Paciência
A paciência é divina.
Quem se diz paciente deve saber que a
paciência é para sempre e não deve ser confundida com atos esporádicos. Não.
Paciência é exercer continuamente a compreensão do outro. É estar à disposição
de ouvir o outro, estar com ele e dividir aquele momento único.
É certo que
ter paciência é uma arte. Arte de escutar, arte de ponderar, arte de
refletir.
Quem tem paciência na vida sabe o que dizer, o que fazer, como
agir. Não se desespera, aguarda. Paciente é aquele que se põe no lugar do outro
e isto não é fácil, sobretudo nos dias que temos pouco tempo para o outro, haja
vista que temos menos ainda para nós mesmos.
O paciente sempre ganha em
qualquer situação. Os outros podem errar, tomar decisões precipitadas, falar
mal, enfim, atropelar os fatos, mas quem espera tudo acontecer sabe qual é o
melhor momento de se posicionar.
Não é fácil porque, em dado momento, tudo
conspira para o pior, todos se juntam numa mesma turba, e você que deseja ser
paciente deve esperar para ser assertivo, conclusivo, elucidativo, porque
paciente é aquele que leva, em última analise, a paz.
Estar em paz e levar a
paz para os outros, eis o dever do paciente.
Diz-se paciente também aquele
que está acamado, doente, de repouso por alguma doença. Não há palavra melhor
para expressar aquela condição. Ora, se nada pode ser feito senão esperar para
se melhorar, obter a cura, então o jeito é ser paciente.
Paciência é um dom
divino porque quem é paciente geralmente olha com os olhos do espírito. Aquele
que vive a vida pela ótica da matéria não pode ser paciente. Paciente é aquele
que transcende a expectativa do aqui e do agora. Ciente, assim, do todo, e não
das partes que limitam o entendimento das coisas, fica em paz consigo porque
olha para o amanhã, para o depois, para o além, para o todo.
Paciência é
compreender a razão de ser das coisas. Quem é paciente sabe que tudo tem um fim,
um propósito maior, por isso, espera o melhor momento, a ocasião mais adequada,
e ajusta-se a ela.
Quem dera todos os homens fossem pacientes.
Vejo
paciência na mãe solitária a lutar pela vida dos filhos apesar deles fazerem
tanta besteira na vida.
Vejo paciência no pai que trabalha todos os dias e
constrói, passo a passo, uma família.
Vejo paciência no professor que ensina,
ensina, ensina, e muitas vezes, não consegue ser compreendido por puro
desinteresse dos seus alunos.
Vejo paciência, sobretudo, em Deus. Ele sabe
das nossas limitações temporárias e dá o devido desconto por não executarmos já
a Sua obra grandiosa.
Exercitemos a paciência no nosso dia a dia. A vida
parecerá melhor porque diminuiremos a ansiedade, o desespero, a inquietação, a
desesperança.
Sejamos obreiros da paz e a paciência naturalmente nos
acompanhará.
Helder Camara
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