Resposta ao Aécio

Aécio, meu caro amigo,
Inda não reencarnei, não,
Há muito poema aí
À espera de edição.
 
Entretanto, poesia
Pouca gente busca ler,
E a Editora vai quebrar,
Se editar, e não vender...
 
Poeta vive de rima,
Mas não do dinheiro dela,
Que só dá para comprar
Pãozinho com mortadela...
 
Poeta é um rico mendigo,
De paletó e gravata,
Que recebe muito aplauso,
Mas quase nenhuma prata...
 
Um livro de poesia,
Difícil que um livro só,
Não esteja em algum sebo
Esquecido sob o pó...
 
O que, do Além, já escrevemos
Uma coleção daria,
Porém, qual é a Editora
Que ela publicaria?!
 
Mais de dez livros, talvez –
Um prodígio, não é mesmo?! –,
Que pela mão desse amigo
Fomos escrevendo a esmo.

Agora, se alguém quiser
Editar-me às duras penas,
Posso doar os direitos
Ao corajoso mecenas...
 
Os meus versos são singelos,
Ante os que outrora compus,
Porque agora, meu amigo,
Escrevo para Jesus...
 
E escrever para Jesus,
Uma trova em rima pobre,
Enche minh’alma de luz
E de fortuna me cobre!...
 
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima de preces no Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de segunda-feira do dia 17 de Maio de 2021, em Uberaba – MG).