16.11.23

Ectoplasma / Espiritismo

Para não dizerem "Estão querendo inventar coisas no Espiritismo" leiam no livro: "Nos Domínios da Mediunidade" - Francisco C. Xavier - André Luiz
Capítulo: EFEITOS  FÍSICOS, para só então comentarem. 
Vinte horas haviam soado no relógio terrestre, quando entramos em acanhado apartamento, no qual se realizariam trabalhos de materialização.
Tanto Hilário quanto eu não desejávamos encerrar a semana de estudos sem observar algum serviço dessa natureza, em companhia do Assistente.
De outra feita, acompanháramos experiência dessa ordem, assinalando-a em registro de nossas impressões; contudo, os ensinamentos de Áulus eram sempre expressivos e valiosos pelos fundamentos morais de que se revestiam, e suspirei pelo instante de ouvi-lo discorrer sobre os fenômenos físicos que nos propúnhamos analisar.
O recinto destinado aos trabalhos constituía-se de duas peças, uma sala de estar ligada a estreita câmara de dormir.
O aposento íntimo, transformado em gabinete, albergava o médium, um homem ainda moço, e na sala espalhavam-se catorze pessoas, aparentemente bem-intencionadas,  das quais se destacavam duas senhoras doente, que representavam o motivo essencial da reunião, de vez que pretendiam recolher a assistência amiga dos Espíritos materializados.
Indicando-as, falou o orientador, com grave entonação de voz:
- Venho com vocês até aqui, considerando as finalidades do socorro aos enfermos, porque, embora sejam muitas as tentativas de materialização de forças do nosso plano, na Terra, com raras exceções quase todas se desenvolvem sobre lastimáveis alicerces que primam por infelizes atitudes dos irmãos encarnados. Só os doentes, por enquanto, no mundo, justificam a nosso ver o esforço dessa espécie, junto das raras experiências, essencialmente respeitáveis e dignas, realizadas pelo mundo cientifico, em benefício da Humanidade.
Quiséramos alongar o entendimento, no entanto, renteando conosco, diversos obreiros iam e vinham, dando a perceber o início dos  trabalhos daquela noite.
A higienização processava-se ativa.
O serviço reclama cuidado.
Segundo apontamentos recolhidos por nós, em outras ocasiões, aqui surgiam aparelhos delicados para a emissão de raios curativos, acolá se efetuava a ionização do ambiente com efeitos bactericidas.
Alguns encarnados, como habitualmente acontece, não tomavam a sério as responsabilidades do assunto e traziam consigo emanações tóxicas, oriundas do abuso de nicotina, carne de aperitivos, além das formas-pensamentos menos adequadas à tarefa que o grupo devia realizar.
Atento ao estudo, Áulus recomendou-nos centralizar a atenção no gabinete do médium.
Obedecemos.
Ao redor, laboriosa atividade seguia adiante.
Dezenas de entidades bem comandadas e evidenciando as melhores noções de disciplina, articulavam-se no esforço preparatório.
O instrumento medianímico já havia recebido eficiente amparo no campo orgânico.
A digestão e a circulação, tanto quanto o socorro às vísceras já eram problemas solucionados.
Dispensar-nos-emos de maior rigor descritivo, porquanto, em outras páginas, a materialização, de acordo com as nossas possibilidades de expressão, mereceu-nos meticuloso exame, no que respeita às substâncias, associações, recursos e movimentos do plano espiritual.
Agora interessava-nos a mediunidade em si.
Intentávamos analisar-lhe o comportamento, em suas relações com o ambiente e as pessoas.
E, para isso, a nosso parecer, nenhuma ocasião, melhor que aquela, em que dispúnhamos da colaboração segura de um amigo competente e devotado qual o instrutor que nos acompanhava, solícito.
Apagada a luz elétrica e pronunciada a oração de inicio, o agrupamento, como de praxe, passou a entoar hinos evangélicos, para equilibrar as vibrações do recinto.
Colaboradores desencarnados extraiam forças de pessoas e coisas da sala, inclusive da Natureza em derredor, que casadas aos elementos de nossa esfera da câmara mediúnica precioso e complicados laboratório
Correspondendo à atuação a magnática dos mentores responsáveis, desdobrou-se o médium, afastando-se  do veículo físico, de modo tão perfeito que o ato em si mais se afigurava a própria desencarnação, porque o corpo jazia no leitos, como se fora um casulo, largado e inerte.
O veículo físico, assim prostrado, sob o domínio dos técnicos do nosso plano, começou a expelir o ectoplasma, qual pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e semilíquida, através de todos os poros e, com mais abundância, pelos orifícios naturais, particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos, com elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e das extremidades dos dedos. A substância, caracteriza por um cheiro especialíssimo, que não conseguimos descrever, escorria em movimentos reptilianos, acumulando-se na parte inferior do organismo medianímicos, onde apresentava o aspecto de grande massa protoplásmica, viva e tremulante... 

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