EUGÊNIO Júlio SAVARD de Saint-Brisson *
Desde o astro primeiro exposto à Imensidade,
Na pauta da grandeza, o Regente Divino,
Num misto de beleza, alegria e bondade,
Fez os mundos e os sóis como notas de um hino.
33 . Deu tons ao vento agreste e fala à tempestade,
Rumor ao fogo estranho e voz ao mar leonino...
A eterna melodia a tudo atinge, invade
E sonoriza a paz nas claves do destino.
37. Mas o homem, só ele, era mudo e expectante...
Eis, porém, que o Criador premiu-lhe a fonte inculta
E o pêndulo da vida inflou-lhe o peito arfante.
.....................................................................................
Se a dor te envolve o passo em sombra malfazeja,
Sente Deus em ti mesmo e, em prece viva, ausculta
O ritmo do amor que o coração harpeja!...
(*) Poeta espontâneo, de vastos recursos e profunda emotividade, “caráter bondoso e coração terno”, Eugênio Savard bem cedo encontrou o termo de uma existência de desventura e sofrimento. Matriculando-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, não pôde terminar os estudos, por falta de recursos e em razão de seu precário estado de saúde. Grave neurastenia tomou conta do seu organismo, já debilitado pelo trabalho excessivo. Em busca de alívio aos padecimentos, esteve em Portugal, onde fez amizade com o brilhante orador e poeta português Silva Gonçalves, que escreveu, em memória de ES, o livro Perpétuas e Goivos, no qual, apreciando o vate brasileiro pelo seu merecimento literário, pôs em destaque “as suas qualidades poéticas, o seu fino temperamento artístico, os requintes de cinzelamento, com que aprimorava a forma, e o sentir, que fazia transparecer nas suas composições” (apud Asas, página 8 da 2ª parte - “Juízo sobre Eugênio Savard”). O primoroso autor do soneto “Camões naufragado em Cambodge” foi igualmente músico, “delicioso compositor e ardente entusiasta de Verdi” (idem, ibidem, pág. 24). (Estado do Rio, 13 de novembro de 1865 – Niterói, Est. do Rio, 1º de dezembro de 1899).
BIBLIOGRAFIA: Asas: dois poemetos: Serenata e O espectro; etc.
33. Novamente, aliteração em t.
37. Ler assim este verso: “Mas/ o/ ho/mem/ só/ e/le e/ ra/ mu/do e ex/pec/tan/te”
Livro: “Antologia dos Imortais” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Desde o astro primeiro exposto à Imensidade,
Na pauta da grandeza, o Regente Divino,
Num misto de beleza, alegria e bondade,
Fez os mundos e os sóis como notas de um hino.
33 . Deu tons ao vento agreste e fala à tempestade,
Rumor ao fogo estranho e voz ao mar leonino...
A eterna melodia a tudo atinge, invade
E sonoriza a paz nas claves do destino.
37. Mas o homem, só ele, era mudo e expectante...
Eis, porém, que o Criador premiu-lhe a fonte inculta
E o pêndulo da vida inflou-lhe o peito arfante.
.....................................................................................
Se a dor te envolve o passo em sombra malfazeja,
Sente Deus em ti mesmo e, em prece viva, ausculta
O ritmo do amor que o coração harpeja!...
(*) Poeta espontâneo, de vastos recursos e profunda emotividade, “caráter bondoso e coração terno”, Eugênio Savard bem cedo encontrou o termo de uma existência de desventura e sofrimento. Matriculando-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, não pôde terminar os estudos, por falta de recursos e em razão de seu precário estado de saúde. Grave neurastenia tomou conta do seu organismo, já debilitado pelo trabalho excessivo. Em busca de alívio aos padecimentos, esteve em Portugal, onde fez amizade com o brilhante orador e poeta português Silva Gonçalves, que escreveu, em memória de ES, o livro Perpétuas e Goivos, no qual, apreciando o vate brasileiro pelo seu merecimento literário, pôs em destaque “as suas qualidades poéticas, o seu fino temperamento artístico, os requintes de cinzelamento, com que aprimorava a forma, e o sentir, que fazia transparecer nas suas composições” (apud Asas, página 8 da 2ª parte - “Juízo sobre Eugênio Savard”). O primoroso autor do soneto “Camões naufragado em Cambodge” foi igualmente músico, “delicioso compositor e ardente entusiasta de Verdi” (idem, ibidem, pág. 24). (Estado do Rio, 13 de novembro de 1865 – Niterói, Est. do Rio, 1º de dezembro de 1899).
BIBLIOGRAFIA: Asas: dois poemetos: Serenata e O espectro; etc.
33. Novamente, aliteração em t.
37. Ler assim este verso: “Mas/ o/ ho/mem/ só/ e/le e/ ra/ mu/do e ex/pec/tan/te”
Livro: “Antologia dos Imortais” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário