27.7.22

ÓBOLO DA VIÚVA

 Comentário Questão 646 do Livro dos Espíritos

O óbolo da viúva verdadeiramente é o símbolo da caridade mais pura, porque foi dado com o coração. Ela deu tudo o que tinha para dar, talvez, até o de que precisava para se alimentar. No entanto, a caridade entre os homens que crescem espiritualmente, toma outras formas. As posições são variadas no íntimo do coração.
Se já compreendemos que a evolução não dá saltos, mas tem uma seqüência de passo a passo, de vida a vida, jamais o ser humano, mesmo acompanhando grandes mestres da filosofia espiritualista, pode pretender fazê-la na perfeição que lhe cabe, com o coração em Jesus. Portanto, mesmo que as pessoas não sintam, como a viúva pobre do Evangelho, o amor de doar o que tem em favor dos que sofrem, o que elas fizerem, mesmo do que sobra em sua mesa, já é um começo.
A criança, quando começa a andar, não tem os passos firmes de um adulto. A princípio, são passos trôpegos, para depois irem se firmando, à medida que as forças forem chegando e a mente dominando seu corpo. Para nós, todo ato de caridade é louvável; com o tempo, aprenderemos a fazer caridade por amor.
Com a Doutrina Espírita, pelas suas sábias dissertações sobre a caridade, aprenderemos, pela maturidade espiritual, a sempre servir aos que andam conosco a caminho. Admiramos a nobreza do gesto da viúva, se servindo daquilo que tinha para ofertar, de modo que nem o gazofilácio anunciou, mas, Jesus, vendo e sentindo a sinceridade dela, alegrou-se-lhe o coração em ver o amor que desprendia do coração da mulher em favor das criaturas.
O que vale mais, certamente que são os sentimentos que irradiam na hora da doação, e não a quantidade. Mas, nos dias atuais, mesmo que faltem sentimentos de fraternidade no coração doador, na oferta que cai das mãos nobres dos ricos, ela é abençoada por enxugar muitas lágrimas, por dar pão a muitos famintos e vestir muitos nus.
Também encontramos com freqüência, pequenos óbolos cheios de ódio, assim como grandes quantidades envolvidos em amor. De qualquer forma, toda dádiva será abençoada, desde quando sirva de amparo para os que sofrem.
"O Livro dos Espíritos" é de uma sabedoria ímpar, pelo que ele diz na questão em estudo:
"Em melhor conta tem Deus o pobre que divide com o outro o seu único pedaço de pão, do que o rico que apenas dá o que lhe sobra."
Colocamos a palavra "divide" em destaque, para que possas entender o sentido oculto do assunto, porque há muitos que acham que a caridade verdadeira é aquela em que o pobre dá tudo o que tem, ficando sem o suficiente, quando ele mata a fome do seu irmão e fica com fome, despe-se para vestir o outro. Dividir é a caridade mais acertada.
E disse: verdadeiramente vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. (Lucas, 21:3) Deu mais do que os que ali estavam doando do que lhes sobrava. Jesus multiplicou os pães por amor. O amor é tudo, é o que move todas as dádivas verdadeiras. Faze tudo com amor, tudo com perfeição, que a tua vida passará a mudar sempre para melhor.
Quem ainda não tem condições de doar com amor, que continue a fazê-lo por qualquer outro motivo, que a maturidade, no amanhã, surgirá para lhe ensinar a verdadeira fraternidade.
 
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
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