“GRUPO PERFEITO?!”
No espaço deste Blog
semanal, abriremos espaço para o lúcido pensamento de Laurentino Simões, autor
do livro “Nos Passos de Jesus”. Escrevendo a respeito da ilusão dos que esperam
integrar um grupo espírita perfeito, sem qualquer problema no campo do
relacionamento entre os seus integrantes, Laurentino escreveu:
“Não
estejamos à procura do Grupo Espírita perfeito, porque os integrantes de todos
os grupos humanos são assinalados pelas imperfeições que caracterizam as pessoas
na Terra.
Neste sentido, nem mesmo o grupo dos Apóstolos, constituído pelo
Cristo, para auxiliá-Lo na pregação da Boa Nova, era perfeito.
Não obstante,
o Senhor se fez o incansável mediador da paz e do entendimento entre
eles.
Assim, o que escolhemos?! Ser a pedra de tropeço no caminho das
atividades a serem cumpridas ou ser alguém que se dispõe a removê-la, sempre que
apareça?!
Ser um solucionador de problemas ou um complicador para as
dificuldades que surgem?!
Um incendiário ou alguém disposto a apagar as
labaredas da discórdia?!
Como soa, em nossos lábios, a palavra que
proferimos?! Agressiva ou pacificadora?! Humilde ou soberba?! Fraterna ou
autoritária?!
Sob o pretexto de defender o que julga correto, ninguém deve se
dirigir aos outros como quem traz um relho nas mãos.
Dentro do templo,
conscientizemo-nos de que não somos o Cristo – nós somos vendilhões!
E se,
porventura, ainda hoje, Ele aparecesse para sanear o templo, precisaríamos nos
perguntar quem de nós estaria em condições de permanecer dentro
dele.”
Realmente, Laurentino tem razão. Porque, os vendilhões do templo não
são apenas aqueles que objetivam lucro financeiro com as suas atividades, mas
todos os que, não raro, utilizam a transitória posição que nele ocupam por moeda
de troca às suas ambições rasteiras.
São, por exemplo, os que se mostram
interessados em vender ou comprar prestígio e influência...
Os que se valem
dos precários recursos que administram na direção desse ou daquele departamento
assistencial da Casa, para colocarem à mostra as suas frustrações de ambição de
poder...
Os que, enfim, nos testes de avaliação espiritual a que se submetem,
são reprovados, porque revelam que ainda não estão preparados para assumirem
maiores responsabilidades na condução dos povos...
Não basta estar com o
Cristo, ou viver perto Dele, para, verdadeiramente, ser seu seguidor. Vejamos o
lamentável caso de Judas!
Assim, não basta construir um Centro Espírita, ou
viver dentro dele, para que alguém, de fato, possa estufar o peito, e até com
certa vaidade de natureza espiritual, proclamar aos quatro ventos: - Eu sou
espírita!...
Não raro, mais espírita é aquele que não o diz ser, como,
igualmente, mais médium é aquele que imagina não ser portador de qualquer
faculdade mediúnica.
O grupo espírita perfeito que tanta gente vive à procura
se caracteriza não pela perfeição dos outros que o integram, mas sim, e
principalmente, pela sua.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 1º de
setembro de 2014
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