9.3.11

De Allan Kardec até o advento do Espiritismo - 4

     Como estivemos vendo nas edições anteriores, a transformação da França no principal pólo de inteligência do planeta foi planejada na Espiritualidade e teve como fato marcante a Revolução Francesa que começou no reinado de Luiz XVI e sua jovem esposa Maria Antonieta, que a partir de 1774, foi sacrificada por seu comportamento frívolo e extravagante. Durante os difíceis dias da Revolução, a rainha demonstrou coragem e dignidade, mas por seu apoio aos aliados, foi julgada e executada. A revolução que tinha como lema a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, trouxe uma nova constituição, que aboliu o antigo regime, nacionalizou as terras da Igreja, dividindo o país em departamentos, a serem governados por assembléias eleitas e isso provocou diversas facções. Os revolucionários, depois de diversas tentativas de administração, foram derrubados por Napoleão I em 1799. Em 1848 houve nova revolução e Napoleão Bonaparte foi eleito presidente e em 1852, após um golpe contra o Parlamento, nomeou a si próprio Imperador Napoleão III.

     Nessa mesma época os trabalhadores do Cristo no plano espiritual, liderados pelo Espírito Verdade, resolveram que era chegado o tempo da humanidade terrestre conhecer o Consolador prometido por Jesus nos Evangelhos e vários espíritos foram convocados a reencarnar a fim de promoverem um formidável avanço na humanidade. Entre eles estavam dois espíritos afins, o nosso conhecido Druida Allan Kardec e um espírito feminino, ambos com longa experiência nas áreas de educação, saúde e caridade.

    Em 23/11/1795 reencarna Amélie Boudet (Gabi) a filha de Julien Louis, que desde tenra idade, mostrava grande interesse pelos livros e usando os ricos exemplares da biblioteca de seu pai, dedicava-se a ensinar suas amiguinhas, ocasião em que, questionada, respondeu, “de que servem os livros, se não for para divulgar o conhecimento”. Percebendo a vocação da filha, Julien Louis resolve transferir seu Tabelionato para Paris e assim proporcionar uma melhor formação para Gabi.
     Em 03/10/1804 reencarna Hipolyte Léon Denizard Rivail, o filho único de Jean Batista, magistrado de Lion, a terra dos mártires do cristianismo primitivo. Quando menino, com a idade de 10 anos, seus pais notam nele uma tendência para assuntos filosóficos e questões de ciência. Sua mãe, Jeanne Louise, mal controlando a tristeza da separação, resolve matriculá-lo no castelo de Pestalozzi, em Yverdun na Suíça, o que muito contrariava o pai do menino, pois estava sendo quebrada uma tradição na família de juristas. O sistema educacional de Pestalozzi era revolucionário e o mais moderno da Europa, por isso Jean Batista conforma-se e uma vez que queria para seu filho, a melhor educação possível, aceita. A máxima de Pestalozzi era: “O Amor é o eterno fundamento da educação”.
     O menino Rivail sobressaia-se nos estudos e com a idade de 14 anos, aproveitando os momentos de folga do seu curso regular, abriu um curso especial para seus condiscípulos menos aptos à educação. Tornou-se assim, o sucessor de seu mestre Pestalozzi e chegou a substituí-lo por ocasião das várias viagens.

(Continua) Antonio D. Barana

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