20.2.22

Coerência

A palavra santa de Jesus se expressa em todos os seus atos. Palavra e obra juntas, inseparáveis.
Esta lição de Jesus é magnífica, pois ela contém um princípio basilar do comportamento humano: a coerência.
Se o que pregamos não fazemos, que moral teremos para pedir que alguém faça o que desejaríamos?
Assim, proceder de acordo com o que fala torna você poderoso diante das outras pessoas à medida que você ganha credibilidade. Ali está uma pessoa coerente – irão dizer – e, portanto, devemos ouvi-lo.
A coerência se obtém pelo esforço diário de ser aquilo que deseja ser. De fazer aquilo que imagina ser o melhor. Palavra e obra juntas é também de grande serventia para a paz de espírito.
Sim, porque viver uma vida que não acredita custa caro, muito caro.
A pessoa se investe de uma postura falsa e tem que sustentá-la o tempo inteiro. Sabe você o que representa este peso no dia a dia?
Um momento, a máscara cai e aí como vai ser?
Os que te respeitavam dirão: - Está aí, era tudo mentira, pura falsidade. Ninguém deve segui-lo ou ouvi-lo. Perdemos tempo.
E é isto que proclamo nestas palavras – coerência.
É difícil, eu sei, mas é um esforço santo, porque à medida que tentamos ser o que pregamos como o melhor estaremos crescendo espiritualmente.
Por saber da dificuldade que é ser o que prega, não vamos exigir dos outros a santidade que ele ainda é incapaz de reproduzir.
Cada um possui o seu tempo de progresso, respeito-o, como você também tem o seu. E por que ficar exigindo santidade de todos em toda esquina?
Assumamos, queridos irmãos, as nossas imperfeições. Sejamos leais conosco mesmo. – Sou assim e daí, é como eu posso ser por hoje. E estará tudo bem.
Há aqueles que desejam ver no outro aquilo que ainda é inatingível para elas. Descontam no outro a sua incapacidade de progresso e ainda apontam o dedo para recriminar as faltas cometidas por ele no seu caminho redentor.
Cair e levantar, voltar a cair, mas seguir adiante. Esta é a história da trajetória humana.
Vejam a Jesus, um santo de Deus. Para ser didático, trouxe a simbologia disso no momento da sua crucificação. No caminho ao Gólgota, carregando a sua cruz (cada um carrega a sua), frequentemente caia e se levantava. Até aceitou ajuda para continuar sua caminhada e chegar ao seu destino final.
Aproveitemo-nos dessa metáfora das pegadas do Senhor e façamos o mesmo. O importante, ao carregar a nossa cruz, é não desistir. Tropeçar, cair, se levantar e seguir adiante. Isto é a vida.
O avanço espiritual é feito dessa forma, recuos e progressos. Não são desistências, mas o reconhecimento temporário da impossibilidade de seguir mais um passo. Redobradas as forças, levanta-se e segue-se o caminho redentor.
Coerência rima com persistência, não é verdade?
Siga adiante e vença a si mesmo, todo dia, toda hora, todo momento. É assim que se chega um dia a santidade, unindo palavras e ações ao encontro do Altíssimo.
Helder Camara - Blog Novas Utopias

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