpo de Margarida – “num indefinível movimento de sucção”...
Com certeza, em seus corpos espirituais primitivos, ou reduzidos à situação primitiva, os “ovóides” careciam de se alimentar...
Perguntamos aos nossos irmãos e irmãs internautas: o que seria passível de ocorrer, caso eles não se alimentassem?! Provavelmente, estavam se alimentando de energias vitais, extraídas do sangue, induzindo o mundo celular ao caos – e também de energias que “sugavam” de seu combalido corpo perispiritual...
- Esforçava-se Gúbio por não trair a imensa piedade que o senhoreava, diante da enferma conduzida para a morte.
André afirma que, se a doente lhe fosse cara, não teria o equilíbrio do Instrutor, e partiria para o confronto direto, lutando “contra os perseguidores, um a um”... Mas, a tática de Gúbio era outra, porque não envolvia apenas e tão somente a libertação de Margarida, que amava por filha querida do coração.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
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Francisco Cândido Xavier (autor)
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